Camila Mendes
Minha avó e Penélope foram fazer exames em outra cidade e só voltariam no dia seguinte, minha avó mandou eu dormir na casa de Lili, mas não seria possível, já que Lili vai visitar o pai dela a noite, só ficaria a mãe dela e vai ser um pouco chato dormir aqui, mas passei a tarde toda com ela, precisava conversar com alguém e ocupar minha cabeça com coisas que não sejam Keneti e Jason.
Não contei pra Lili sobre Jason, apenas deixei claro que Keneti não é um assassino. E ela acreditou em mim.
Depois de conversar muito sobre o baile do colégio, Lili me convenceu a ir. Seríamos o par uma da outra já que nenhuma de nós fomos chamada por algum cara. Me sentei na mesa junto com ela e a mãe dela e fiquei em silêncio enquanto elas conversavam.
- Mãe... aquele caso do assassinato naquela festa... já sabem quem é? - perguntou Lili. Eu havia esquecido que a mãe dela é policial, por isso Lili dirige sem carteira de motorista e nunca é pega... apenas prestei atenção na conversa.
- Temos nossas suspeitas. - deu de ombros. - Mas nenhuma prova concreta, ainda.
- Quem são os suspeitos? - perguntou Lili como se não quisesse nada.
- Isso é confidencial, Lili. Não posso dizer pra qualquer um. - ela se levantou e começou a lavar a louça na pia.
- Ah, fala. Por favor!
- Não!
- Andam dizendo que é aquele Apa... - Carlie me olhou de canto e levou um pedaço de pão pra boca.
- Aquele marginalzinho é o principal suspeito... - disse a mãe dela. Um arrepio percorreu minha espinha. - Fomos na casa dele fazer perguntas e ele disse que não sabe de nada, mas um dia eu pego aquele de surpresa.
- Ele estuda na minha escola. - disse Lili.
- Por enquanto, Lili. Por enquanto!
- Porque vocês acham ser ele?
- Onde aquele garoto passa é desgraça na certa. Era pra ele estar preso a anos, mas ele é muito rico, paga caro nos melhores advogados. - senti nojo por ela falar desse jeito de Keneti. Ela nem se quer o conhece.
Começou a trovejar do lado de fora e aproveitei o momento:
- Preciso ir, gente. Vai chover e tenho que chegar logo em casa. - levantei e dei um beijo na bochecha de Lili.
- Porque você não dorme aqui?! - perguntou a mãe da minha amiga.
- An, não posso, tenho que cuidar da minha avó. - sorri.
- Mas você não disse que ela só vai voltar amanhã? - ela perguntou com o cenho franzido.
- Te acompanho até a saida, Cams. - Lili se levantou e me acompanhou até a saída. - Você vai falar pra Keneti sobre isso?
- Devo?
- Deve. Se ele não é um assassino tem que tomar cuidado onde vai. Diga pra ele.
- Está bem, Lil. Vou ligar, não sei se quero vê-lo. - abracei ela.
- Quer que eu leve você pra casa? - perguntou.
- Não, tudo bem. É perto. Até sexta. - ela mandou um beijo e eu praticamente corri até a minha casa.
Quando eu estava chegando na esquina senti as gotas de chuva cair, aumentando cada vez mais a cada segundo. Destranquei a porta de casa e entrei, estava tudo escuro. Liguei a luz da sala e me deparei com uma completa bagunça, como se alguém tivesse vasculhado algo, eu não tinha deixado assim quando sai. Corri na cozinha e peguei uma faca grande na gaveta, seja quem foi que fez isso, não tem boa intenção.
Subi as escadas devagar e andei pelo corredor sorrateira, olhando em cada cômodo. Quando entrei no meu quarto eu vi alguém de capuz mexendo nas minhas gavetas, no momento travei, minhas pernas tremeram como nunca e eu fiquei sem reação. Não sabia como agir, se eu deveria atacar ou gritar. Mas nem precisei, ele notou minha presença, me olhou e saiu correndo em direção a janela sem nada na mão. Corri atrás dele mas ele pulou a janela e correu.
Fiquei parada por alguns segundos para me recuperar enquanto meu coração pulava fortemente. Soltei a faca no chão e peguei meu celular, a primeira pessoa pra quem pensei ligar foi para Keneti, mas lembrei que tinha excluído seu número. Eu não podia envolver a polícia nisso, eles iriam querer saber o porque dele estar vasculhando as minhas coisas e Jaxon nem se quer roubou algo. Então disquei o número de Lili:
- Oi, Cami. Tudo bem?
Se eu contasse para Lili o ocorrido ela teria que saber sobre Jason. E eu não poderia explicar também. Minha única saída era KJ.
- Oi Lili, você pode fazer um favor pra mim? - tentei me manter calma e tranquei as janelas.
- Claro, amor.
Arrumei meu quarto rapidamente para minha vó não perceber que alguém invadiu nossa casa enquanto o celular ficava entre meu ombro e minha orelha.
- Eu preciso muito de uma carona...
- Aconteceu algo? Você parece assustada.
– Não, está tudo bem. Só preciso falar muito com o Apa.
- Te levo lá e depois vou pra casa do meu pai então, pode ser?
- Ótimo. Por favor, não demore.
Eu odeio incomodar as pessoas, mas ultimamente ando ficando sem alternativa. Eu não fico sozinha nessa casa nem a pau.
Desci para a sala e arrumei tudo de novo, esperei um pouco e Lili buzinou na frente. Sai, tranquei a porta e entrei na caminhonete.
– Você tá pálida! – ela disse.
- Essa cidade faz isso com a gente. -ri sem graça evitando perguntas.
...
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Nightfall- Kjmila
RomansaADAPTAÇÃO! Depois da morte de seus pais, Camila teve que morar com sua avó numa cidade pequena onde o sol se esconde. Lá, Camila vê que não só o sol, mas também os moradores têm motivos de se esconder... o psicopata que ronda a noite pela cidade é r...