Capítulo oito

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A sexta-seira chegou num estalar de dedos. Ainda tive que passar a manhã com Gil assinando papéis que chegaram inesperadamente mesmo eu deixando claro que teria um compromisso naquele dia com minha irmã mais velha, Gil um tanto paciente deixou claro que teria que me acostumar à essas intervenções entre compromissos pessoais e profissionais dali para frente, seria difícil mas ocorreria com frequência. Mesmo ele não tendo culpa de nada eu tive que me segurar para não lhe mandar o dedo do meio.

Ainda faltavam duas horas para o horário marcado no cartório, eu era uma das únicas convidadas de Beth, mesmo que as pressas, não poderia deixar minha irmã na mão. Não iria me emperequetar como Karolayne deveria estar fazendo nesse exato momento, porém, enquanto apertava o botão do elevador para meu apartamento meu corpo já ansiava por um banho refrescante e um cabelo limpo.

Achei estranho demais quando pus a mão na maçaneta e ela para minha surpresa escancarou-se antes mesmo de pegar minha chave na bolsa. Um ladrão em pleno meio dia!? Uma onda de medo passou por mim junto à incerteza se deveria ou não entrar no apartamento. Respirei fundo e tentei pensar positivo, não deveria ser nada, com tanta coisa rondando minha cabeça ultimamente aquilo deve ter sido somente um descuido meu de não fechar a porta mais cedo ao sair.

Fechei os olhos e sacudi a cabeça me livrando de todos malditos pensamentos negativos e levei um susto ao abri-los novamente e dar de cara com os cabelos negros de minha mãe em minha frente.

- Fala sério!? - Deixei escapar o suspiro pós susto. - Como entrou? O que está...

- Não me surpreende que ao menos se dá ao trabalho de enconder adequadamente a chave reserva no vaso da planta da porta. - Resmungou como se estivesse desapontada com algo.

- O que está fazendo aqui? - Perfuntei sentindo-me uma intrusa no meu próprio apartamento.

- Vim lhe pedir um favor e conferir se realmente estava morando em um lugar adequado... Fiquei preucupada por todo aquele tempo sabia!? - Revirei os olhos quase começando a gritar com ela por estar tão zangada quando eu deveria entar. Quando virei-me novamente para ela vi que segurava algo ao lado de seu rosto com uma expressão pior que desapontada. A carta. Ela segurava a maldita carta.

- Onde achou isso!? - O desespero tomou conta de meu corpo como um choque de um fio desencapado, rápido demais.

- Tive a mesma dificuldade que tive para achar suas chaves. - Disse sarcástica sem nem mesmo um sorriso, e aquilo dizia tudo. Ela leu, ela leu a porcaria da carta! - Estava em cima do balcão da cozinha empilhada junto às correspondências que fui verificar se sua cabeça oca estava ao menos se lembrando de pagar. - Explicou-se severamente.

- Isso é invasão de privacidade! - Fui até ela e arranquei o papel de sua mão. Parte daquilo era erro meu também, não deveria deixar algo tão sério jogado no balcão... Mas, quem iria adivinhar que a mãe maluca iria invadir seu apartamento e vasculhar suas coisas!?

- E isso que está nas suas mãos é coisa séria Katherine!

- Mas não me diga...- Zombei virando-lhe as costas e forçando um grito de desespero voltar para trás impedindo-o que saíse por minha garganta.

- A quanto tempo? A quanto tempo deixou esse garoto voltar para sua vida? - Virei-me novamente notando a mudança no tom de voz de minha mãe, dessa vez um tom mais compreensível e calmo.

- Não deixei. - Falei firmimente e ela me olhou como se estivesse mentindo, decidi explicar-lhe melhor para que não houvesse controvérsias. - À algumas semanas ele esteve no meu camarin e me entregou isso, foi derrepente e não trocamos muitas palavras depois disso. - Resumi e ela se sentou parecendo acreditar em mim se permitindo ficar mais calma.

Para sempre Katherine.Onde histórias criam vida. Descubra agora