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  Três dias depois e segunda-feira chegou. Nesses 3 dias Rosé parecia desanimada por não conseguir mais sonhar com a garota misteriosa. Ela amanheceu triste e acabou faltando no colégio. Uma da tarde e Rosé atendeu o celular assim que recebeu a ligação de Jennie.

- Você não acredita! Entrou uma garota nova no colégio.

- Legal.

- É sério, Rosie! Ela estuda na nossa turma. —Sua voz saía animada. — A Lisa e eu viramos amigas dela.

- Jen, eu não quero saber. Desculpa.

- Você vai gostar da Jisoo. Ela é tímida, mas foi engraçado ela ensinando uma receita de sanduíche para Lisa e eu. —Riu. — Sanduíche com azeitona. Algo tão normal, mas para ela parece super desafiador.

  Rosé ficou em silêncio e sorriu fraco, um mês atrás sua "J" também tinha falado sobre esse sanduíche com azeitona. Droga. Ela sentia falta dessa garota.

- Bom, já que não está interessada, bye. A Lili e eu vamos fazer essa receita agora.

- A Lisa está aí?

- Sim. Ela está no banheiro.

- Se divirta então.

- Com certeza.—Se despediu da prima.

   Rosé saiu do quarto e desceu em direção a cozinha. Ela cumprimentou a sua empregada favorita e almoçou rapidamente, dessa vez sozinha pois demorou para almoçar.

- Estava uma delícia! —Sorriu ao terminar de comer.— Obrigada pelo ótimo almoço.

- Não agradeça, criança. —Sorriu. — O João está no jardim, por que não vai lá? A sobrinha dele está aí.

- Sobrinha?

- Sim. Ele já falou com seus pais que traria a sobrinha para trabalhar com ele no jardim. —Pegou as louças que Park utilizou. — A coitada sofreu tanto, então agora está querendo um trabalho e seus pais deu a oportunidade para ela.

- Oh. Ainda bem que os meus pais aceitaram. —Levantou.

- Sim. o João falou que a garota é ótima com plantas.

  Rosé apenas sorriu gentil e caminhou em direção ao jardim. Assim que entrou foi caminhando pelo enorme lugar e escutou vozes. Ela parou de andar assim que viu uma garota de cabelo preto se sentando no balanço.

- Estou cansada.

- Você nem fez nada ainda, Jisoo. —O velho homem riu. — Levanta daí. Esse é o balanço da pequena Rosé.

- Desculpa, tio. É que o dia foi longo no colégio novo. —Levantou. Ela finalmente encarou a garota parada. — Ooii! —Sorriu animada e acenou com a mão.

  A boca de Rosé abriu aos poucos. Seu corpo estava reto e ela não conseguia raciocinar.

- Que engraçada. —A jovem Kim deu risada. — Parece que viu um fantasma. Olha, tio. —Apontou para Park.

- Jisoo! —A repreendeu e aproximou da mini chefe. — Rosé, você está bem?

- E-ela...ela...

- Ela? É a minha sobrinha. —Sorriu orgulhoso. — Vem, Jisoo. Se apresente para sua chefe.

 Jisoo aproximou com um sorrisinho nos lábios e se curvou um pouco, logo se endireitando.

- Prazer, senhorita. —Esticou uma mão. — Sou a Jisoo, mas pode me chamar de "J", é assim que alguns colegas me chamam.

  Rosé olhou a mão esticada e logo para o rosto perfeitinho da coreana. Kim desfez o sorriso e abaixou a mão.

- Fecha a boca. Pode entrar mos... —Parou de falar ao perceber o olhar de João.

   Rosé saiu correndo do jardim, deixando ambos confusos. Logo João começou a repreender a sobrinha por tentar ser atrevida, mas logo ele explicou como ela deveria se comportar.

- Eu não fiz nada. Ela que me olhava estranho.

  João suspirou e voltou a falar sobre o trabalho.

  Rosé fechou a porta do quarto e se jogou na cama. Ela colocou o travesseiro sobre a cabeça e fechou os olhos.

- Não é real...não é real.

  Ao tentar se enganar Rosé acabou pegando no sono.

  "J balançava devagar no balanço, mas parou ao ver Rosé aproximando. Ela sorriu e levantou.

- Eu não falei? —Começou a rir. — Sua reação foi hilária para mim.

- O que quer dizer com isso?

- Você ficou igual estátua me olhando.

- Eu não sabia o que dizer, J. —Sentou no chão. — Você realmente existe?

- Uhum! Claro. Desde sempre, ué. —Falou óbvia. — Estou feliz em te conhecer, Rosé!

    J abaixou na frente de Park e sorriu.

- Eu te amo, ok? Não precisa ficar surpresa quando estivermos juntas. Nos conhecemos desde pequenas.

- Apenas em meus sonhos.

- Eu sou real, Rosé. —Sentou em sua frente e cruzou as pernas, igual índiazinha. — Somos amigas, né?

- Namoradas...

- Ok. —Tocou na própria barriga e riu. — Adivinha!? Estou morta de fome!

- V-você não comeu nada?

- Comi um pouco. Ei, ei. Eu tenho uma nova receita!

- Me ensina. —Falou desanimada.

- Ovo com bacon! Eu fiz alguns dias atrás e ficou bom.

- Como você preparou? —Sorriu levemente e escutou J contar sobre a simples receita. — É realmente fácil.

- Eu apenas consegui aprender essas coisas simples. Fui por colégio interno aos quinze anos, então não deu para aprender coisas mais difíceis. Essas receitas que te conto foi quando a cozinheira do colégio me ensinava, quando estávamos sozinhas. —Sorriu. — Ela é tão boa! Foi ela que comprou testes de gravidez para eu fazer, sem ninguém saber...—Suspirou.

- Oh, entendo. Mas, me conta!? Quem é o pai do seu bebê?

    J ficou calada durante uns segundos e começou a brincar com os próprios dedos.

- O primeiro bebê que eu tive foi do meu padrasto.

- O primeir...padrasto? Angel!

- É, eu sei. Mas quando ele soube da minha gravidez... ele me levou a clínica de abortos. —Mordeu forte o lábio. — Por isso fui por internato.

- Ele é um monstro, J.

- Eu sei. —Colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha. — O meu outro bebê, que eu realmente caí da escada, foi com o professor de inglês. Ele disse que eu precisava de aula de reforço, mas no segundo dia... bem, aconteceu.

- Argh! Ele aproveitou de você.

- Eu tive tanto medo, Rosé. —A encarou. — Foi horrível.

- Oh, eu sei, meu amor. Eles machucaram você.

- Me abraça...por favor.

  Rosé se jogou em seus braços e aos poucos J foi sumindo..."

  Park acordou e sentou na cama. Ela suspirou e passou as mãos pelos cabelos e rosto. Assim que raciocinou direito correu para fora do quarto e procurou a tal Jisoo no jardim, mas o funcionário falou que ela já tinha ido. Rosé olhou o relógio e já marcava cinco horas da tarde.

Dreams -Chaesoo/ ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora