{POV. ANY}
O que era para ser o dia mais perfeito da minha vida, se tornou o dia mais horrível de todos. Só de lembrar Taddy me tocando e querendo fazer coisas comigo contra a minha vontade, me faz sentir nojo de mim mesma, mesmo sabendo que eu não tenho alguma nisso. A maneira como ele tinha ódio de mim apenas por eu ter entrado na vida do pai dele, o olhar dele a cada soco que ele me dava, serão os fantasma que carregarei para minha vida inteira.
Se não fosse por Josh, Taddy teria terminado o seu objetivo, se não fosse por Josh, Taddy teria me estrupado.
Josh que quase mata Taddy naquela surra. Ele iria mata-ló se eu não tivesse intervindo, não quero ser o pivô de mais uma tragédia nessa família que já está dilacerada. Josh, o nome dele ecoava em minha mente a cada segundo que fico longe dele por apenas algumas parede. Eu o chamei de "Meu amor", ele me chamou de "Meu amor", uma conexão que fez Josh me ouvir e parar de socar a cara de Taddy, uma conexão que me acalmou quando ele disse que não se sentia bem e precisava ir para o quarto.
E eu não aguento mais ficar longe dele depois de tudo que eu passei, eu só quero me deitar sobre o peito dele e imaginar que ao seu lado nada mais nos atinge.
Depois que Sara e Cida foram cuidar de Josh, minhas amigas começaram a cuidar de mim e eu agradeço aos céus por isso, pois não tenho forças alguma para fazer algo sozinha. Taddy é forte e não teve pena nas agressões, tudo em mim dói. Minhas costelas, minhas pernas onde ele deu chutes, meus braços onde ele apertava e socava, ele é mais forte do que eu, não tive como impedi-ló.
Vermelha e Marinha prepararam um banho para mim onde eu fiquei quase uma hora boiando na banheira enquanto todas elas limpavam meus ferimentos, a água morna fazia os ferimentos arderem e doerem ainda mais, a água que antes era cristalina agora está puro sangue, meu sangue que Taddy despejou. Meu pescoço latejava e mesmo depois do sangue limpo as marcas dos dentes eram horríveis e profundas, Taddy havia se transformado em um verdadeiro monstro sobre mim. Minhas amigas me ajudavam a tomar o banho e eu só sabia chorar dentro da banheira enquanto minhas amigas me limpavam, e eu pensava no dia horroroso que hoje havia se tornado.Todas minhas amigas falavam inconformadas no que Taddy havia feito comigo, mas eu só sabia pensar em Josh que também sofria há apenas algumas paredes de mim. Eu preciso vê-ló com urgência.
Sabina e Neve me ajudaram a sair da banheira e eu fiquei em frente ao espelho enquanto elas me ajudavam a vestir uma calça moletom cinza com uma camisa cinza larga de mangas, e eu senti outro nó em minha garganta ao me olhar no espelho. A água que escorria de meu cabelo rosa fazia o hematoma roxo em meu olho esquerdo arder ainda mais, minha visão nesse lado estava um pouco embaçada mas eu conseguia ver bem os arranhões em minha bochecha pelas unhas de Taddy quando ele me tapas, meu lábio estava cortado e inchado, e eu engoli seco o choro quando olhei para o espelho e vi todo os meus braços com marcas roxos pela violência. Ele foi destinado a me matar, jamais tinha passado por qualquer coisa assim em minha vida.
Em seguida, minhas amigas me ajudaram a sentar na cama e Pérola Negra começou a cuidar de meu ferimento no pescoço com o kit de primeiros socorros que Sara havia entregado a ela, gemi baixinho ao sentir a ardência do remédio sobre meus ferimentos, um pouco mais fundo e eu precisaria ir tomar pontos no hospital. Enquanto isso Vermelha cuidava de meus ferimentos no rosto passando uma pomada analgésica transparente.
Sabina acariciava meus cabelos e eu olho ali para cada uma ali ao meu redor, ainda vestidas de biquínis mas empenhadas em cuidar de mim, algumas sentadas no chão e Diaba limpando o sangue de Taddy no chão de meu quarto. Minhas amigas, minhas irmãs.- O-obrigada... (Sussurro meio rouca sentido meu lábio doer mas me forço a falar). - Por... por estarem cuidando de mim. (Completo e algumas lágrimas caem ainda mais).
Neve sentada no chão ao meu lado segura com cuidado minha mão cheia de hematomas e Vermelha termina os curativos em meu rosto.
- Não precisa agradecer, é o mínimo que podemos fazer para amenizar tua dor. Ninguém merece passar pelo o que tu passou. (A última diz também emocionada).
E Cida entra trazendo consigo um copo d'água e alguns comprimidos.
- Sara mandou trazer isso para a senhora, vai amenizar as dores. (Ela explica me mostrando o que tinha em mãos).
Mas eu não conseguia pensar em mais nada.
- Josh, como ele está? (Pergunto preocupada).
- Está bem, senhora. Está mais calmo e agora descansa deitado, mas está fraco então por isso não podia vir vê-lá. (Cida explica).
- Então me levem até ele. (Digo me levantando de uma vez).Mas sinto meu corpo todo doer e minhas pernas bambeam um pouco. Sabina e Pérola Negra me seguram a tempo antes que eu caísse e me ajudam a ficar de pé.
- Ei, ei. Calma, desse jeito vai piorar ainda mais. (Marinha diz).
- Por favor, me levem a Josh. (Eu peço chorando e olho no rosto de cada uma). - Por favor, eu preciso ver Josh. Preciso ver o meu amor. (Imploro e elas engolem seco).
- Tudo bem, mas tem que tomar os remédios primeiro. (Neve concorda).Automaticamente eu pego os 3 remédios que Cida tinha em mãos e mando garganta a baixo junto com a água mesmo sentindo meus lábios doerem com o esforço, todas assentem e elas se juntam para me ajudar a andar até o quarto de Josh. Eu estava tão dolorida que até andar me fazia desejar a morte, mas eu não daria espaço para dor se isso não fosse me levar até Josh. Cida abre a porta do quarto de Josh e eu assim que as meninas me ajudam a entrar eu logo o avisto deitado na cama com o edredom por cima do mesmo, seu rosto se vira para mim e seu olhar é a melhor coisa que me acontece em tempos.
Josh tinha olhos avermelhados e inchados como se tivesse chorado bastante e eu acredito que estou no mesmo estado, me desvencilho do aperto de minhas amigas e caminho devagarinho até ele contendo as dores em meu corpo. Josh se afasta e me recebe com todo o cuidado do mundo em um abraço enquanto eu me deito sobre seu colo, ele me abraça com todo o cuidado do mundo mas eu sei que ele sente o mesmo que eu, eu consigo sentir o quanto ele não via a hora de me ver.- Vamos deixa-lós sozinhos.
Ouço alguma das meninas falar e depois de alguns segundos ouvimos a porta de fechar.
Me apego a aquele silêncio apertando ainda mais a camisa de Josh e ele suspira acariciando meu corpo.
[...]Não houve palavras trocadas durante horas, apenas toques. Mas toques que diziam mais que qualquer coisa, uma conversa silenciosa em uma conexão que somente nós entendíamos.
"Me desculpe"
"Você não tem culpa"
"Vai ficar tudo bem"
"Sempre vou está do teu lado"
"Te protegerei até o último de minha vida"Logo depois o cansaço finalmente nos alcançou e apesar das dores horríveis, eu consegui me entregar ao sono sobre o peito de Josh.
[...]Já era tarde da noite, não sei ao certo nem que horas eram quando eu acordo abrindo meus olhos devagarzinho sentindo um pouco de dor por causa dos hematomas em meu rosto e não sinto mais o corpo de Josh sobre o meu. O edredom está sobre mim e quando eu olho para o lado lá está Josh sentado na cama com o rosto entre as mãos, e eu me forço a me sentar meio confusa.
- Josh? (Eu o chamo com a minha voz meio rouca). - Aconteceu algo? (Pergunto preocupada).
E minha preocupação aumenta mais ainda quando Josh se vira para mim e me olha com o rosto cheio de lágrimas e o celular entre as mãos.
- Um delegado acabou de me ligar... (Sua voz falha e Josh contou aos prantos). - O carro de Taddy foi... foi encontrado capotado numa estrada na saída da cidade. Taddy está morto, Any. Meu filho está morto.
E sinto todo o meu psicológico desabar.
[...]Continua...