Capítulo 11

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O que você está fazendo? - Marcos perguntou quando saiu do armazen e me viu encostada no mini caminhão de exportação do lado de fora.

- Adiantando as coisas. - Respondi séria apontando para o carrinho de bebidas que tinha puxado adiantando o serviço dele.

- Não, você não está fazendo nada. - Ele andou até mim com passos firmes e sem dirigir seu olhar para mim agarrou o carrinho de bebidas que eu havia trago de volta. - Porque você não entende nada. - Murmurou se virando e fez sinal para um dos outros funcionários que pareciam se divertir com a situação vir pegar as bebidas que eu levei.

- Então me explica! - Gritei me desencostando daquela droga de caminhão já irritada.

- Aquelas garrafas ainda vão ter que passar por outra sessão, elas vão ter que ser embala...

- Não estou falando disso! Você sabe muito bem, me explique a porra do enigma que é você! Sempre usando essa desculpa que não vou entender nada sobre você... Me explique então, estou aqui, mais que droga! - Quando vi já estávamos próximos, eu estava praticamente cuspindo na cara dele e meu dedo apontado para aquele rosto com a barba por fazer como se no momento que o mexesse o rapaz sumiria. Talvez eu desejasse aquilo.

Marcos me olhou com um olhar cínico e nem se deu ao trabalho de me responder com algo sarcástico ou provocador, apenas passou por mim sem nem mesmo resquícios de um sorriso e quando já estava entrando no caminhão disse:

- Tenho que trabalhar Katherine. Não é uma boa hora.

- Pelo visto vou ter que ir com você então! - Gritei irritada indo até o mesmo caminhão com os punhos cerrados.

- O que? Katherine! Isso... Para de ser... Céus! Katherine, a entrega é longe e vou demorar... você...- Já era tarde, com todo esforço consegui subir naquela droga, ser baixinha tinha de fato muitos pontos baixos, mas ver a cara de Marcus surpreendido com a minha loucura, valeu todo o esforço.

- Pelo visto, eu também vou demorar. - Falei decidida, já me acomodando no banco do carona e abrindo a janela.

Marcus ainda boquiaberto tirou as mãos tatuadas do volante e passou as mesmas por seu rosto, como se quisesse aliviar algo. Quase sorri com a situação, ele realmente não iria escolher quando queria ou não falar comigo.

- Que merda é essa? Katherine, essas não são as circunstâncias e...

- Você iria organizar um jantar para mim? Isso é um convite? - Ousei olha-lo afundo um tanto debochada, como se olhar aqueles olhos não me doessem mais.

- Sim! Eu te convido para a porra de um jantar, mas não é uma boa agora... Estamos com raiva, confusos...

- Quer tempo para organizar mais mentiras Marcus? - Eu juro que vi suas pupilas se tornarem um mero pontinho em seu rosto após o meu comentário. - Pensei que já tínhamos passado da fase de nos sentirmos ofendidos. - Marcus tirou seu olhar do meu, não aguentando o meu tom sarcástico e por mais que meu sorriso estivesse estampado em meu rosto, eu não estava sentindo prazer em provoca-lo, mas ainda assim continuei. - Aliás, uma conversa com raiva, sempre é mais sincera... Liga logo isso aí, já estava na hora de termos a nossa primeira conversa verdadeira.

Marcus cerrou o maxilar irritado e eu comecei a me perguntar se ainda era seguro deixa-lo dirigir.

- O que você quer Katherine!? Ficar aqui me provocando, ou passar mais tempo comigo? - A frase saiu da sua boca sem sequer um sorriso, ele não estava me provocando, nem blefando e mesmo assim deixou todas as minhas provocações no chinelo. Perguntei-me se minhas pupilas reagiram do mesmo jeito que as dele.

Para sempre Katherine.Onde histórias criam vida. Descubra agora