Capítulo 7

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Quanto mais eles chegavam perto, mais eu me encolhia, até que finalmente o grupo parou diante de nós, as expressões sérias, verdadeiras muralhas. Eles intimidavam só pelo tamanho, eu mesma me senti pequena e um pouco perdida perto deles.

— Tom Hayes se apresentando, senhora. — O mais alto deles disse, cravando seus olhos em mim como se pudesse ler minha alma. Engoli em seco sentindo o estômago revirar. — Somos — O tal de Hayes começou a apresentar os outros. — Jayden Baxter, John Gibson e Yohan Hess. Fomos acrescentados a sua guarda pessoal, alteza. — Abri a boca para responder, mas me faltaram palavras. Permaneci encarando os quatro homens, depois lancei um olhar rápido na direção dos outros cinco. Daqui a pouco eu teria todos os corredores da maratona atrás de mim, integrando minha guarda pessoal. Não é possível.

— Eu... — Respirei fundo e tentei coordenar os pensamentos. — Não fui avisada da mudança... Digo, do acréscimo. Deveriam ter me informado. — Fiquei satisfeita por minha voz ter saído firme. — De quem foi a ordem?

— Do senhor Warren Kavanagh — respondeu Tom.

Claro que tinha sido dele.

Semanas atrás tivemos um pequeno desentendimento sobre o tanto de seguranças que me cercavam. Não que eu discordasse que precisava de proteção, eu sabia que os tempos — apesar de brandos com Sebastian no poder —, ainda continuavam um tanto obscuros. Mesmo assim, isso não me impediu de ficar nervosa ao ver aqueles cinco armários na minha frente. E ainda tinha os outros.

Eu virava para os lados e lá estavam eles, enormes, me cercando, me observando em silêncio. Detestava a maneira como me sentia vulnerável, mesmo que estivessem ali para garantir minha segurança. Infelizmente não consegui me impedir de me sentir assim, estava muito além do meu controle.

Na ocasião, Warren mais falou e eu ouvi, enquanto ele me dava um sermão sobre a importância da segurança como se eu fosse alguma garota inconsequente. Percebi que minha opinião não seria levada em conta ali. Também refleti momentaneamente no que poderia ser feito para amenizar minha reação aos estranhos que me seguiam. O que Warren podia fazer além do trabalho dele? Pensando nisso, desisti de discutir e tentei me acostumar a minha nova realidade. Ao menos Nick estava seguro também, com sua leva de seguranças. Sebastian tinha garantido isso.

Pelo menos eu esperava ser consultada sobre qualquer mudança que ocorresse. Mas pelo visto...

— Ele espera que eu ande por aí com nove guarda-costas a tira colo? — consegui falar.

Minha segurança estava se equiparando a da rainha em si.

Um sentimento de revolta me acometeu. Quando dei por mim, já estava enfiando a mão no bolso da jaqueta, pegando o celular, a mão um pouco trêmula enquanto eu abria a tela e procurava o número de Warren nos contatos. Liguei. Então me virei para o pessoal atrás de mim. Algumas das crianças tinham se dispersado, apenas Cecily, Dylan e James ainda permaneciam me observando um tanto curiosos. Ergui o canto da boca em um sorriso sem graça e assim que ouvi uma voz do outro lado do telefone, depois de três toques, meu coração começou a bater mais rápido. Minha atenção tinha se voltado completamente para a chamada.

— Alô — disse Warren. — Como vai Nora? — Ele soava calmo, quase como se esperasse pela minha ligação.

— E-Eu, g-gostaria de falar com... você. — Meu Deus. Detestei a insegurança na minha voz. Que droga, e ele não estava nem perto de mim.

— Olá, bom dia, a que devo a honra? — Senti meu sangue ferver. — Sou todo ouvidos. Em que posso ajudar? — Era quase como se eu pudesse ver aquele sorriso presunçoso despontando dos lábios dele e aquilo me irritou.

Meu conto de fadas secreto (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora