✫ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴏɴᴢᴇ✫

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Pov Sttela

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Pov Sttela

Atravesso o posto da enfermagem que fica no meio do corredor e aceno para uma enfermeira-assistente nova, Sarah, que sorri para mim por cima do balcão novo e polido de metal. 

Eles o trocaram antes da minha última visita, há seis meses. O antigo era da mesma altura, mas de uma madeira desgastada, provavelmente o mesmo desde a inauguração do hospital, há uns sessenta e poucos anos. 

Lembro de quando eu era pequena o suficiente para passar por ele até o quarto de Poe sem que ninguém percebesse, minha cabeça mal chegando à altura da superfície.

Agora, ele fica na altura do meu cotovelo. Ao caminhar pelo corredor, sorrio ao ver uma pequena bandeira da Colômbia colada do lado de fora de uma porta semiaberta, um skate virado e apoiado entre ela e o chão.

 Espreito pela fresta e vejo Poe dormindo na cama, encolhido como uma bola surpreendentemente pequena debaixo de seu edredom xadrez, um pôster do Gordon Ramsey colado na parede bem acima da altura da cama, vigiando seu sono.

 Desenho um coração no quadro branco que Poe pendurou do lado de fora da porta para que ele saiba que estive aqui 

e, em seguida, continuo caminhando pelo corredor em direção à porta dupla de madeira que leva até a parte principal do prédio, onde vou pegar o elevador, subir, descer pela Ala C, atravessar a ponte que leva até o Edifício 2 e caminhar até a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, ou uti Neonatal. Uma das vantagens de mais de uma década vindo aqui é que conheço este hospital como a casa em que cresci. 

Cada corredor sinuoso, escada escondida ou atalho secreto, explorados por mim várias e várias vezes. Mas antes que eu consiga abrir as portas duplas, um quarto se abre ao meu lado e eu me viro, surpresa, para ver o perfil de um garoto alto e magro que nunca tinha visto antes. 

ele está de pé na entrada do quarto 315, segurando um caderno de desenho numa mão e um lápis de carvão na outra, uma pulseira branca de hospital igual à minha presa no pulso. 

Fico paralisada. Seu cabelo castanho-chocolate desgrenhado está perfeitamente bagunçado, como se ele tivesse acabado de sair de uma Teen Vogue e caído de paraquedas no Hospital St. Grace.

 Seus olhos são de um castanho profundo e formam ruguinhas enquanto ele fala. Mas é o sorriso dele que chama minha atenção mais do que qualquer outra coisa. 

É assimétrico e charmoso, com um calor magnético. Ele é tão bonito que acho que minha função pulmonar deve ter caído mais dez por cento. 

Ainda bem que essa máscara está cobrindo metade do meu rosto, porque eu não me preparei para encontrar caras gatos no meu andar nessa temporada no hospital. 

- Já sei os horários delas - ele diz, colocando o lápis casualmente atrás de sua orelha. Viro discretamente para a esquerda e vejo que ele está sorrindo para o casal que vi chegando ao hospital mais cedo.

 - Então, a não ser que você coloque sua bunda no botão de ligação, ninguém vai incomodar vocês por pelo menos uma hora. E não esquece: eu durmo naquela cama, cara. - Estou dois passos à sua frente - Observo a garota tirar uns cobertores da mochila e mostrar para ele.

a 5 passos de você - Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora