Pov Payton
Mesmo que isso signifique me isolar de todo mundo. Pelo menos esse hospital fica a meia hora de distância de Hope e Jason, então eles podem me visitar algumas vezes por semana e me contar sobre o que estou perdendo na escola. Desde que contraí B. cepacia, sinto que eles são os únicos na minha vida que não me tratam como um rato de laboratório. Sempre foram assim, talvez por isso sejam tão perfeitos um para o outro. Desdobro o papel e vejo um coração e uma mensagem com a letra bonita de Hope: "A gente se
vê logo! Duas semanas para os seus 18! Hope e Jason". O bilhete me faz sorrir. "Meus 18". Duas semanas até eu assumir o controle. Vou me livrar deste último tratamento experimental, cair fora desse hospital e fazer algo com a minha vida, em vez de deixar minha mãe desperdiçá-la. Chega de hospitais. Não vou mais mais ficar preso dentro dessas paredes brancas e insossas, iguais no mundo inteiro, enquanto médicos tentam remédio após remédio, tratamento após tratamento, e nenhum deles funciona.
Se eu vou morrer, gostaria de pelo menos viver primeiro. E daí posso morrer. Olho para o coração que Hope desenhou, pensando no fatídico último dia. Um lugar poético. Uma praia, talvez. Ou um barco a remo em algum lugar no Mississippi. Só nada que tenha paredes. Eu poderia rascunhar a paisagem, fazer um último desenho meu mostrando o dedo do meio para o universo, para só então bater as botas. Jogo o bilhete de volta na cama e espio os lençóis antes de dar uma cheirada, só para garantir. Goma e alvejante. A mesma água de colônia
de hospital de sempre. Ótimo. Sento na poltrona reclinável de couro que fica perto da janela e empurro um monte de lápis de cor e cadernos de desenho para o lado, tirando meu notebook de baixo de uma pilha de xerox de charges políticas da década de 1940 que pesquisei mais cedo para referências. Abro o navegador e digito Stella Grant no Google, sem esperar grandes resultados. Ela parece o tipo que tem apenas um perfil discreto, com tudo bloqueado no Facebook. Ou uma conta bem chatinha no Twitter, onde compartilha uns memes sobre a
importância de sempre lavar as mãos. O primeiro resultado, no entanto, mostra um canal no YouTube chamado A fibrose cística de Stella Grant – Um diário não tão secreto com pelo menos uns cem vídeos que começaram a ser postados há seis anos ou mais. Estreito os olhos, porque esse nome me parece estranhamente familiar. Ah, meu Deus, é aquele canal idiota que a minha mãe me mandou o link uns meses atrás na tentativa de me convencer a levar o meu tratamento a sério.
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a 5 passos de você - Payton Moormeier
FanficEla parece ser uma adolescente típica, mas em sua rotina há listas de tarefas e inúmeros remédios que ela deve tomar para controlar a fibrose cística, uma doença crônica que impede que seus pulmões funcionem como deveriam. Mas para ganhar pulmões n...