Ada
Eu precisava admitir que a persistência daquele homem era admirável, visto que eu só sabia dificultar as coisas para ele.
Nunca tive a intenção de causar problemas a ninguém, muito menos a alguém tão importante, financeiramente falando; porém, eu não tinha escolha. E não mudaria de ideia somente para agradá-lo.
Não poderia me desfazer da única herança que meus pais me deixaram. O único refúgio deles para mim.
Ali, eu nasci; ali, eu cresci.
— Aquele homem não sai mais daqui, hum? — rosnou Yadiel, rapaz que cresceu comigo, nitidamente incomodado. Eu e ele éramos bons amigos, embora Yadiel almejasse algo mais, almejava ultrapassar uma linha que eu não estava pronta. — Por acaso ele está importunando você?
O encarei, enquanto limpava meus materiais.
Meu amigo era um homem bonito; negro de olhos cor de mel. Eu o amava, mas, às vezes, sua insistência em se intrometer na minha vida me irritava demais.
— Eu sei me defender, Yadiel — resmunguei, chateada.
— E por acaso eu disse o contrário? — rebateu, na defensiva. — Eu apenas fico preocupado com você — argumentou. — Esses homens ricos tendem a ser perigosos, Ada.
— Eu sei disso — soprei. Em seguida, me aproximei dele e segurei suas mãos, apertando-as nas minhas. — Me desculpe. Acredito que eu esteja cansada e...
— Triste — concluiu por mim, beijando minhas mãos. — É compreensível, visto que perdeu seu pai recentemente.
Mordi os lábios, evitando não chorar.
— Estou me sentindo muito sozinha agora — me queixei com um suspiro. — E isso está me devastando gradualmente.
— Por que não aceita vender a casa de uma vez e venha morar comigo? — convidou. Na verdade, já fazia tempo que ele insistia nisso. — Podemos nos casar e ir embora daqui, Ada. Construir uma vida, juntos. — Afirmou, me encarando nos olhos. — Você sabe que eu a amo.
Inspirei devagar, absorvendo suas palavras.
Ergui a mão e acariciei seu lindo rosto, notando como se aconchegava a minha mão, ansioso por qualquer migalha de carinho meu.
— Não será justo com você — fui sincera. — Eu não o amo da mesma forma, Yadiel. E eu nunca iria me perdoar se o fizesse infeliz.
— Mas eu tenho amor de sobra para nós dois — argumentou, usando um tom brincalhão.
Dei uma risadinha, bagunçando seus dreads.
— Bobo. — Sorri.
Eu notei que ele ficou triste com minhas palavras, apenas não quis demonstrar.
***
O reflexo da garota que me encarava através do espelho me deixou espantada, porque aquele visual não fazia parte do meu cotidiano. Eu estava usando um "top" vermelho, com decote em formato coração, que abraçava meus seios perfeitamente. A parte de baixo era uma saia longa, também em tom vermelho, porém com alguns detalhes transparentes.
Me senti bonita.
"Sexy".
No fundo, eu não conseguia entender o motivo para toda aquela preocupação em me arrumar para ter uma simples conversa com um homem estranho, porque era isso que Jonathan era: um estranho.
Talvez fosse pelo fato de que algo nele mexia comigo de uma forma inexplicável. Ou, talvez fosse apenas um lado meu, que estivesse curioso para ouvir o que ele tinha a dizer.
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Seduzida pelo bilionário - LIVRO 1 (DEGUSTAÇÃO)
Romantizm(APENAS 5 CAPÍTULOS DE DEGUSTAÇÃO - FICOU DISPONÍVEL ATÉ DIA 19/11/21) SINOPSE Jonathan Hughes era conhecido por sua fortuna e seu jeito implacável de fazer negócios, considerando que não estava acostumado a perder. Nunca. Jamais. Entretanto, tudo...