Capítulo XI

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A carruagem me deixou na porta do palacete que pertence a esse senhor, ele não me espera, contudo, alguém espera a morte, temo que não

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A carruagem me deixou na porta do palacete que pertence a esse senhor, ele não me espera, contudo, alguém espera a morte, temo que não. Gigantes palmeiras adornam a entrada do casarão, largas janelas, um palacete de paredes brancas e verdes janelas, elas o protegem o do vento e da chuva, todavia só não impedem a minha chegada.

O silêncio roubei, entrei e ninguém me impediu, o poder senti fluir, matar esse verme soa ser uma deliciosa possibilidade, como disse, ele me quitou sete anos de vida.

— Viste um fantasma, caro barão? — Indaguei enquanto mirava aqueles amedrontados olhos.

Assentada em sua poltrona, em sua casa, em sua sala, e vestindo o vestido mais sedutor que preparei ao nobre cavalheiro. Vermelho e a cor do seu sofrimento e o vermelho é também a cor da paixão.

— Valentine Ward Leblanc? — Interrogou cheio de vigor a ratazana agraciada com o título de barão.

— Estou à procura do homem que irá apagar meu fogo, — Sussurrei em vosso ouvido assim que ele se assentou todo entusiasmado ao meu lado — seria vós o perfeito cavalheiro?

— Lhe incomodo? — Ele referia-se ao cigarro.

— Se não me servir uma taça do seu melhor vinho, então estarei ofendida. — Adverti na sequência de um sorriso.

Ele era um imbecil, uma rata asquerosa, deveras o que ele acredita que teremos para realizar, o maldito barão de Paraty acredita que irei dormir com ele? Ele só pode estar acreditando nos contos de fadas.

— Safra de 1808, — O vira-lata sorrira para a garrafa — Certamente estas se perguntando porque estou rindo, não é?

— Estou curiosa, barão?

— Chame-me de Heitor, senhorita. — Ele se ajoelhou e beijou minha mão e como testemunha, uma casa aparentemente vazia no meio do nada, alguns escravos e a luz destes míseros castiçais e velas. — Essa garrafa chegou no mesmo dia que a família real desembarcou no Brasil e após longos anos irei abrir para degustar na companhia de uma bela mulher.

Se pudesse, vomitaria, sorri, entretanto, eu me enojava por estar no mesmo lugar que aquele trapo vestido de homem.

— E sua mulher barão, — Equivoquei-me — Heitor, sua mulher não é digna de estar ao seu lado junto dessa franca garrafa de vinho?

De suas mãos arranquei a garrafa e me permiti ler o rotulo e que tristeza, afinal uma bela safra está perdida nas mãos de um ignorante em vida e espírito.

— Vinho do porto! É um de meus favoritos. — Aclamei.

— Imaginei que fosse único.

Açúcar: O último beijo/ Livro 3 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora