Capítulo II

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A cinzenta noite prevaleceu com esplendor durante o amanhecer e a neve agora já não tão intensa como outrora ainda com seus flocos perdidos arrancava o suspiro de jovens, velhos e sobretudo a alegria de crianças

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A cinzenta noite prevaleceu com esplendor durante o amanhecer e a neve agora já não tão intensa como outrora ainda com seus flocos perdidos arrancava o suspiro de jovens, velhos e sobretudo a alegria de crianças.

— Acaso minha presença lhe incomoda? — Perguntou o Sr. Gagnon tendo em suas mãos um jornal que remetia as notícias da Inglaterra.

— Talvez — Respondi a seco enquanto me atrevi a alimentar a lareira com mais lenha.

— Não imaginava que poderia fazer tanto frio nessa época do ano. — Ele virou a página do periódico, mas seu nervosismo se revelava nas palavras.

— O senhor tem negócios na Inglaterra, cavalheiro? — Um gole de chá molhou meus lábios, todavia meus olhos se perpetuavam em sua tímida mirada.

— Francis! — Ele suplicou — Chame-me, Francis, pois a palavra cavalheiro me envelhece.

— Como desejar, Francis.

— São tolos investimentos na companhia das índias orientais.

— Ferrovias?

— A dama entende de negócios? — Sorriu — E, sim, são ferrovias.

— O trem é o futuro, uma lástima Maria Antonieta não ter entendido que a França mergulhava em uma nova mare.

Ele consequentemente assentiu com a cabeça enquanto a criada servia sua xícara de chá, ele ousou um sorriso e por um instante imaginei que o mesmo fingia ler aquele jornal, não compreendo, talvez eu lhe aborreça ou apenas lhe assuste, enfim o senhor Gagnon não desfruta com alegria da hospitalidade do barão da Normandia, este meu querido avô.

O casamento fora anunciado com poupas de realeza, a Normandia, a França, toda a Europa fora anunciada que a neta do Sr. Tristan Leblanc, o barão da Normandia, iria se casar com o próspero Sr. Francis Gagnon de Paris.

— Esse vestido é maravilhoso! — Sussurrou a modista que viera do oriente. — Os príncipes do mundo adorariam estar entre o seu escolhido, Valentine.

— Um tanto hilário, senhorita, pois quem escolheu meu futuro marido fora o senhor meu avô e talvez nesse quesito minha história se assemelhe com um conto de fadas e revelo a semelhança termina aqui.

— Perdão, senhorita, não foi meu desejo aborrecê-la.

O tecido era da China e os cristais que o decoravam vieram do novo mundo, enfim a tristeza e a agonia que varria esse infeliz coração fora o doce presente do homem que me deixou sem mãe, não obstante, outro homem partiu esse coração e na fragrância da morte hoje com tristeza adormeço sobre vosso frio e distante toque.

— Eu não gostei desse vestido madame.

— Como? — Indagou supressa a estilista. — Mas tudo fora feito como ordenaste, Srta. Leblanc.

Açúcar: O último beijo/ Livro 3 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora