{POV.ANY }
O sinal da faculdade toca indicando o final das aulas e eu me levanto meio preguiçosa da minha cadeira enquanto pegava minha bolsa, livros e cadernos que estavam em cima da mesa. Lá vamos nós para mais um dia cansativo de lutas, enquanto os dias de glória não chegam.
Ando até meu armário para guardar meus livros antes da sair da faculdade e vejo Bailey se escorar no armário ao meu lado e falar:- Festinha na casa do Noah hoje às 21:00, vamos brotar lá? (Ele diz animado com sua mochila nas costas).
- Nem fodendo, sabe que eu vou tá... (Começo a falar mas ele me interrompe).
- Trabalhando. (Ele completa e eu sorriu). - Eu já sabia que ia me dar essa resposta mas não custava tentar né?
- Foi mau aí, parceiro. Mas sabe que eu tenho que trabalhar, não é fácil se sustentar sozinha e ainda fazer faculdade. (Expliquei enquanto andávamos até a saída da faculdade).
- Eu posso compreender, mas as vezes acho que esse trabalho te cansa demais. Tu nunca sai a noite com a gente, o pessoal reclama as vezes, sabia? Acho que devia tirar umas folgas de vez em quando. (Bailey sugere e eu reviro os olhos).
- E por acaso folgas vão pagar o aluguel atrasado do meu apartamento? (Falei revirando os olhos e ele gargalhou).
- Se é que podemos chamar aquele cubículo de apartamento. (Meu amigo comentou e eu ri).
- É o que temos por enquanto. (Rebati).
- E aí vai querer carona para o restaurante? (Bailey fala mostrando o capacete de sua moto).
- Não, prefiro ir de ônibus. Mas obrigada. (Falei sorrindo de lado).
- Também já sabia dessa resposta, mas não custava tentar né. (Ele diz rindo e eu reviro os olhos). - Você é tão previsível, Any . (Ele comenta me dando um beijo na bochecha e saí até sua moto enquanto eu acenava com a mão, e depois começo a andar)."Não, Bailey . Eu não sou alguém previsível", pensei.
Bailey tem 22 anos e é um dos meus amigos da faculdade, confesso que já fiquei com ele algumas vezes mas hoje somos só amigos mesmo. Eles assim como os outros acham que eu sou uma simples garçonete que se mata de trabalhar para tentar pagar suas contas já que agora sou órfã, mas mau sabe eles que eu não passo de uma puta stripper dançarina que ganha a vida tirando a roupa na frente de um monte de homens. Já pensei diversas vezes em contar a eles mas tenho medo de suas reações, para eles eu pareço uma pessoa tão recatada e tímida, o que eles iam achar dessa safadeza que mora dentro de mim?
Mas eu não me tornei stripper só por safadeza, nos meus 17 anos com meus pais mortos em um acidente e sem mais nenhum parente, eu tive que começar a me virar sozinha para não morrer de fome. E foi virando stripper que achei um meio mais fácil, não me orgulho disso mas é melhor do que morrer de fome.
E os caras pagam bem para me ver, agora com apenas 20 anos eu tenho um corpo que muitas garotas da minha idade se matam em plásticas pra poder ter, é genética minha pois minha mãe era uma mulher muito bonita. Meus pais. Sinto tanta falta deles, vivo cheia de contas atrasadas e sempre a beira de ir para a rua com meus aluguéis atrasados mas eu me mataria se isso trouxesse eles de volta, eram pessoas tão boas e integras que não mereceriam aquele fim.
Andando até o ponto de ônibus mais próximo eu paro em frente a uma grife de roupas, calçados e assessórios que tem ali perto, parece que já virou um hobby meu sempre que passo por aqui parar e analisar essa loja. Tudo tão chique, lindo e clamuroso. E lá está o vestido verde escuro com pradarias que há alguns meses eles colocaram para vender mas ninguém ainda comprou, e tão lindo e tão longe, pois eu sei que jamais terei um desses. Deve valer uns dez aluguéis do meu apartamento
Respiro fundo frustrada e pego meus fones de ouvido colocando AC/DC - Highway to Hell, não sei porquê ainda fico olhando essas coisas. Só para me frustrar por ser uma puta, pobre e órfã.
O ônibus para na parada de ônibus assim que chego e entro correndo no mesmo.
[...]- Vamos trabalhar, putada! (Ouço Roger dizer assim que chego ao Paradise). - Ah, olha quem chegou. Minha cabelos rosas preferida. (Ele fala assim que me ver).
- Eu sou a única de cabelo rosa por aqui né? (Falo e ele solta uma gargalhada). - Preciso falar com você. (Completo enquanto deixo minha mochila em cima de uma das mesas do espaço).
- Depois, vá se trocar e ensaiar com as outras meninas. Preciso de um espetáculo belíssimo hoje, pois receberemos um cliente especial. (Ele explica para mim e as outras meninas que estavam no salão).
- Outro velhote rico que dá um infarto na primeira tirada de sutiã? (Neve fala enquanto se alongava sobre o palco e todos rimos).
- Esperem e verão. Apenas façam o melhor trabalho que puderem e eu sei que vocês podem. (Roger diz a todas nós e me dá um aperto levo no queixo).
- Pode deixar. (Digo sorrindo leve e ele assenti saindo do salão).
- Quem será esse cliente novo? (Pérola Negra fala enquanto eu tiro minha roupa de ensino de dentro da mochila e começo a tirar minhas botas para me trocar ali mesmo).
- Não sei, mas se der uma boa gorjeta é o que resta. (Falo enquanto me trocava).
- Problemas de novo com o aluguel? (Neve diz vindo em minha direção).
- E água, luz, gás. O de sempre né. (Bufo e ela apenas me dá um olhar compreensivo). - Bora lá, porra. Que a Pink chegou! (Falo animada e dou um pulo no palco).
- URRULL!! (As meninas gritam animadas).E Marinha liga o som colocando Aerosmith - Cryin enquanto eu e as outras strippers começamos a dançar nas barras de polidance ensaiando para o show de a noite.
[...]{POV. JOSHUA}
- Eu sinto muito senhor Anders, mas esse resultado é totalmente verídico. (O homem fala a minha frente e esse seu olhar de pena sobre mim estava me enojando).
- Saia daqui. (Falo firme sem olhar para ele, com meus polegares acariciando minhas sombracelhas).
- Mas senhor, se iniciar o... (O homem tenta argumentar mas eu já estava cheio de toda aquela velha ladainha).
- Eu já sei tudo, apenas saia daqui porra. Saia! (Grito batendo na mesa e vejo o homem estremecer na cadeira a frente de minha mesa).Ele se levanta e começa a sair da minha sala sem dizer nada. Passo as mãos no rosto bufando e tento controlar meu gênio, mas não tem como ficar calmo diante dessa porra. Não há solução para mim, não há.
- Senhor. (Medaline, minha secretaria, entra em minha sala). - Desculpe incomodar, vim lhe avisar para a reunião com os árabes daqui há 20 minutos. (Ela explica).
- Tudo certo com minha reserva no Paradise hoje a noite? (Pergunto me levantando de minha mesa e fecho um dos botões do meu terno).
- Sim, senhor. O dono do local mandou dizer que o show de hoje será especialmente especial ao senhor. (Medaline explica empolgada e aquilo me dava náuseas).
- Espero que seja mesmo. (Falo sem dar importância passando por ela e começo a escutar passos atrás de mim).Nunca fui de frequentar esses tipos de lugares noturnos, nunca vi muita emoção neles. Mas agora que preciso achar o que tanto procuro, eu estou revirando praticamente essa cidade e arredores, espero que encontre por lá hoje pois minhas opções já estão acabando.
[...]Oii meus solzinhos , eu voltei espero q gostem dessa fanfic , amo vcs beijos 😘