Cap 12

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Conteúdo frágil!

Camila Mendes

- Você disse que não ia vir e agora olhe só. - disse Lili rindo enquanto batucava os dedos nas pernas ao ritmo da música.

- Se eu não entrasse no carro por livre e espontânea vontade você me jogaria aqui... - passei os dedos pelos rasgos da calça jeans entediada.

- Esse show vai dar o que falar! - Chris falou no volante e o resto do pessoal apertado no carro comemorou. Onde vim parar?

Eu apenas pulava seguindo os passos do resto do pessoal, aquela música de rock pesado estava me dando dor de cabeça, as luzes piscando pela arena enorme apenas pioravam a situação.

Eu estava com uma garrafa de cerveja na mão desde que cheguei e ainda não havia bebido nem metade, já Lili praticamente transava de roupa com caras aleatórios. Eu queria tentar me divertir, mas aquilo não era pra mim.

O que me instiga é que as pessoas para se divertirem precisam não estarem sóbrias, em todo lugar que eu olhava haviam pessoas se drogando. Pobres, ricos, tatuados, cheios de piercings, playboys, não importa, estavam na mesma situação: se acabando de se drogar.

- É coisa do destino nos encontrarmos aqui? - alguém praticamente gritou no meu ouvido por conta da música alta.

- Com certeza não! -gritei de volta assim que vi que era o cara do bar de sexta que eu ainda não sabia o nome.

- Vamos pra um lugar mais quieto! - agarrei em seu braço e o segui para não ser levada pela multidão. Estávamos indo em direção ao banheiro mas o rapaz desviou e foi para trás deles.

- Aqui da pra curtir o show longe desse pessoal. - ele disse. Com certeza seu rosto bem esculpido foi a coisa mais bonita que eu vi hoje.

- É... - disse um pouco sem jeito.

- Não vai beber essa cerveja?

- Não, já deve estar quente.

- Vou comprar outra pra você, então. - ele saiu me deixando sozinha, ou nem tão sozinha, pois ainda tinham pessoas ali também curtindo o show.

Na minha frente pude ver os olhos azuis ou verdes - que eu não conseguia distinguir - da menina que estava se esfregando com Keneti na escola. Ela dançava e jogava os cabelos enquanto os outros caras passavam a mão por sua bunda apertada pela calça preta. Com o tumulto ela foi chegando mais perto de mim, até que seus cabelos bateram em meu rosto. A bebida que estava na minha mão foi jogada em suas botas caras e assim ela se deu conta de que estava próxima de mais de mim.

- Qual seu problema, garota? - ela gritou alto e me olhou feio, mas a bebida não deixou que ela falasse mais alguma coisa. Ela cambaleou para trás e saiu.

- Pronto, geladinha. - ele sorriu e me entregou mais uma garrafa, dessa vez virei o líquido rápido garganta a baixo. - Meu nome é Keneti, o seu é como?

No momento em que ouvi Keneti meu coração bateu forte.

- Eu sou Camila... - senti minha visão turvar um pouco mas ignorei.

Um cara trombou com Keneti e ele o olhou feio. Não de um modo que pessoas olham com raiva, tinha algo pior que isso. Era como uma escuridão. Naquele momento, os olhos cor de mel de Keneti, digo Apa , me veio á mente, o do rapaz ao meu lado era algo bem pior e assustador.

Meus pés com a ankle boot fraquejaram forte e minha visão ficou turva novamente. Uma cerveja daquelas jamais teria esse efeito. Uma risada ecoou na minha mente, reconhecida, Apa, seus olhos cor de mel no meio da escuridão... e de repente tudo voltou ao normal.

- Você está bem?

- É, estou, estou. - apoiei na parede atrás de mim e depois sai em busca de Lili, por sorte ela também estava me procurando e tinha acabado de sair do banheiro.

- Miga, bateu uma brisa forte!!! - ela veio em minha direção rindo feito louca.

- Lili, acho que batizaram minha bebida. - falei séria.

- Meninas, vamos, os meninos estão esperando no carro. - Anna , uma moça que veio conosco, nos segurou pelo braço e começou a nos levar em direção contrária do palco.

Sentia o suor escorrer pelo meu corpo, coisas engraçadas e embaraçosas passavam pela minha mente.

- Eu vou com o Tom, relaxa mona eu tô super legal! - ouvi Lili falar mas não tive forças pra responder.

- O que você bebeu, Camila? - mais uma vez não consegui responder, as coisas a minha frente giravam.

Algo forte segurou em meu braço e me puxou.

- QUAL É? - gritei sem pensar vendo os cabelos ruivos do garoto maravilhoso e misterioso.

- Você vem comigo, Camila. - ele me puxou e eu tentei lutar contra, mas o meu corpo estava mole e eu não conseguia ter controle. Até o momento em que eu não via absolutamente nada.

.....

Esse capítulo me lembra muito a Cami que conta em uma entrevista que foi drogada na faculdade.

"Eu tive uma experiência muito, muito ruim. Eu fui drogada por uma pessoa que me violentou sexualmente logo em seguida" Diz Camila.

Teorias sobre o menino do bar?

Próximo capítulo primeiro POV de KJ!

Nightfall- KjmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora