{POV.ANY}
Eu empurro a comida garganta a baixo sem nem dar tempo de sentir o sabor enquanto Josh bebe água para controlar a tosse.
- Ieda, pelo amor de Deus, que diabos de pergunta inconveniente foi essa? (Ribeiro disse a esposa e eu interferi).
- Não, tudo bem. Mas não, Josh e eu não pretendemos ter um filho, até porque nós não temos nada e Josh já tem seu filho Taddy. (Digo tentando controlar meu nervosismo).
- Mas vocês fazem um casal tão bonito, tu até mora com ele. Achei que realmente tivessem algo já algum tempo. (Ieda insiste e Josh me olha de lado).
- Moro com Josh para facilitar o serviço de acompanhante... (E eu dou uma olhada breve para Josh mas logo viro o rosto corado). - Mas é uma relação extremamente profissional. (Digo olhando para baixo e pego a taça bebendo um pouco de vinho tentando acalmar o nervosismo em meu estômago).
- É, é isso mesmo. (Josh confirma e ele pareceu, talvez impressão minha, meio incomodado).Mas eu falei a verdade, sou paga para acompanhar Josh , o ajudar e me submeter a seus desejos sexuais. Sei que há alguns dias ele afirmou gostar de mim mas gostar todo mundo pode gostar de todo mundo, mas ter algo mais profundo não sei podemos.
- Mas por falar em filho, soube que Taddy está na cidade. Veio finalmente se interessar pelos negócios da empresa do pai? (Ribeiro pergunta enquanto voltamos a comer).
- Taddy não gosta muito de trabalhar com negócios, todos sabem. Ele veio apenas a passeio já que está de férias do serviço em Paris. (Josh mente e nisso eu pego a indireta de que não podemos falar sobre a realidade em nossa casa).
- E ele está se dando bem com Any? Todos sabemos o quanto ele era apegado a mãe. (Ieda pergunta curiosa).
- Taddy é reservado mas nos damos bem sim, não tem porquê ele ser contra mim. (Minto rápida e friamente).
- Você está com o pai dele e desde que Elisa morreu Josh não havia conhecido mais ninguém em público, ele pode ficar meio receoso. (Ieda comentou bebendo vinho e as vezes essa curiosidade de fofoqueira dela me irritava).Mas quem tomou a palavra foi Josh.
- Não, não ficou receoso. Taddy sabe muito bem do papel de Keren e isso está claro. (Josh disse firme encerrando o assunto).
- Mas então Josh, como estão indo as exportações dos novos automóveis? (Ribeiro pergunta puxando outro assunto).E eu volto a comer dando graças a Deus por sairmos desse assunto tão delicado.
[...]Após o jantar, Josh e Ribeiro foram ao escritório do encomendador para conversarem um pouco mais a vontade, falar de negócios como sempre. Enquanto isso, Ieda e eu ficamos na sala de estar conversando enquanto tomávamos um pouco de chá de folha de laranjeira, nem sabia que existia esse negócio. E a pequena Verônica subiu para seu quarto.
- Sabe, estou admirada que Taddy esteja se dando bem contigo. Ele era muito apegado a Elisa. (Ieda comentou).
- Você a conheceu? (Perguntei curiosa).
- Não, na verdade, nenhum de nós do meio social de Josh tivemos algum acesso a ela. Apenas no casamento onde ela apenas me deu um "obrigada" e correu para se refugiar atrás dos pais e depois atrás de Josh, sei lá, ela era... estranha. Nunca foi a um evento com Josh, quando íamos a antiga casa deles ela literalmente se escondia de nós, e quando adotou Taddy ela ficou pior ainda. Vimos o menino poucas vezes antes dela pega-ló e arrasta-ló para o quarto com ela, tudo muito sinistro. (Ieda contava). - Então a última vez que a vimos, tragicamente foi em seu velório 5 anos atrás. (Completou).
- Ela parecia ser muito... complicada. (Comento bebendo o chá).
- Josh te contou mais sobre ela? Sobre o porquê ela era assim? (Ieda perguntou curiosa).Se Josh não havia a contado era porque ela não devia saber então, fofoqueira do jeito que ela é, todos já saberiam que Elisa tinha distúrbios mentais.
- Não, ele falou apenas o básico que foi casado por 15 anos, ficou viúvo e tem um filho adotado. E que a falecida esposa era um pouco... anti-social. (Minto e tomo um pouco de chá para disfarçar).
- Anti-social é pouco, ela devia ser uma louca isso sim. (Ieda rebate rindo e eu apenas bebo um pouco mais do chá novamente). - Pelo menos agora contigo parece que Josh acertou, vi o jeito como todos no evento de caridade gostaram de ti. Tu tem futuro, menina. (Ieda comenta).
- Obrigada. (Forço um sorriso).
- Sabe, você e Josh dariam um belo par. Já que esse seu charme conquistou até mesmo o filho rabugentos dele. (Ieda comenta).E eu apenas sorrio bebendo chá.
Não, Ieda. Com certeza meu charme só trás ódio para Taddy. Pensei.
[...]No dia seguinte...
Mesmo com as perguntas inconvenientes de Ieda, até que o jantar com os Ribeiros foi muito agradável. Verônica, filha deles, é uma gracinha e antes de virmos embora, ela fez questão de me levar a seu quarto para mostrar sua coleção de bonecas barbies, muito fofa ela.
Não sei ao certo se Josh vem almoçar hoje em casa então por isso eu já havia me alimentado, Taddy passa a maioria do dia trancando e eu dou graças aos céus por isso. Apesar de me perguntar como ele consegue passar tanto tempo trancado no quarto, acho que deve ser pela criação de Elisa, ele deve ter pegado a maioria das mania da mãe.
Eu estava na sala sentada sobre o sofá com minhas pernas sobre o mesmo enquanto entediada eu passava as folhas de uma revista qualquer que estava por aqui, quando então ouço a porta se abrir e Josh aparece. Ele anda até mim e me dá um selinho demorado.- Achei que não viria almoçar hoje. (Comento enquanto Josh vira as costas para mim já andando).
- Arrume suas malas, coloque roupas de luxo para o fim de semana e outras normais para sair. Viajaremos daqui há 3 horas. (Josh avisa enquanto subia as escadas).E eu dou um salto do sofá após ouvir a bomba que ele me jogou.
- É o que?! (Pergunto assustada subindo as escadas atrás dele enquanto o mesmo andava pelos corredores até seu quarto). - Viajar esse fim de semana? Eu nunca... Eu nunca sai de Los Angeles, Josh. Para onde vamos?! (Pergunto eufórica andando até Josh).
E o mesmo para abrindo a porta do seu quarto e solta um sorriso malicioso antes de soltar outra bomba antes de entrar.
- Las Vegas, baby.
[...]