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— Bom dia querida, e... — ela pausa propositalmente.

Sento-me despreocupadamente ao seu lado, tentando controlar a risada por ver Henry em pé, tentando manter a compostura. Está meio desajeitado e se perde em algumas palavras, minha mão o olha e então dá risada, então ela me olha e sorri para mim.

— Bom, seu nome não importa tanto assim, não é? Pelo menos está fazendo minha filha sorrir. — ela dá uma mordida em sua torrada amanteigada.

— É, talvez não importe tanto assim.

Ele ri e se senta a mesa, minha mãe se levanta e pega algumas coisas na geladeira, mas não sei o que são porque agora meus olhos estão cravados nele. E os deles em mim. Ainda fico meio envergonhada pela forma como ele me olha, mas gosto de encarar esses lindos olhos castanhos.

— Pronto, aqui tem algumas uvas, cereais, morangos.. Enfim, sirva-se a vontade. — com gentileza, minha mãe sorri.

•••

Os corredores são longos e meus pés reclamam com uma dor protestante. Me forço a dar mais alguns passos até achar algum lugar em que eu possa me sentar e descansar. Henry e eu preferimos andar a pé até aqui, porque ele não iria a aula hoje, então quis o acompanhar por algum momento. Mas agora, ao observar meus pés inchados e vermelhos, me repreendo por ter escolhido isto.

— Estou furiosa com você Maya!

Kate se senta ao meu lado e pisa em meu pé propositalmente, me fazendo resmungar.

— Por quê não me contou que estava namorando o Henry Scott?

Arregalo os olhos e quero até rir dela, mas meu pé está latejando, então só escolho ficar alguns segundos quieta e imóvel.

— Não estamos namorando, Kate! O professor Thompson apenas nos colocou como duplas para seu trabalho experimental de personalidades. — explico com um pouco de dificuldade.

— E o beijo?

Como ela sabe que eu e ele nos beijamos? Tento me lembrar se em algum momento, me senti espiada na janela ou se alguém estava nos observando, mas não consigo me lembrar de nada.

— Um beijo não significa namoro, e como você sabe disso?

Sua risada maléfica preenche meus ouvidos e não gosto de como me sinto totalmente confusa agora.

— Não sabia, só joguei verde porque sabia que não me contaria por vontade própria. E eu estava certa!

Agora ela está sorrindo como alguém que conseguiu exatamente o que queria.

— E não pense que fugiu desse assunto, temos muito a conversar sobre isso!

Kate se levanta, leva a boca até minhas bochechas antes de desaparecer entre os corredores. Aproveito os segundos que me restam, recebendo o vento gostoso das árvores, antes de me levantar e enfrentar mais um dia.

Antes Que Ele Se VáOnde histórias criam vida. Descubra agora