✫ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ǫᴜᴀᴛʀᴏ✫

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Pov Sttela

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Pov Sttela

sorríamos e nos juntávamos para tirar a foto. Sinto falta disso. De todos nós juntos, felizes e saudáveis. No geral. Isso não está ajudando. 

Com um suspiro, desvio o pensamento, olhando para o carrinho de remédios. Sendo sincera, eu gosto daqui. 

Essa tem sido a minha casa longe de casa desde que eu tinha seis anos, então geralmente não ligo de vir para cá. 

Faço meus tratamentos, tomo meus remédios, bebo o equivalente ao meu peso em milk-shakes, vejo Barbie e Julie e vou embora até a próxima crise.

Simples assim. Mas dessa vez estou ansiosa, inquieta. Porque agora, em vez de simplesmente querer ficar saudável, eu preciso ficar saudável. 

Pelo bem dos meus pais. Porque eles conseguiram estragar tudo com o divórcio. E, depois de perderem um ao outro, não vão aguentar me perder também. 

Eu sei disso. Se eu conseguir melhorar, talvez... Um passo de cada vez. 

Vou até a saída de oxigênio ao lado da cama, checando duas vezes se a pressão está correta, e escuto o sibilo estável do ar saindo dela. 

Passo a sonda em volta dos meus ouvidos e prendo as pontas da cânula nas minhas narinas. Suspirando, tento me ajeitar no desconforto familiar do colchão do hospital e respiro fundo.

 Estico o braço para pegar meu caderno e ver qual é o próximo item da lista para me manter ocupada. 18: gravar um vídeo. 

Pego o lápis e mordo a ponta de cima enquanto, pensativa, olho para as palavras que escrevi mais cedo. De um jeito estranho, contemplar a vida após a morte parece mais fácil agora.

Mas a lista é a lista, então suspiro e me inclino para pegar o notebook em cima da cabeceira, cruzando as pernas em cima do novo edredom floral que comprei ontem na Target enquanto Camila e Mya escolhiam roupas para a viagem. 

Eu nem precisava de um edredom, mas as duas estavam tão empolgadas para me ajudar a escolher alguma coisa para a minha "viagem" ao hospital, que me senti mal por sair de mãos vazias. 

Pelo menos ele combina com as paredes do quarto, coloridas, vibrantes, alegres. 

Tamborilo meus dedos no teclado ansiosamente e olho para o meu reflexo na tela enquanto o computador inicia. 

Franzo a testa ao ver a bagunça do meu cabelo comprido e castanho e tento ajeitá-lo um pouco, passando os dedos pelos fios várias vezes. 

Frustrada, tiro meu elástico do pulso e começo a fazer um coque, na tentativa de ficar com uma cara mais ou menos decente para o vídeo. 

Pego meu exemplar de Programação em Java para celulares Android da mesa da cabeceira e coloco o notebook em cima dele, para não parecer que tenho queixo duplo e conseguir um ângulo um pouco mais favorável.

a 5 passos de você - Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora