Capítulo - VII

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Os raios da tarde recaíam sobre o jardim principal, misturando-se com as cores dos jerônimos, desabrochando despreocupados. Uma humana e um vampiro trabalhavam juntos, cada um agachado em uma leira, trocando as plantas doentes por novas e sadias. Diferente das roupas habituais, a garota trajava uma jardineira e as mangas da camisa branca estavam dobradas até o cotovelo. O empregado ainda vestia o de costume, porém, os botões da gola do uniforme se encontravam desabotoados e as mangas arregaçadas.

- Srt. Lyra, tem certeza que está se sentindo bem? - Perguntou levantando a cabeça do meio das flores vendo um sinal positivo com o polegar como resposta. -Mas não tem nem dois dias, tudo bem mesmo? - Reforçou a pergunta com os olhos semicerrados.

A garota bufou emburrada com tanta insistência, limpando as mãos sujas de terra a pois finalizar a última muda.

Mesmo tendo um corte de cabelo curto pra uma garota, isto não parecia afetar o efeito chamativo da sua ruivice. E ali entre os jerônimos vermelhos, tal efeito triplicava absurdamente, a cor viva dominava seus fios, dominava seus olhos, talvez seu sangue carregasse o mesmo tom.

- Magnus disse que estou anêmica, não inválida. Não há motivos para tanta preocupação. - respondeu despreocupada.

Suas palavras gentis adicionavam uma leveza ao ar ,quase tanto como o cafuné que aplicava no castanho intrometido.

- Se a senhorita diz, então, tudo bem. - Concordou enrubescendo como um morango .

A cor escarlate me perseguia a cada canto, a cada momento como um karma.

No horizonte o sol morria sendo engolido pela escuridão, restando apenas lua e suas damas luminosas ostentar o tapete escuro da noite. E para qualquer habitante da noite era o momento de despertar.

- Merda. - praguejo vendo a figura desagradável de Dorian parado no corredor.

- Ora, ora, espiando a cadelinha, não é, Kyo? - Indagou sentando na borda da janela, ignorei a audácia escolhendo o silêncio. - Vai mesmo me ignorar, ai, isso machuca!- Dramatizou fingindo uma falsa dor no peito.

-Droga..- murmuro indo embora.

- Você sabe? - pergunta me fazendo parar de andar. - Este perfume doce e essa lua.... tornam o sangue mais saboroso. - Fungou extasiado. - Os olhos da órfão não te lembram nada? Nem da Remi...

- Eu sei.

Procurei no dicionário a palavra "Acordo" e encontrei a seguinte definição- Concordância de sentimentos ou ideias ; Conhecimento resultante do uso perfeito dos sentidos; Consciência

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Procurei no dicionário a palavra "Acordo" e encontrei a seguinte definição- Concordância de sentimentos ou ideias ; Conhecimento resultante do uso perfeito dos sentidos; Consciência. Não é exatamente uma palavra que se aplique à realidade, praticamente é suportar tudo. Independente de como tente, a realidade distorcida deste mundo é assim.

A realidade é o que ela é, e nada mais.

Devolvi o dicionário relembrando a noite anterior com inquietação no coração. Lembrava de tudo com clareza, mas custava a acreditar nas suas palavras, tão claras como a água.

O conto da máscara Onde histórias criam vida. Descubra agora