O Herdeiro

A mensagem

O sol do meio dia inundava os corredores do castelo do reino de Grifinória. A luz solar refletia o dourado das paredes e destacava o vermelho das cortinas que timidamente emouduravam os grandiosos vitrais do corredor. As cores do reino vivificavam o corredor, deslumbrando até os mais acostumados com o local. Por esse motivo, James Potter, mesmo tendo o lugar como rotineiro, caminhava lentamente pela extensão, se perdendo na beleza do local. O jovem não conseguia admitir para si mesmo que, apesar da pouca idade, governava com maestria. Afinal, se de fato fosse o caso perdido que se identificava, o corredor estaria tão decadente como o resto do reino. No entanto, a realidade de ambos não poderia ser mais próspera.

Se lembrava perfeitamente da tristeza avassaladora ao saber da morte dos pais. Era para ser apenas uma viagem de negócios, um encontro entre a realezas na Ilha do reino de Corvinal, mas a instabilidade do mar custou a vida do rei e sua amada rainha. O fato de não poder velar os corpos das pessoas que mais amava foi de longe o pior da situação. Calafrios percorriam-lhe a espinha quando pensava que seus pais estavam perdidos em algum canto no fundo do tenebroso mar.

De todo jeito, mal pode viver o luto. O jovem era o único herdeiro e, após a morte do rei, foi bombardeado com responsabilidades de mais para um bruxo que mal havia saído da escola de magia. Ninguém na mesma situação conseguiria sozinho. E de fato James não conseguiu, ao menos não sem ajuda. Sirius Black e Remus Lupin, seus mais antigos e leais amigos, assim como os responsáveis pela a ordem do reino.

Membro da nobre e pura dinastia Black, Sirius abriu mão de todas as riquezas da família em prol de ajudar o amigo a administrar o reino que dava indícios de crise. A família Black ficou indignada. Os Blacks não tinham um reino, mas eram a nobreza mais próxima do rei de Sonserina. Então quando o único herdeiro homem na idade ideal para magistrar as posses e influência da família havia desistido de tudo para ajudar o reino rival, a família de Sirius ficou furiosa, deserdando o jovem. Nem por um segundo o menino hesitou e afirma que não há arrependimento algum em abandonar os laços sanguíneos, sua família real sempre fora com os Potters.

Ao contrário de seus amigos, Remus Lupin não tinha terras em seu nome, muito menos vinha de família influente ou tinha sangue puro. No entanto, era um dos bruxos mais brilhantes que já havia passado por Hogwarts. Uma mente inteligente, com um raciocínio rápido e a capacidade de manter boas aparências e relações, tudo que James mais precisava de auxílio em seu reinado. Contudo, o jovem rei teve que usar de sua insistência pertinente para convencer Lupin a ser seu braço direito. Errôneo seria o pensamento de quem cogitasse que o mesmo não queria entrar em um navio que aparentava afundar como era o reino após a morte do patriarca Potter. Remus se negava envolver com afinco na situação por causa de seu pequeno problema peludo mensal. Lupin era genial, mas também era um Lobisomem e sabia como isso poderia estragar ainda mais as coisas. Caso sua condição fosse exposta o reino seria vinculado à magia negra, resultando numa catástrofe imensurável. Mas a insistência de James era uma de duas principais qualidades e era impossível nega-lo algo se queria viver em paz.

Cercado de seus amigos e com o reino estável, James repartiu o poder com Sirius e Remus, tornando-os reis também. O povo aclamava os 3 jovens, já que a comunidade nunca esteve tão bem antes do atual reinado. Isso tranquilizava James, e por isso se permitia desfrutar do caminho até o escritório de administração com calma.

No entanto, nem todos estavam tranquilos naquele castelo. Quando James abriu a porta do gabinete real se deparou com um Remus nervoso, andando de um lado para o outro tenso e silencioso. A confusão se fez em Potter, mas sabia que não poderia interromper o vai e vem do amigo já que, seja qual fosse o problema da vez, o lupino detestaria que se raciocínio fosse interrompido. O jovem suspirou, tentando manter a calma, e se sentou ao lado de Black. Ao contrário do outro, Sirius estava tranquilamente sentado, mexendo sua varinha entre os dedos como se aquilo fosse o melhor entretenimento do mundo.