Capítulo 48

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{POV. JOSH}

Todos ouvimos os gritos por socorro de Any por toda a casa e corremos o mais rápido que pudemos até lá, ouvi também a voz alterada de Taddy e tudo de ruim está a passando por minha mente. Corro o mais rápido que consigo junto com as amigas de Any atrás de mim, chego no corredor e os gritos de Any se tornam mais dolorosos e eu sinto meu coração ferver e pulsar. Sei que não posso fazer esse tipo de esforço mas, foda-se, Taddy é meu filho mas ele não encostará um dedo em Any.
Abro a porta do quarto de Any com um chute e percebo que Taddy encostou muito mais que um dedo em Any.
Meus olhos se arregalam e meu sangue ferve ao ver Any chorando com seu rosto avermelhado, um olho roxo, os lábios cortados e a boca sangrando, seu pescoço tinha marcas profundas de dentes onde sangue jorrava com força, seus braços, pernas e barriga tinham marcas roxas de socos.

A parte de cima de seu biquíni estava rasgada enquanto Taddy tentava morder seus seios expostos e ela se debatia chorando e gritando. E eu explodi não pensando mais em nada, somente no covarde que era meu filho por ter feito aquilo com Any, com uma mulher. Com a minha mulher.
Corro até eles e puxo Taddy por sua camisa, antes que ele possa fazer algo eu lhe dou um soco no rosto do mesmo, o fazendo cair com tudo no chão.

Tudo se torna um borrão em milésimos de segundos, Any grita em pânico, chorando e eu avanço me sentando sobre Taddy começando a depositar vários socos no rosto do mesmo sem deixar que ele se defenda.

- Filho da puta do caralho. (Rugi lhe dando um soco). - Você vai aprender a nunca mais encostar um dedo nela. (Outro soco). - Muleque mimado, Elisa estragou você. (Mais socos nele).
- Josh para! Vai acabar matando ele! Para! (Any grita atrás de mim).

Mas eu não quero parar, eu não consigo parar, quero descontar todos os machucados que esse moleque fez Any passar. Ele pode ser meu filho mas tem que pagar, tem que levar um corretivo.

- Josh para, pelo amor de Deus!!

Any diz e sinto seus braços circularem minha cintura mas ela não tem tanta força para me segurar, ainda mais machucada, machucados que esse verme fez. Isso só me dá mais raiva e soca-ló ainda mais.
Sinto os braços de Any ao redor de meus ombros largos e ela tentando me segurar.

- Para, Josh! Por favor, vai acabar matando seu filho! (Any chora perto de meu ouvido). - Meu amor, por favor para! Por mim, meu amor! Para!

Any completa e minha mão para no ar instantâneamente, Any chora e eu só consigo me apegar ao toque dela e suas palavras "Meu amor", não meu "Meu Senhor" mas "Meu amor". Como um balde de água fria sobre meu corpo eu olho para Taddy quase inconsciente com o rosto todo ensanguentado, ele vira e cospe sangue no chão do quarto junto com dente de sua boca.

- Chega, vem. (Any sussurra em meu ouvido se levantando e eu me levanto também).

Eu seguro seu rosto e ela geme de dor com o contato, seu rosto é pura lágrimas em meio a tantos hematomas cheios de sangue, seu corpo treme enquanto ela abraça seu próprio corpo todo machucado tentando esconder os seios também machucados.

- O senhor quase me matou por causa dessa vadiazinha? Que tipo de homem o senhor se transformou? (Taddy grunni se levantando).
- Um homem apaixonado que nunca mais vai deixar tu encostar um dedo nela. (Digo grunindo). - Eu devia ter te batido muito mais, devia ter dado o corretivo que Elisa nunca deixou eu te dar, seu moleque mimado.
- Minha mãe me amava!! (Taddy grita furioso).
- ELISA ERA UMA LOUCA E ABUSAVA DE TI, UMA SIMPLES CRIANÇA!! (Eu rebato e ele engoli seco enquanto todos no quarto ficam mais chocados ainda).
- Minha mãe me amava... (Taddy murmurou e lágrimas descem de seus olhos). - E agora o senhor ama essa daí, que é bem diferente de minha mãe. "Elisa, a louca", era assim que todos a chamavam né? (Taddy diz amargura).
- Elisa manipulou tua mente, Taddy. Ela tinha distúrbios e você era apenas uma criança. (Rebato).
- E o senhor mesmo assim não fez nada? Prefiriu continuar aumentando a empresa e fingindo que não tinha nada acontecendo na sua casa.

Taddy rebate e anda até mim, imediatamente eu me coloco a frente de Any  para protege-lá e ela segura firme minha mão com medo de mais uma agressão dele.

- Quem devia ter morrido naquele acidente era você, papai. (Taddy cospi as palavras e sai andando para fora do quarto enquanto todos davam espaço para ele passar).

Aquilo cai como uma bomba sobre mim e eu sinto uma forte aguda e forte dor em meu peito fazendo eu colocar a mão sentindo a dor e falta de ar.
Sim, meu filho. O destino já está providenciando isso.

- Josh, você está bem? (Any pergunta preocupada ficando a minha frente e eu tento segurar a dor mas outra fisgada vem).
- Deve... deve ter sido esse estresse todo. (Resmungo e ela me ajuda a sentar na cama).

Sinto meu corpo todo tremer e solto um grunido com outra fisgada de dor.

- Meu amor, tem algo que eu possa fazer? Você está ficando pálido e suando frio. (Any diz preocupada se ajoelhando a minha frente).

E eu observo aquela mulher toda machucada e ensanguentada, cheia de dor e ainda assim, se preocupando comigo. "Meu amor", essas palavras conseguem serem mais bonitos em sua boca do que "Meu senhor".

- Tenho que ir para meu quarto, tenho... (Aperto meu peito com outra fisgada de dor). - Tenho calmamentes e remédios lá. (Explico).
- Eu vou com você. (Any diz enxugando as lágrimas).

Então Sara, uma de nossas empregadas, fica ao lado de Any.

- Senhora, a senhora está muito machucada. Não tem condições de cuidar dele, fique aqui que suas amigas iram lhe ajudar. Cida e eu cuidaremos do senhor Josh. (Ela explica mas Any volta a chorar).
- Não, eu quero ficar com ele. (Any insiste chorando).
- Meu amor, por favor. Será rápido. (Argumento e solto outro grunido de dor).
- Não, não, Josh. Fica aqui. (Any chora e meu coração parece que vai se dilacerar ao vê-lá assim).
- Amiga, por favor. Precisamos cuidar de você, desse ferimento horroso no teu pescoço e todo o resto. (Diz uma das amigas de Any se pondo ajoelhada ao lado dela no chão junto com as outras).

E Cida se coloca ao meu lado junto com Sara.

- Venha, senhor.

Sara diz enquanto me ajudam a levantar e eu começo a sentir mais falta de ar também, mas consigo controlar para andar.

- Josh... por favor... (Any sussurra ainda no chão enquanto eu ando até a porta).
- Você precisa se cuidar também, meu amor. (Digo indo até a porta).

As amigas abraçam Any e ela me olha chorando em meio a tantos hematomas e sangue pelo corpo e rosto.

- Meu amor... (Ouço Any sussurrar antes da porta fechar).

Nunca me senti tão vazio e fraco ao me separar de alguém, e foi tão fácil chamar Any de "Meu amor" que isso se torna algo assustador para mim. Eu não aguento mais ficar um dia longe dessa mulher e vê-lá desse jeito hoje foi a constatação de que eu não conseguirei viver mais sem ter essa mulher ao meu lado, a fração de alguém lhe machucando me tornou totalmente inconsequente e agressivo. Eu só pensava em protegê-lá, seja de quem for.
[...]

My Lord - beuanyOnde histórias criam vida. Descubra agora