ᶜᵃᵖⁱ́ᵗᵘˡᵒ ²

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     A brisa de outono veio a tona hoje de manhã, sinto sua falta todo santo dia. E todos esses santos dias você está em minha mente.

As vezes penso se foi melhor eu ter escolhido ficar em vez de ter ido com você. As vezes eu me arrependo por não ter ido com você, mas havia uma coisa dentro de mim que me fez ficar, não sei bem o que era, mas as vezes me arrependo de ter ouvido-a.

Tive que sair de Texas junto com Sissy, e viemos para Califórnia, uma pequena ansiedade toma meu corpo, pois tenho a paranóia de que vc pode não me achar.

Para me acalmar, eu comprei um diário para eu escrever, qualquer coisa que penso sobre você, e qualquer coisa que eu penso sobre tudo isso.

Ele foi ótimo para mim, ficava bem mais calma, e Sissy concordou que isso me ajudou. Sissy é um amor de pessoa, ela me acolhe em sua casa como se fosse sua filha.

Estou em meu quarto agora, Sissy está lá em baixo junto com Harlan, enquanto isso eu estou lendo um livro, sentindo a brisa de outono invadir meu quarto pela pequena janela que está entre aberta.

Tive que comprar livros, mas que sorte que aqui na cidade onde moramos tem uma livraria no centro da cidade. Deixei meus livros em Dallas, já que não deu para eu passar buscar eles, e nem minhas roupas.

Paro de pensar assim que escuto batidas na porta.

—— Entra. —— falei, e me arrumei mais na cama, enquanto marcava meu livro com o dedo. Então vi Harlan abrir a porta devagar e me olhar com um prato que havia um sanduíche.

—— Oh, Harlan. Está tudo bem, o que foi? —— perguntei o olhando com um sorriso.

—— A-a m-mamãe f-fez s-sanduiche, v-você q-quer? —— Harlan me questionou com um pouco de dificuldade, e então esticou o prato insinuando sua pergunta.

—— Oh, sim, claro! Por que não. É do que? —— o perguntei sorrindo.

—— P-pasta d-d-de amendoim e g-geleia. —— Harlan afirmou.

Harlan veio até mim com um sorriso, e me entregou o prato, e logo foi até aporta, e antes de á fechar me deu um tchauzinho com sua mão e com um sorriso fofo nos lábios, e então saiu.

Peguei o sanduíche e comecei a comer, enquanto voltava em uma posição confortável para ler meu livro. O sanduíche está ótimo, Sissy faz uns lanches muitos bons, e eu amo.

Soltei um grunhindo prazeroso pela comida que estou comendo, e então meu olhar se direcionou para minha cômoda onde estava meu diário.

Me estiquei para pegá-lo, e logo depois me sentei na cama de novo.

O abri pegando o lápis que ficava dentro dele.

Comecei a passar pelas páginas do mesmo vendo as datas dos dias que eu escrevi nele. 04/02/64, 10/02/64, 01/03/64, 05/04/64, 30/05/64, etc.

Tem várias outras datas no diário, mas eu fico pulando para chegar na folha que vou escrever para ser mais rápido.

Soltei um suspiro tedioso por não saber o que escrever nele, eu quero escrever mas eu realmente não sei o que eu quero escrever, não sei se é sobre o Cinco, sobre meus sonhos, ou se é sobre qualquer outra coisa.

Coloquei o lápis dentro do caderno de novo e o fechei passando sua cordinha que é grudada na capa, e o coloquei em cima cômoda novamente.

São apenas quatro da tarde, com o céu nublado, e com o vento de outono invadindo meu quarto de um jeito leve, mas mesmo assim ele fazia eu sentir frio. Não quero fechar a janela para eu não me sentir presa, e não quero sair do meu quarto para ir lá em baixo e ficar sem assunto com Sissy ou Harlan.

Peguei meu pão e voltei à come-lo enquanto olhava para a janela fugindo com os meu pensamentos.

Quero tanto vê-lo, quero tanto tê-lo de volta para mim, sinto tanta falta dele que as vezes fico me culpando por não ter ido, parece que foi tão poço tempo com ele quando eu paro para pensar, mas parece que aquilo foi longo, parece que não tive poucos dias com ele quando lembro de nós.

Como o amor pode doer.

❛𝗡𝗢𝗦𝗦𝗔 𝗣𝗥𝗢𝗠𝗘𝗦𝗦𝗔❜ 𝖼𝗂𝗇𝖼𝗈 𝗁𝖺𝗋𝗀𝗋𝖾𝖾𝗏𝖾𝗌Onde histórias criam vida. Descubra agora