O destino de Emi

Pesadelos

O céu estava nublado, cheio de nuvens carregadas de água prestes a derramar sem dó, o vento frio dançava entre as folhas e galhos das árvores. Emi se via no centro de uma floresta espessa com a atmosfera sombria e densa, com uma neblina à sua volta, foi então que começou a chover molhando todo o seu corpo e tudo a sua volta, uma chuva forte e intensa. Ela olhou para trás, surpresa, pois pensou ter ouvido algum barulho, mas não viu nada além de arbustos e mais árvores enbassadas por causa de uma névoa branca. Ao voltar sua visão para a frente deu de cara com uma besta laranja com olhos vermelhos flamejantes. A besta a encarava de uma forma assustadora e atenta que fez Emi tremer, mas não desviou os olhos, podia sentir a respiração quente da besta soprar em seu rosto pela aproximação. A besta, após alguns minutos a encarando, simplismente desapareceu em uma mistura de vento com vapor, fazendo Emi ficar em alerta, e com um piscar de olhos começou a ventar mais forte.

Emi se sentou rapidamente na cama ao acordar de mais um pesadelo que a atormentava, sua mente em um turbilhão de pensamentos e seu coração em um turbilhão de emoções, ele batia rápido e forte, como se quisesse sair de onde estava. Sua respiração acelerada. Medo, raiva, dor, angústia, tristeza, saudade e esperança é o que ela estava sentindo. Ela olhou a sua volta para confirmar que ainda não estava em sua barraca de acampamento que sempre costumava dormir e que era tão familiar e que era tão aconchegante, quando se deparou com Gaara a olhando um pouco surpreso e confuso.

- Você está bem?! Está pálida e agitada...- Gaara perguntou.

- Estou bem, só tive um pesadelo.- Ela respondeu, sem nem perceber que ainda estava tremendo, só notando ao olhar para as mãos.

- Vou chamar o médico...

- Não precisa! Eu estou bem, só preciso de um copo de água. - Ela disse, fazendo com que Gaara, que já estava de pé prestes a sair, parasse.

Eles ficaram alguns momentos em silêncio quando Gaara perguntou, enquanto se dirigia a uma cômoda que tinha uma jarra de água, um copo e algumas comidas:

- Desde que chegou aqui você sofre com esses pesadelos? - Gaara pegou a jarra de água e despejou o líquido no copo.

Ela afirma com um movimento de cabeça, observando ele entregar o copo em sua mão.

- Na verdade tinha alguns pesadelo como este antes, mas está acontecendo com mais frequência desde que minha família foi sequestrada... - Ela declarou logo após beber a água e entregar o copo para ele, agradecendo em seguida.

- Como foi o seu pesadelo?!- Questionou curioso, e ao mesmo tempo intrigado.

- Não sei como explicar, mas consigo lembrar que estava em uma floresta, e estava chovendo muito, pensei ter ouvido algo, então olhei para trás, mas não vi nada, quando olhei para frente vi uma besta enorme laranja de olhos vermelhos como sangue. Ela estava olhando para mim, como se estivesse me desafiando, depois de alguns minutos ela simplesmente desapareceu, e foi quando acordei.- Ela ficou brincando com os dedos da mão enquanto explicava, uma maneira de ficar tranquila.

- Uma besta laranja com olhos vermelhos?

- Sim. Ela tinha caldas.- Tentou lembrar mais um pouco dos detalhes.-...Uma besta de nove caldas.

- Você já sonhou com ela mais alguma vez antes?!- Perguntou ainda mais curioso.

- Sim, essa não é a primeira vez. Mas todas as vezes são diferentes...

- Como assim?

- As vezes é como se os meus sonhos preevecem o que vai acontecer na minha vida, porque da última vez eu sonhei que estava em um deserto, estava acontecendo uma chuva de areia muito forte e eu me encontrava bem no meio dela foi então que ela apareceu, a besta, no mesmo instante a chuva parou e ficamos nos encarando até que ela sumiu e eu acordei.

- Seus pais sabiam desses pesadelos? - Gaara questionou depois de alguns minutos pensando sobre o que falar.

- Nunca contei nada a eles para não preocupa-los.- Emi olhpara a janela aberta, curiosa para saber por quanto tempo ela dormiu e como seria lá fora. Ela sentiu o vento quente no corpo e se sentiu confortável, pois não parecia com o pesadelo e isso significa que ela está segura.

- Você gostaria de dar uma volta pela vila? - Ele notou o interesse dela pela janela aberta e imaginou que ela gostaria de tomar um ar e conhecer a vila.

- Eu gostaria, sim. Mas não posso sair assim... - Ela olhou para si, para lembra-lo que estava com uma camisola típica de hospital.

- Irei resolver isso num instante. - Ele se virou dando as costas a Emi, indo até a porta, saindo logo em seguida.

Ao voltar Emi nota que ele está com algumas roupas e uma sandália preta na mão, ele as entrega e depois sai para que ela pudesse se vestir com privacidade. Ela começa a se vestir lentamente para não ferir os machucados, era uma blusa branca de mangas curtas de algodão e uma calça preta, a calça ficou um pouco larga, mas era confortável e macia. Em seguida calçou a sandália e ajeitou o cabelo, que estava enorme, em um rabo de cavalo mal feito. Ela se sentia animada para conhecer o lugar, mas estava com medo ao mesmo tempo. Quando terminou abriu a porta e viu o Kazekage a esperando encostado na parede ao lado da porta de seu quarto. Ele a olhou dos pés a cabeça para se certificar de que as roupas tinham servido, e então perguntou:

- O que achou?

- É bem confortável, muito obrigada!- Ela respondeu oferecendo um sorriso genuíno. Estava aos poucos deixando o pesadelo de lado.

- Vamos?- Era mais uma afirmação do que uma pergunta. Era um convite.

Emi acenou com a cabeça e o acompanhou assim que ele começou a andar.