Cap 29

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Camila Mendes

Minha avó e Penélope foram fazer exames em outra cidade e só voltariam no dia seguinte, minha avó mandou eu dormir na casa de Lili, mas não seria possível, já que Lili vai visitar o pai dela a noite, só ficaria a mãe dela e vai ser um pouco chato dormir aqui, mas passei a tarde toda com ela, precisava conversar com alguém e ocupar minha cabeça com coisas que não sejam Keneti e Jason.

Não contei pra Lili sobre Jason, apenas deixei claro que Keneti não é um assassino. E ela acreditou em mim.

Depois de conversar muito sobre o baile do colégio, Lili me convenceu a ir. Seríamos o par uma da outra já que nenhuma de nós fomos chamada por algum cara. Me sentei na mesa junto com ela e a mãe dela e fiquei em silêncio enquanto elas conversavam.

- Mãe... aquele caso do assassinato naquela festa... já sabem quem é? - perguntou Lili. Eu havia esquecido que a mãe dela é policial, por isso Lili dirige sem carteira de motorista e nunca é pega... apenas prestei atenção na conversa.

- Temos nossas suspeitas. - deu de ombros. - Mas nenhuma prova concreta, ainda.

- Quem são os suspeitos? - perguntou Lili como se não quisesse nada.

- Isso é confidencial, Lili. Não posso dizer pra qualquer um. - ela se levantou e começou a lavar a louça na pia.

- Ah, fala. Por favor!

- Não!

- Andam dizendo que é aquele Apa... - Carlie me olhou de canto e levou um pedaço de pão pra boca.

- Aquele marginalzinho é o principal suspeito... - disse a mãe dela. Um arrepio percorreu minha espinha. - Fomos na casa dele fazer perguntas e ele disse que não sabe de nada, mas um dia eu pego aquele de surpresa.

- Ele estuda na minha escola. - disse Lili.

- Por enquanto, Lili. Por enquanto!

- Porque vocês acham ser ele?

- Onde aquele garoto passa é desgraça na certa. Era pra ele estar preso a anos, mas ele é muito rico, paga caro nos melhores advogados. - senti nojo por ela falar desse jeito de Keneti. Ela nem se quer o conhece.

Começou a trovejar do lado de fora e aproveitei o momento:

- Preciso ir, gente. Vai chover e tenho que chegar logo em casa. - levantei e dei um beijo na bochecha de Lili.

- Porque você não dorme aqui?! - perguntou a mãe da minha amiga.

- An, não posso, tenho que cuidar da minha avó. - sorri.

- Mas você não disse que ela só vai voltar amanhã? - ela perguntou com o cenho franzido.

- Te acompanho até a saida, Cams. - Lili se levantou e me acompanhou até a saída. - Você vai falar pra Keneti sobre isso?

- Devo?

- Deve. Se ele não é um assassino tem que tomar cuidado onde vai. Diga pra ele.

- Está bem, Lil. Vou ligar, não sei se quero vê-lo. - abracei ela.

- Quer que eu leve você pra casa? - perguntou.

- Não, tudo bem. É perto. Até sexta. - ela mandou um beijo e eu praticamente corri até a minha casa.

Quando eu estava chegando na esquina senti as gotas de chuva cair, aumentando cada vez mais a cada segundo. Destranquei a porta de casa e entrei, estava tudo escuro. Liguei a luz da sala e me deparei com uma completa bagunça, como se alguém tivesse vasculhado algo, eu não tinha deixado assim quando sai. Corri na cozinha e peguei uma faca grande na gaveta, seja quem foi que fez isso, não tem boa intenção.

Subi as escadas devagar e andei pelo corredor sorrateira, olhando em cada cômodo. Quando entrei no meu quarto eu vi alguém de capuz mexendo nas minhas gavetas, no momento travei, minhas pernas tremeram como nunca e eu fiquei sem reação. Não sabia como agir, se eu deveria atacar ou gritar. Mas nem precisei, ele notou minha presença, me olhou e saiu correndo em direção a janela sem nada na mão. Corri atrás dele mas ele pulou a janela e correu.

Fiquei parada por alguns segundos para me recuperar enquanto meu coração pulava fortemente. Soltei a faca no chão e peguei meu celular, a primeira pessoa pra quem pensei ligar foi para Keneti, mas lembrei que tinha excluído seu número. Eu não podia envolver a polícia nisso, eles iriam querer saber o porque dele estar vasculhando as minhas coisas e Jaxon nem se quer roubou algo. Então disquei o número de Lili:

- Oi, Cami. Tudo bem?

Se eu contasse para Lili o ocorrido ela teria que saber sobre Jason. E eu não poderia explicar também. Minha única saída era KJ.

- Oi Lili, você pode fazer um favor pra mim? - tentei me manter calma e tranquei as janelas.

- Claro, amor.

Arrumei meu quarto rapidamente para minha vó não perceber que alguém invadiu nossa casa enquanto o celular ficava entre meu ombro e minha orelha.

- Eu preciso muito de uma carona...

- Aconteceu algo? Você parece assustada.

– Não, está tudo bem. Só preciso falar muito com o Apa.

- Te levo lá e depois vou pra casa do meu pai então, pode ser?

- Ótimo. Por favor, não demore.

Eu odeio incomodar as pessoas, mas ultimamente ando ficando sem alternativa. Eu não fico sozinha nessa casa nem a pau.

Desci para a sala e arrumei tudo de novo, esperei um pouco e Lili buzinou na frente. Sai, tranquei a porta e entrei na caminhonete.

– Você tá pálida! – ela disse.

- Essa cidade faz isso com a gente. -ri sem graça evitando perguntas.

...
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Nightfall- KjmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora