Confusões

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A roupa molhada de chuva colava ao corpo tornando a tarefa das mãos afoitas muitos mais instigante.

Bonnie gemeu quando sentiu Kai apertar seu corpo contra o dele, a ereção ficou evidente provocando nela urgência.

Para Kai, aquele momento era a realização de um sonho, desde que conheceu Bonnie, todos os meses que passaram juntos, trabalhando, sendo amigos, sendo advogado e cliente, tudo contribuiu para que ele sentisse essa paixão, esse desejo crescente.

Para Bonnie, estar nos braços de um homem bom e correto depois de tudo o que havia passado era igualmente libertador. Ela teve medo de não conseguir se envolver novamente, de não confiar, porém, com Kai ela tinha tudo o que mais considerava importante em um relacionamento... confiança, carinho, cumplicidade, lealdade e por que não, amor?

O amor é uma construção, afinal.

As mãos dela correram pela barra da camiseta e ela puxou para cima, mas Kai parou o movimento.

- O que foi? Ela perguntou percebendo que ele estava hesitante.
- Tenho medo... medo de que isso mude as coisas. Ele respondeu colando a testa com a dela.
- Você não quer? Bonnie sentiu-se subitamente insegura.
- Claro que quero, mais do que tudo. Eu só... relações casuais nunca terminam bem para mim. Ele lamentou.
- E se não for casual? Quer dizer, pode ser algo mais, mas só saberemos se tentarmos. Ela deu um beijo provocativo nos lábios dele.
- Não sei se estou pronto para arriscar o que temos. Ele explicou.

Bonnie suspirou e recuou no contato que tinham. Ela não poderia dar nenhuma garantia para Kai, nem mesmo ela tinha certeza de que poderiam ter algo a mais do que sexo naquele momento. E pensar que Kai cuidava do seu caso jurídico e de que ela dependia do emprego e da casa para ter a estabilidade para seu filho, também pesou lhe causando dúvida.

Muitas coisas a ponderar.

Kai deu dois passos para trás incapaz de olhar Bonnie nos olhos.

- Tudo bem, nós nos precipitamos. Ele resmungou ajeitando a camiseta de volta no corpo.
Ele não acreditava nisso, mas talvez transar com Bonnie naquele momento não fosse tão correto quanto parecia ser.

- Não precisa se desculpar, acho que ambos estamos confusos. Ela suspirou tentando acalmar as reações do seu corpo.

Que confusão havia no interesse deles? Kai era lindo, sexy e o beijo dele, céus! Não tinha nada de confuso no fundo.

Bonnie viu um Kai muito frustrado subir as escadas e ouviu quando a porta do quarto dele se fechou.

Só então ela soltou a respiração que nem tinha percebido suspender. Ela se forçou a dar um passo e depois outro, e tomou o rumo do seu quarto, aquela roupa molhada de chuva começava a ser um incômodo.

✨✨✨✨

Os primeiros dez minutos da manhã seguinte foram um pouco estranhos. Eles nem conseguiram se encarar direito, mas quando Bonnie abriu o app da agenda de Kai e começou a repassar com ele os compromissos do dia, o clima desconfortável se dissipou e eles voltaram a interagir com tranquilidade.

No carro, a caminho do fórum, Kai achou melhor colocarem tudo em pratos limpos.
- Quero saber se estamos bem sobre o que aconteceu ontem? Ele disse com a voz segura.

Bonnie se tensionou na hora sem saber
bem como responder a pergunta.
- Eu estou perguntando por que eu acho que passei dos limites. Eu sou seu chefe e também o locatário, sei bem como isso pode parecer... assédio. Agora sim sua voz era torturada, verbalizar aquele medo, imaginar que Bonnie poderia estar se sentindo pressionado ou coagida a corresponder seu interesse, isso magoava Kai. Seus sentimentos eram verdadeiros, como ele nunca havia experimentado antes.
- De maneira alguma isso parece assédio. Além do mais, fui eu quem iniciou o beijo, e o fiz por livre e espontânea vontade. Ela se apressou em esclarecer.

Direito ao Amor - Bonkai - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora