ᶜᵃᵖⁱ́ᵗᵘˡᵒ ¹¹

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   Cheguei na cafeteria, e logo soltei um sorriso e a adentrei. Vi um garoto de costas, sentado em um dos bancos do balcão.

A cor daquele tecido da roupa que ele usara me era familiar, mas não quis me deixar elevar por isso, deve ser apenas coincidência.

Fui até o balcão, e me sentei em um dos bancos.

— Com licença. — falei para a garçonete que me olhou com um sorriso — Olá, bom dia, eu gostaria de um café e uma rosquinha de chocolate, por favor. — sorri para ela.

A garçonete assentiu para mim e saiu indo para cozinha pegar meu pedido.

— Aqui está seu café rapazinho. — olhei para o lado vendo a outra funcionária um pouco mais velha.

Até que olhei para o cliente e foi aí que tudo parou e senti meu coração errar as batidas.

Vi Cinco ao meu lado, recebendo uma xícara de café, o que ele nunca recusa. Estou surpresa em vê-lo ao meu lado. Meus lábios estremecem quando ele me olha e logo depois me manda um sorriso de lado que correspondi.

Ele se levantou ficando um pouco próximo do meu banco, e logo levantei para ir de encontro com ele.

Dei passos um pouco lentos já que ainda estava assimilando o que estava acontecendo. Cheguei perto do mesmo e toquei em seu rosto enquanto olhava para cada canto de sua face desacreditada.

— Cinco... — murmurei olhando para seus olhos.

Me arrepiei quando senti sua mão ficar em cima da minha correspondendo ao meu toque, e soltei um leve sorriso.

— Olá, docinho... — ele sorriu enquanto pegava a minha mão que estava em seu rosto e à levou até seus lábios dando um beijo nas costas dela.

Quando senti seus lábios em contato com minha pele eu tenho a absoluta certeza que arrepiei das cabeça aos pés, e que estava vermelha.

Seus olhos não desgrudaram do meu nem por um segundo, meu coração batia tão rápido e forte, achei que ele sairia pela minha boca.

Como eu sentia falta dele, de seu olhar, de seu toque, e agora, ele está aqui em minha frente, acariciando minha mão.

— Oh céus! — cai na realidade — Você está aqui! Meu Deus. — o abracei forte fazendo ele ir um pouco para trás pelo impacto.

Um sorriso largo era o que se via em meu rosto agora, estou tão contente por ele estar aqui, finalmente.

Passei minhas mãos em seu cabelo como se estivesse acariciando. Cinco correspondeu ao meu ato envolvendo seus braços em volta de mim.

Como senti falta de seus abraços.

— Desculpe se eu demorei muito. — o ouvi lamentar.

— Tudo bem, Cinco. — me afastei um pouco para olha-lo — Agora você já está aqui. Cumprimos nossa promessa. — sorri.

Ele apenas sorriu suspirando.

— Vem. Vamos tomar nosso café da manhã. — ele falou me fazendo lembrar que ainda não havia me degustado do meu alimento.

                         [ . . . ]

Os irmãos Hargreeves acabaram de acordar nesta manhã.

Todos estavam sonolentos e cansados, depois que se arrumaram ficaram mais despertos.

Agora estavam quase relaxados no quarto alugado. Allison andava de um lado para o outro nevosa, Diego estava sentado na cama assistindo TV, e Klaus estava relaxado na poltrona de couro quase voltando a dormir novamente.

— Acho que deveria se acalmar. — Vânya opinou para a irmã.

— Se acalmar? — Allison a olhou frustrada — O Cinco sumiu, e até agora não achamos a S/n! — ela se exaltou.

Vânya arregalou os olhos pela atitude da irmã, e ficou assustada. Os outros irmãos olharam para Allison assustados também.

— D-desculpe Vânya. Eu me exaltei. — falou se culpando — Não foi de... Desculpe. — Allison suspirou.

Allison se sentou na ponta da cama apoiando seu rosto com as mãos, o cobrindo.

— Olha Allison, se isso serve de consolo, Cinco irá voltar daqui a pouco. — Diego falou voltando a atenção na TV antiga — Ele sempre faz isso. Ele some, e do nada, bum. Ele volta. — disse Diego.

Diego está certo e Allison sabe disso. Cinco é independente, sai e volta quando bem querer. Ele não é de seguir ordens ou regras, pois ele já viveu o inferno para ter que obedecer a babacas imaturos.

O que nenhum irmão assumia ali, é que estavam com medo, todos estavam. Saíram de sua realidade, perderam pessoas, e estão com medo de perder mais.

                          [ . . . ]

— Quando chegaram aqui? — perguntei para Cinco enquanto andamos na calçada.

— Ontem. — respondeu — Nós ficamos procurando você e Sissy por todo lugar. — ele me olhou.

— Deve ter sido difícil. — falei desviando o olhar — Onde estão os outros? — questionei.

— Alugamos um quarto por uma noite. Eles ainda devem estar lá. — Cinco respondeu calmamente — Devem ter acabado de acordar. — Cinco colocou as mãos nos bolsos.

Fiquei sem o que falar com Cinco, então apenas fiquei olhando para frente.
Ainda assim, fico envergonhada com Cinco me olhando, ou quando estamos próximos um do outro.

Principalmente agora, que perdi boa parte de nossa intimidade.

— Vem, vamos atrás deles. — olhei para Cinco — Devem estar preocupados. — percebi Cinco travar sua mandíbula — Vem. — Cinco sussurrou.

Ele pegou em minha mão e me puxou.
Ele nos levou até um lugar reservado, onde não havia ninguém.

— Sente falta de se teletransportar? — Cinco me estendeu a mão, e o olhei enquanto segurava sua mão — Pois vamos ter que fazer isso agora, querida. — Cinco falou me olhando nos olhos.

Cinco me puxou para ele, fazendo nossos corpos de encontro.

Senti ele segurar minha cintura com uma mão. Fiquei com minha cabeça encostada em seu peito fazendo eu inalar seu cheiro, que é realmente bom.

— Feche os olhos, esta bem? — ele sussurrou para mim.

Fechei os meus olhos e envolvi sua cintura com meus braços.
A sensação não é nada boa desde quando me lembro.

Senti aquela onde de energia tomar conta de meu corpo, e em segundos sinto meus pés fazendo contato com o chão novamente.

Abri meu olhos deixando a claridade tomar conta deles, e logo percebo que estávamos atrás de algum lugar, tipo um edifício, e vi a parede de tijolos.

Olhei em volta vendo pouca movimentação, apenas os barulhos de carros. O lugar era tipo um beco.

— Vem. — ouvi Cinco se pronunciar pegando em minha mão novamente me puxando.

Ele me levou até um dos quartos que havia no térreo, e havia uma janela grande, que estava com as persianas abertas. Isso me deu a visão de Diego sentado na cama, e de Klaus jogado em uma poltrona.

Então Cinco abriu a porta.

— Cinco. — ouvi Allison falar.

Meu olhar se direcionou ao dela, e depois para todos os irmãos, que me olharam surpresos por eu estar aqui.
Klaus se levantou da poltrona rapidamente boquiaberto, e logo levou suas mãos para sua boca.

— S/n. — ouvi Allison quase murmurar.

— Tadan. — falei envergonhada enquanto mexi minhas mãos abertas como se fosse uma surpresa.

❛𝗡𝗢𝗦𝗦𝗔 𝗣𝗥𝗢𝗠𝗘𝗦𝗦𝗔❜ 𝖼𝗂𝗇𝖼𝗈 𝗁𝖺𝗋𝗀𝗋𝖾𝖾𝗏𝖾𝗌Onde histórias criam vida. Descubra agora