29 o fogo do desespero parte II

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Ele está a sete passos longe de mim

As mãos que me tocaram

Os olhos que me queimavam

Meu corpo inteiro treme apenas com seu olhar

Meu medo palpita em aviso , o mensageiro que invade meu corpo dizendo que algo vai acontecer , o frio que eu sinto na espinha , o irmão mas velho do desespero , é o pai dos filmes de terror, é uma força que é mais velha que o bicho-papão, é o medo quem fala mais alto

Khol está me observando como se estivesse curioso , como se estivesse ouvindo meus pensamentos

Ágata — oi amor , eu fiquei preocupada com você— ela abraça o Khol que logo corresponde seu abraço e cheira seus cabelos como se estivesse tão preocupada quanto ela

Khol— eu tentei te procurar na escola e quando não te achei eu quase tive um ataque o Lian teve que me puxar para fora — ele fala de algum amigo dele

Eu acho que eu conheço esse Lian mas não lembro meus pensamentos estão em outro lugar

Senhor Ramos/ pai do Khol — oi Ágata — a mesma abre um sorriso falso

Ágata — oi senhor Ramos— fala animada

Mesmo que nenhum de nós goste do senhor Ramos por que ele bate no Khol , mas como o khol proíbe agente de falar qualquer coisa perto do pai dele nós fingimos respeito

Quer dizer

Eles fingem respeito , antes de hoje eu mal chegava perto dele

Ele olha para mim e eu seguro a respiração, um bombeiro correndo esbarra em mim e o senhor Ramos ma segura quando eu tropeço

Ele me tocou

Suas mão imundas encostou em mim

Ele me segura pela cintura mas eu empurro o mesmo e eu caio no chão mas o senhor Ramos nem se meche

Khol— Carla tá tudo bem ?— ele pergunta preocupado com minha reação e com a Ágata nos braços

Senhor Ramos — ela tá ótima — ele fala me dando um sorriso e eu acabo tendo dor de cabeça por estar segurando o ar nos pulmões

Mas logo respiro fundo e me arrasto no chão sujando toda a minha calça jeans de terra ,o khol me olha com as sobrancelhas franzindo e Ágata com os olhos arregalados

Ruan

Eu preciso do Ruan

Eu quero o Ruan

Quero que ele me abrace

Cadê o Ruan?

Eu me levanto rápido e saio às pressas com passos largos , quase correndo, como se estivesse fugindo

Eu estou fugindo

Mas não do Khol ou da Ágata

Ágata — Carla!!!— Ágata grita mas eu não olho para trás

Quando estou bem longe deles ,entro atrás de uma ambulância , encosto minhas costas na traseira da ambulância ,deslizo até o chão e abraço meus joelhos

Eu choro em desespero, soluço e me pergunto ,onde está o Ruan ?

Cadê a Viviam?

Só falta os dois para eu encontrar mas eu preciso do Ruan agora

Tudo que eu preciso é de um abraço. Um abraço daqueles cheios de conforto e ao mesmo tempo, suave. Um abraço capaz de transportar minha mente em outra realidade. Onde o mal não me toca, onde os braços cobrem minha fragilidade e me protegem de qualquer pessoa ou situação. Tudo que eu preciso, é de um abraço.

Do pó as cinzas Onde histórias criam vida. Descubra agora