Direito ao Amor - Bonkai - HIATUS

Compreensão

Dizer que tudo aquilo não havia mexido com ela seria mentira, e se tem uma coisa que Bonnie Bennett não costumava ser, era hipócrita. Mesmo assim, a maneira com que tudo a afetava era novidade, muito tempo esperando que Damon descobrisse a verdade, muito tempo esperando por um pedido de perdão, ela sonhou com a chance de desfazer toda aquela mentira e seguir em frente com a família que ela havia conquistado, porém, Kai era um ponto fora da curva na vida de Bonnie. Um fator muito determinante já que ela sentia-se totalmente apaixonada e capaz de vislumbrar um futuro com ele.
Também não era facil ignorar todas as dificuldades passadas no tempo em que teve que arcar com um custo hospitalar, a falta de moradia e a distância forçosamente imposta de seu filho. Tudo proporcionado pelo ego ferido de Damon. Ela suspirou em meio aos pensamentos quando ouviu a batidinha na porta, era o medico acompanhado de uma enfermeira.

- O quadro de infecção de Tim já está sob controle, por isso deixarei ele ir para casa, mas precisará continuar com a medicação e o repouso. Disse o doutor para Bonnie.
- Pode ter certeza que eu cuidarei muito bem do meu menino. Ela disse acariciando os cabelos do garotinho que sorriu para ela feliz em deixar o hospital. O medico entregou a ela as receitas médicas e Bonnie guardou suas coisas e de Tim, em alguns minutos Damon chegou surpreendendo-a.

- Vim ver como vocês estão. Ele disse ganhando do filho um abraço apertado.
- Quero ir para casa, papai. Timothy falou ainda um pouco manhoso.
Kai entrou no quarto e sorriu ao ver Bonnie, embora a presença de Damon fosse inesperada ele não se chateou em vê-lo com o filho.

- Chegou bem na hora, tem alguém ansioso para deixar o hospital. Bonnie comentou ganhando de Kai um abraço carinhoso e um selinho.
- Isso é um bom sinal! Ele disse cumprimentando Tim e Damon.
Kai pegou as bolsas de Bonnie e Tim enquanto Bonnie calçou os tênis do menino.
- Sheilla fez uma mala para ele, com os itens do dia a dia, qualquer coisa que faltar, me liguem. Damon falou se despedindo.
- Papai, onde você vai? Tim perguntou com olhos arregalados.
- O papai vai para a casa dele, e nós três vamos para a casa da mamãe e do Kai. Bonnie explicou.
- Mas eu quero ir com o papai. Tim falou esticando as mãozinhas em direção a Damon.
- Sua mãe vai cuidar de você por alguns dias, vai ficar tudo bem. Damon se aproximou tentando tranquilizar o filho.
Kai assistia a cena sem dizer nada, a recusa de Tim em ir com eles o surpreendeu, ao mesmo tempo ele compreendia. Uma criança fragilizada pela separação dos pais, agora doente e tendo que tomar remedios periodicamente, era normal que o pequeno Timothy precisasse deles.
- Querido, o papai vai te visitar, não se preocupe. Bonnie argumentou.
- Não... Tim choramingou se refugiando no pescoço do pai. Damon e Bonnie trocaram um olhar de entendimento, e ela conformou-se em deixar o filho ir com o pai em um acordo silencioso.
- Desde que ela não esteja mais lá. Bonnie disse um tom mais baixo mas com firmeza, sem dizer nomes já que não era necessário, ela não confiava em Elena perto de seu filho, ainda mais na eminência de um divorcio, como Damon deu a entender que aconteceria.
- Ela não estará lá. Damon garantiu. Ele se levantou com Tim no colo e o levou junto de Bonnie pra se espedir.
- A mamãe vai te visitar, eu prometo. Ela disse beijando o rosto do pequeno.
Kai se manteve afastado, ele podia sentir a preocupação de Bonnie mas não quis interferir. Tim levantou a cabeça, ganhou um beijo da mãe e fez sinal de tchau para Kai.
- Tchau, amigão, fique bom logo para jogarmos bola no parque! Ele disse retribundo o aceno e ganhando de recompensa o sorriso de Tim.
Damon saiu levando o menino e Bonnie sentiu-se grata quando os braços de Kai a puxaram para um abraço.
- Ele vai ficar bem. O advogado sussurrou para ela sentindo Bonnie apertar mais o abraço.
Silenciosamente ela concordou, Tim ficaria melhor, pelo menos da faringite, mas e quanto ao resto? Embora Elena não fosse uma madrasta exemplar e participativa, era uma relação estável na vida do garoto, que tão jovem já havia sofrido com mais mudanças do que poderia imaginar. Mas para uma mãe, a questão era ainda muito mais delicada, era óbvio que Elena e Lilly a antagonizavam, o próprio ex-cunhado, Stefan, poderia representar uma oposição e isso a inquietava. Tanto, que durante todo o caminho para casa ela quase não pode manter uma conversa casual com Kai, sua mente muito além da distância que estava posta entre ela e Tim.
Longe de ser um cara sensivel a sutilezas de humor, (a não ser quando ele estava no tribunal, sim, lá ele conseguia captar cada detalhe das testemunhas e extrair deles tudo o que precisava, por vezes até as preciosas confições) ele reconheceu a inquietação de Bonnie, afinal, ele próprio estava apreensivo com a situação atual, talvez mais do que Bonnie pudesse imaginar. Mas para um homem perdidamente apaixonado, ele não tinha coragem de fazer o que sentia ser certo.