Pov Sttela
Poucos dias depois, as mensagens de texto dele começaram a ficar mais e mais esparsas, e decidi terminar.
Mas não era nada como o casal do jardim.
As palmas de Tyler estavam sempre suadas quando ficávamos de mãos dadas, e ele passava tanto desodorante que eu tinha uma crise de tosse toda vez que o abraçava.
Essa linha de pensamento não é exatamente uma distração, então decido arriscar o número 22 da lista: contemplar a vida após a morte, e leio algumas páginas de Jornada da alma: vida, morte e imortalidade.
Mas pouco tempo depois, decido ficar só deitada na cama mesmo, encarando o teto e escutando o sibilo ofegante da minha respiração.
consigo ouvir o ar brigando para recuperar o espaço que o muco resolveu ocupar nos meus pulmões. Virando de lado, abro um frasco de Flovent para dar uma mãozinha para o meu organismo.
Despejo o líquido no inalador ao lado da minha cama e a pequena máquina liga e começa a zunir quando o vapor atravessa o bocal. Sento e encaro o desenho dos pulmões enquanto inspiro e expiro.
E inspiro e expiro. Inspiro... e expiro. Espero que, quando meus pais vierem me visitar nos próximos dias, eu esteja respirando com menos dificuldade.
Falei para cada um que o outro ia me levar para o hospital hoje de manhã, mas, na verdade, peguei um Uber perto da nova casa da minha mãe.
Não quero que eles tenham que me ver aqui de novo, pelo menos não até eu melhorar um pouco.
Minha mãe me olhou com cara de preocupada só de ver que precisei do oxigênio portátil simplesmente para arrumar as malas.
Alguém bate na porta e eu me viro para olhar, na esperança de que Poe tenha vindo para dar oi.
Afasto o inalador quando a cabeça de Barbie aparece na fresta. Ela deixa uma máscara cirúrgica e um par de luvas de látex em cima da mesa, ao lado da porta.
- Tem paciente novo no andar de cima. Me encontra em quinze minutos? Meu coração dispara. Faço que sim com a cabeça e Barbie sorri para mim antes de sair.
Coloco a máscara no rosto de novo e tomo mais um pouco de Flovent,
deixando o vapor encher bem meus pulmões antes de me levantar. Desligo o aparelho e pego meu concentrador portátil de oxigênio, que estava recarregando do lado da cama, ligando-o e colocando as alças nos meus ombros.
depois de ajustar a cânula, vou até a porta, pegando as luvas azuis e ajeitando as tiras da máscara cirúrgica atrás das orelhas.
Enfio o All Star branco nos pés, abro a porta e me atiro no corredor branco, decidindo fazer o caminho mais longo só para poder passar em frente ao quarto de Poe.
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a 5 passos de você - Payton Moormeier
FanfictionEla parece ser uma adolescente típica, mas em sua rotina há listas de tarefas e inúmeros remédios que ela deve tomar para controlar a fibrose cística, uma doença crônica que impede que seus pulmões funcionem como deveriam. Mas para ganhar pulmões n...