Chapter two

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 Na manhã seguinte o ômega despertou mais cedo que o filhote, tirou cuidadosamente o alfinha de seu peito e levantou para fazer sua higiene matinal, quando voltou ao quarto Oliver ainda dormia tranquilamente, porém Tomlinson precisou acordar o filhote para tomarem o café da manhã juntos. Louis ao menos viu o tempo passar, estava muito ocupado com todos os preparativos para o funeral, passou o dia cumprimentando alguns membros da família de seu pai ou até mesmo parentes de Joe, sempre sendo o mais breve possível, sabia que a maioria só estava ali para a leitura do testamento de Mark, o alfa mais velho constantemente falava sobre a parentela que mantinha contato somente para pedir dinheiro ou até mesmo um emprego no haras.

No outro dia o clima estava totalmente diferente, muito choro e até mesmo alguns gritos desesperados, Tomlinson não queria diminuir ou menosprezar a dor de uns, mas sabia diferenciar muito bem o luto verdadeiro do falso. Seu filhote por outro lado encontrava-se assustado, não queria sair de perto do ômega por um minuto, e Louis deu graças a deus pelo filhote não rosnar enquanto algumas pessoas passavam por eles, seus ouvidos ficaram sensíveis a toda essa gritaria, obviamente o possível rosnado de Oliver não o afetaria, mas, devido a sensibilidade poderia haver um incômodo pela proximidade que o alfinha estava de sua orelha.

O velório seria ao cair da noite.

Marcavam dezesseis horas no relógio da sala e Tomlinson decidiu que já estava na hora de ir ao quarto para que pudessem se arrumar. Quando entraram no cômodo, Oliver rapidamente tirou a roupa e se transformou em um lindo lobo branco. Devido ao alfa estar em um ambiente novo, encontrava-se em alerta, pois alguns lupus não controlavam o cheiro perto de crianças, e com isso provocavam um estado de cautela nos lobos mais jovens. O pequeno sentiria-se ainda mais seguro em sua forma primitiva e Louis o entendia muito bem, afinal o lobo de Ollie estaria em sua forma total alinhado cem por cento com os instintos lupinos e os elementos da natureza, trazendo assim uma sensação de segurança.

O ômega se apressou em encher a banheira e acender algumas velas aromáticas de erva cidreira com intuito de acalmar o pequeno. Ollie banhou em sua forma lupina e aquilo acabou em uma bagunça sem igual, após secar e escovar os pelos do alfinha, verificou se realmente conseguiu tirar o cheiro de outros lobos, e optou por aromatizar o filhote. O deixou em seu ninho improvisado na cama e pediu para que o lobinho ficasse dentro do quarto enquanto Penélope não chegasse. Louis se arrumou e fez uma pequena mala para o funeral com algumas mudas de roupa e um objeto.

Quando o sol se pôs, foram ao local indicado. O lugar selecionado era nos fundos da fazenda perto de um lago, com um longo deck iluminado por algumas tochas naturais, a cerimônia fúnebre seria simples e acompanharia a tradição dos lupus, foi o que Mark deixou escrito no documento que David entregou a Louis no dia anterior

A princípio todos os lobos presentes estavam transformados, e dois betas próximos ao lobo falecido seguravam uma tocha que representaria a vida daquela pessoa enquanto esteve entre os presentes, nesta ocasião somente aqueles que não eram lupus poderiam estar em sua forma humana. A cerimônia teve início às dezenove horas, quando todos já estavam preparados, os betas arrumaram o corpo de Mark em uma canoa na beira do lago e deram início ao ritual. Casther, o melhor amigo de Mark, tomou a palavra.

-Boa noite, estamos hoje aqui neste lago para demonstrar o quão importante Mark foi para nós, ainda em vida ele deixou claro a sua vontade de ter uma cerimônia parecida com a dos grandes lobos do passado, como todos devem saber, esse ritual consiste em marcar algumas memórias para que sejam eternizadas. Cada um de vocês trouxe algo que ao pensar neste objeto; Tomlinson vem à mente. Começaremos agora a colocar na canoa estes objetos.

Então cada pessoa que estava no funeral levou o pertence, Louis comprou de última hora um lobo esculpido de madeira pintado de preto, pois isso o lembrava das histórias que seu pai contava quando o ômega ainda era um filhotinho. Na vez de Oliver levar o objeto, o pequeno decidiu colocar seu carrinho preferido; um Impala 1967, pois Mark deu a ele um conjunto de carros em miniaturas de variadas épocas, e sempre que visitava o filhote, adicionava mais alguns exemplares a sua coleção. Após todos posicionarem as peças na grande canoa, os mais próximos cobririam a lateral do pequeno barco com flores, que deveria representar a personalidade do Alfa. Rosas brancas, laranjas, amarelas e violetas foram as escolhidas pela maioria das pessoas, pois seus significados variam entre; humildade, discernimento, alegria e serenidade.

𝓦𝒐𝒍𝒗𝒆𝒔 ℱ𝒂𝒓𝒎𝒆𝒓𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora