{POV. ANY}
No dia seguinte...
Mesmo ninguém sabendo, hoje era um dia diferente para mim. Acordei e me olhei nua de cima a baixo no espelho do banheiro, eu estava muito diferente que antes. Sou uma mulher agora, uma mulher linda, determinada e que está escrevendo um lindo futuro. Uma mulher que passou por tanta coisa, teve que superar a morte dois pais e trabalhar vendendo a imagem do corpo para não morrer de fome nas ruas, uma mulher que dá a vida pagando sua faculdade de botânica para conseguir um futuro descente fazendo o que gosta. Uma mulher que agora trabalha para um homem que está mudando sua vida em apenas alguns meses, deixando cada dia um mais intenso que o outro. Tenho orgulho da mulher que me tornei.
Ontem foi um dia maravilhoso, passaeamos por quase toda Las Vegas e fizemos várias coisas, e depois passamos a noite no hotel unindo nossos corpos suados ao contato mais profundo entre dois seres humanos. E nesse momento, o jatinho de Josh acaba de decolar indo embora de Las Vegas.
Josh me pediu para eu me arrumar com mais capricho hoje, queria que fôssemos embora em grande estilo e o mesmo não usava terno, mas outra roupa informal de camisa branca e calça marrom. Então eu resolvi colocar um vestido curto e justo rosa brilhante, um salto transparente, uma bolsa rosa ao lado, uma pulseira simples para dar um toque delicado e fiz um penteado de trancinhas na lateral de meu cabelo, deixando o restante cair em ondas rosas para o outro lado.
- Sim, eu... traía Elisa.
Josh diz de repente assim que o avião ficou plano sobre as nuvens que eu observava pela janela, virei meu rosto para ele confusa e o mesmo engoliu seco enquanto eu lhe olhava sem saber o que dizer.
Josh realmente tinha traído Elisa, talvez até mais de uma vez. A mulher que ele alegava amar tanto, a mãe do filho dele.
- Não precisamos falar disso se... (Eu tentei falar com minha voz travando um pouco mas Josh me interfeiriu).
- Não, eu quero falar. Eu fui grosso contigo ontem por eu mesmo não saber como dizer mas eu... Eu... preciso falar. (Josh disse como se sentisse sua voz travar). - Eu me sinto um lixo por ter que falar isso, mas é a verdade. Eu traí de Elisa e não foi apenas uma vez, eu lhe traía com qualquer tipo de mulher que nem sequer chegava aos pés dela. Isso é era uma humilhação para ela, ter o marido pegar qualquer mulher da rua para satisfazer suas necessidades idiotas de homem. (Josh trava engolindo seco e uma lágrima cai de um de seus olhos).
Aí meu Deus, nunca vi Josh chorar na frente de ninguém.
- Eu pegava minhas secretarias, as empregadas dentro de nossa própria casa. Eu sou um lixo por ter feito isso, eu sei disso. Mas sabe o quanto é doloroso para qualquer ser humano não poder tocar sua mulher, sentir o corpo dela, o cheiro, por medo de machuca-lá ou fazer algo errado. E ela surtar quebrando coisas e querendo machucar a si mesma. (Josh completou e eu senti meu coração se apertar por dele).
- Ela surtava durante... a relação? (Perguntei horrorizada mas logo notei minha indiscrição). - Por favor, não precisa me dizer nada. Estou sendo indis...
- Não, não. Tudo bem, é apenas a realidade. (Josh me interrompe).
Então ele passa a mão no rosto e respira fundo.
- Elisa sempre fui muito tímida e retraida, isso foi o que me chamou a atenção quando ainda éramos adolescentes no colégio. Ela era a garotinha nerd esquisita que em todo momento livre, gostava de exilar no canto mais escuro da biblioteca. Isso me fascinou nela, não era como as outras garotas do colégio que se jogavam em cima de mim pedindo para eu tomar seus corpos no primeiro beco que passassemos. (Josh começou a contar e a forma como ele falava de Elisa era lindo de se ver). - Namoramos por um longo tempo mas ela jamais se aproximou de meus amigos o bastante, eu era o único que ela tava espaço. O único que pulava a janela de sua casa e a via debaixo da cama ouvindo música, inicialmente eu fiquei intrigado mas depois passei a me juntar a ela ouvindo música debaixo da cama...
"- Nos casamentos e só então que tivemos algo, mas era tudo sempre a mesma coisa. Elisa não gostava do seu próprio corpo e surtava quando eu ligava sequer a luz, eu tentava ir mais fundo e ela alegava dor, e me expulsava do quarto quebrando todas as coisas. Isso foi desgastando ainda mais nosso casamento, então veio a adoção de Taddy e nem em nosso quarto ela dormia mais. Meses sem passarmos de selinhos de despedida no café do manhã, eu já estava enlouquecendo, eu a amava mas comecei a questionada se ela também sentia o mesmo por mim. Eu jamais tinha olhado para qualquer outra mulher desde que nos conhecemos mas depois de meses sem sentir um corpo feminino, eu...
Josh contava e lágrimas desciam de seus olhos e eu sabia que era a hora de parar, então com calma segurei firme a mão dele sobre o braço da poltrona do avião e falei:
- Tudo bem, Josh. Eu te entendo, agora pare de se torturar.
Josh fecha os olhos e assenti respirando fundo, e eu solto sua mão e abro meu cinto de segurança do avião. E me viro me sentando sobre o colo de Josh lhe abraçando com meu rosto no vão de seu pescoço sentindo seu perfume inesquecível amadeirado, e como se precisasse daquilo mais que tudo na vida, Josh me abraça firme sentindo também o meu perfume de lavanda de flores rosas.
- No dia que ela sofreu o acidente, tínhamos brigados porque ela descobriu uma das traições com uma de minhas secretarias.
Josh contou com sua voz grossa um pouco rouca como se tivesse um nó em sua garganta.
- Você é muito especial pra mim, Any. Não quero te perder... (Josh falava e eu lhe interrompi segurando seu rosto lhe forçando a me olhar).
- Tu não vai me perder. (Digo firme e puxo Josh para um beijo salgado por suas lágrimas).
Josh errou feio e nada justifica, mas não quero me apegar ao passado dele e sim ao que temos no tempo presente.
[...]
Chegamoz em Los Angeles e Josh abre a porta de casa para eu entrar primeiro.
- SUPRESA!!
