Capítulo 4

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"Joy às 19:40"

Foi a mensagem que encaminhei para o número disponível no fim da carta, com o apoio e permissão de Aron.

Eram 19:30 Quando terminei o surto pós ler a carta e só então me levantei do sofá ainda tonta.

- Vamos...

- O que!? - Aron que segundos atrás acariciava minhas costas me consolando agora gritava confuso.

- Pensei que tinha concordado sobre meu encontro com ele...- Falei já pegando a chave do carro acima da mesinha de centro.

- Sim, eu concordei, mas não agora! Você está em estado de choque, está confusa e emocionalmente afetada, não pode sair por aquela porta e resolver que quer ter uma conversa com Jacob nesse exato segundo! - Aron se levantou e ainda preocupado caminhou em minha direção, porém, o ignorei e continuei.

- E perder todos os palavrões que já selecionei para jogar na cara dele!? - Minha cabeça parecia que iria explodir, no entanto, não fiz o máximo para não demonstrar. 

- Kath...

- Você vem ou não vem!?

- Alguém tem que te impedir de decapita-lo né... - Aron passou pela porta da mansão pegando seu casaco e me seguiu até o carro, mesmo com um olhar hesitante não me impediu de sentar no banco do motorista.

Olhei pelo retrovisor e meus olhos estavam tão vermelhos quanto possível, a prova de cada lágrima que lutei para não cair até o momento. Minha luta não foi tão eficiente assim, pois no meio da estrada quando os carros à minha frente se tornaram apenas borrões causados pelas lágrimas rebeldes que conseguiram escapar de meus olhos tive que ir para o acostamento e parar o carro.

Não liguei se Aron presenciava aquela cena, eu apenas agarrei o volante com toda força possível e deixei que todas as lágrimas saíssem enquanto ele acariciava meu ombro.

Fazia tanto tempo que ele não tinha esse efeito sob mim, tanto tempo que vinha me mantendo estável...  Cada degrau que conquistei e trabalhei no ano passado para me manter imune à Jacob pareciam terem sido descartados com a bendita carta.

Todas aquelas palavras, aqueles relatos, àquelas linhas e versos... A verdade. Por que a verdade doía tanto? Por que a verdade era tão obscura e difícil de engolir?

Acabei deixando que Aron dirigisse o resto do caminho.

- Sabe que não precisa ir lá né? - Perguntou Aron quando estacionamos.

Eu sabia que estava com a cara inchada  e vermelha por conta de todo choro que agora tinha cessado um pouco, mas não liguei, eu tinha que fazer aquilo... Tinha esperado tanto tempo pela verdade e por mais que ela tenha machucado ambos os lados eu tinha que ir lá e...

- O que vai dizer à ele? - Aron interrompeu meus pensamentos outra vez como se tivesse sido abençoado com poderes de ler mentes.

Eu não sei!
Não sei o que lhe direi!

- A série de palavrões. - Além da frase o sorriso que a acompanhou foi uma mentira.

Eu não tinha ideia do que iria dizer quando o visse novamente. Era como se  ele tivesse me apresentado realmente o Marcos e o Jacob que conhecia tivesse sido descartado junto à nossa história.

- Vamos embora. Voltaremos quando estivermos mais preparados... - Aron já ia passando a marcha quando segurei sua mão.

- Não Aron! Haja como o Wesley agora! Me apoie quando estiver prestes a fazer uma burrada e se der errado encheremos a cara juntos depois!

Para sempre Katherine.Onde histórias criam vida. Descubra agora