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Tenho que manter todo meu auto controle quando me dou conta de que estou tocando a campainha da casa onde mora Henry Scott. Lembro-me que minha mãe me aconselhou a me agasalhar um pouco mais porque fazia muito frio lá fora, e eu como uma criança teimosa, estou lutando contra os tremores involuntários de meu corpo.
Estou um pouco irritada com a demora que Henry tem para abrir a porta para mim. Começo a pensar o que ele deve estar fazendo num dia sábado, que o exige tanta atenção e tempo, para atender a porta. Claro que, ele não sabe que estou aqui, nem que eu viria, mas resolvi fazer uma surpresa e assistirmos a alguns filmes que ele me prometeu na semana passada.

Meu dedo ergue-se a campainha, mas antes que eu possa pressioná-lo, ouço o barulho da porta sendo destrancada e um alívio percorre por meu corpo.

— Maya? — mal consigo vê-lo, estou tremendo e acho que meu nariz já está vermelho.

— Frio. Está frio. — sussurro, então ele me puxa pelo braço para que eu adentre sua casa num período curto de tempo. — Aqui é tão quentinho.

A lareira está acesa, o que deixa a casa, além de bonita e charmosa, mais confortável.

— O que está fazendo aqui? Não que eu esteja reclamando, só estou surpreso. — explica.

Olho ao redor e noto como a casa está perfeitamente organizada. Não há roupas jogadas pelo sofá, nem meias, nem cuecas — como na última vez —. Os móveis parecem limpos e com zero aparições de poeiras ou marcas de mão, o que torna esse ambiente ser de Henry Scott ainda mais estranho.

— Acho que para vermos filmes. Acho..

Minha voz sai tão baixa que me sinto incomodada com a desconfiança ter me afetado tão rapidamente.

Henry parece desconfiado, e percebo que ele olha algumas vezes para as escadas, mas não quer que eu perceba isso, apesar de eu já ter percebido.

— Claro, vamos ver filme então. Qual você quer? Não me lembro qual você queria naquele dia. — suas palavras saem como balas direito para o peito, tão rápidas que Henry retoma o ar que segurou esse tempo.

Ele liga a televisão, e por uma última vez, resolvo me virar até as escadas, só para conferir, penso. Mas minha mente já está completamente louca e me vejo como uma namorada desconfiada, o que não combina nem um pouco comigo. Muito menos o termo namorada.

Olho em seus olhos castanhos claros, quase em um tom de mel delicioso e percebo pela quinta vez, que gosto de observá-los. Seus olhos encontram os meus, e quase como um "vem cá", seu braço forte me puxa mais para seu corpo e percebo como ele é quente. E gostoso, muito gostoso para eu ter que ficar longe.

Sua boca beija o topo da minha cabeça e meus olhos fecham no mesmo instante, posso sentir meu coração ser dosado por uma calma que só ele, Henry Scott, é capaz de me proporcionar.

Apenas ele.

Antes Que Ele Se VáOnde histórias criam vida. Descubra agora