022 - Liberdade.

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- E então, por onde começamos? - Jonah perguntou ao descer as escadas.

Nossa atenção logo se voltou para ele, mas assim que o olhamos eu e Zara começamos a rir. Ele pegou o avental que a minha tia me presenteou, e amarrou um lenço no cabelo, sem falar é claro no espanador em baixo de seu braço.

- Contratamos uma faxineira e eu não sabia? - Zara questionou.

- Ah, não enche! Eu não vou sujar a minha roupa e muito menos o meu cabelo. - rebateu.

Esses dois não conseguem ficar no mesmo ambiente sem discutir ou é impressão minha?

- Depois dizem que as mulheres que são frescas. - Zê brincou.

- Fresco não, cuidadoso, é diferente. - negou o Jonah.

Logo aquele pequeno debate se tornou uma discussão, que se resumia em Zara chamando chamando o Jonah de dramático, e o Jonah chamando a Zara de fria e insensível. Vai entender esses dois, eu já desisti de entende-los faz tempo.

Contudo para iniciar a faxina eu decidir por uma música, a música é algo tão incrível que faz uma faxina se tornar um show, ou ao menos era assim que eu pensava.

Conectei o bluetooth na caixinha de som, dava até vontade de abraçar aquela caixinha depois de passar tanto tempo sem usá-la. Eu andava tão ocupada com os estudos, que passei a esquecer de me divertir, - por assim dizer. - e a música sempre foi muito importante para mim. Era uma forma de escapar dos problemas e da realidade, e mesmo que por um instante me imaginar em um mundo no qual eu desejasse viver.

A voz da Rosé começou a soar nós alto falantes. Eu amava escutar a voz das garotas do Blackpink, pois ao mesmo tempo que passam uma sensação de poder elas também transmitem tranquilidade e emersão.

- S/n e seu fanatismo por música pop! - Zara disse interrompendo a discussão com o Jonah.

- Shiu! Música pop é vida garota. - respondi e Jonah riu.

Apesar de ter crescido em um país em que a música pop não era muito aclamada, eu sempre fui apaixonada por esse estilo. Eu sou encantada por tudo, desde a melodia até as letras, não importa em quais línguas estejam.

- I worked my whole life, just to get right, just to be like "Look at me, i'm never coming down". I worked my whole life, just to get high, just to realize. Everything I need is on the, everything I need is on the ground! - cantarolei enquanto começava a varrer a casa.

Quando eu começava a escutar música eu viajava para um universo paralelo, então tudo que estava ao meu redor se tornava irrelevante. Era como se o mundo se silenciasse para deixar a música preencher todos os espaços.

Eu me sentia livre!

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Interrompendo o que faziam por um instante para ouvir S/n cantar, Jonah e Zara observaram o quanto a garota parecia tranquila. Era até gostoso de ver o jeito que a música tocava a outra, era como se isso completasse a amiga.

- "É impressão minha ou ela incorporou a música?" - Jonah sussurrou para Zara, enquanto ambos observavam S/n varrendo a casa.

- "A S/n tem uma relação bem intensa com a música, ela canta incrivelmente bem e sabe interpretar cada canção. No entanto nunca canta em público, ela diz que odeia a própria voz." - Zara explicou.

- "É uma pena, Ela tem talento." - murmurou para a garota ao seu lado, que concordou com um aceno. Foi então que uma idéia um tanto espontânea tomou o pensamento do garoto. - "Espera! E se a gente falasse com o Josh sobre isso? Ele poderia a ajudar com exercícios de confiança e tal." - sugeriu.

Zara cogitou a ideia em sua mente, e para ela aquilo parecia uma boa opção. Lembrou-se também que aquilo poderia ajudar a amiga com a apresentação interescolar, que em breve chegaria. S/n precisaria subir num palco e se apresentar para uma platéia, e nada melhor que alguém com experiência para ajudá-la.

- "Não é que você pensa? Boa ideia Monalisa!" - disse Zara concordando com a ideia.

Agora só faltava falar com Josh sobre o assunto, e o que para Zara seria o mais difícil: Convencer S/n a aceitar.
Deixando um pouco as ideias de lado eles voltaram a faxina, até que o celular de Jonah começou a tocar e ele saiu para checar. Era uma mensagem de seu pai, o mesmo havia prometido lhe deixar informado dos acontecimentos.

"Pai: A situação já está controlada, não se preocupe."
" Sua tia pediu para ficar lá em casa por um tempo. "

Ao ler a mensagem Jonah suspirou entre irritação e frustração, ficava irritado só de saber o que sua tia e priminhos estavam passando, e desejava que aquele problema se resolvesse logo.

"Jonah: Por mim tudo bem, mas a tia Unah precisa resolver essa situação, pelo bem dela e das crianças. "

Após enviar a mensagem ele guardou o celular no bolso e voltou para onde as amigas estavam, esperava que elas não notassem a preocupação evidente em seus olhos. Era difícil ver a família passando por esses problemas e não poder fazer nada, já havia dado conselhos a tia mil vezes mas ela nunca o escutava.

Sua maior preocupação era com as crianças que eram as mais inocentes, e indefesas na história. Como poderiam se proteger daquilo? Não podiam, pois naquelas mentes puras eles não estavam sobre ameaças.

- Ei, tá tudo bem? - S/n perguntou vendo a expressão dele, sabia que tinha algo de errado desde o momento em que Úrsula e Ron foram embora.

Mas Jonah não podia falar a verdade para elas, afinal aquilo envolvia pessoas além dele. E conhecendo Zara e S/n, provavelmente elas iriam querer intervir na situação para ajudar, e isso poderia trazer problemas para elas.

- Está sim, foi apenas um probleminha da faculdade. - omitiu tentando apaziguar as amigas.

No entanto sua mente continuava a martelar os recente acontecimentos, buscando por uma solução. Jonah sabia que aquilo poderia acabar mal se a tia não tomasse uma atitude logo, mas infelizmente isso era uma decisão que ela precisaria tomar.

My Glass HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora