Magnetismo

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Marlon Teixeira...

Behati...

Puxa como eu pensei que ela havia mudado.

Como me enganei.

Passamos pouco tempo juntos já que nossos pais mandou eu e Francisco pro Brasil quando éramos pre-adolescentes. Behati é a mais velha e nosso baba até tinha arrumado um marido pra ela, bom, até ele a repudiar (devolve-la).

Baba nunca contou o que tinha acontecido ele dizia que era porque o marido tinha ficado sem condições de manter Behati ou filhos caso eles tivessem. Em nossa cultura e religião o marido tem que estar bem sucedido financeiramente para dá do bom e do melhor para as esposas e os filhos. Não é atoa que me casei com Candice sendo muito rico.

Antes de minha irmã casar ela era uma menina muito alegre, vivia sorrindo e pulando pelos cantos e dançava... Ah! Como dançava. Eu era muito pequeno mas lembro das empregadas e amigas falarem que não existia melhor dançarina do ventre como Behati, e de fato, eu a via e era incrivelmente fascinante.

Mas depois que ela foi devolvida ela mudou...

E nossa relação também.

Aquela menina alegre, contente, e carinhosa parecia ter desaparecido ou morrido.

Ela era uma completa estranha.

Eu e Francisco fomos embora, mas ainda lembro da sua última expressão fria e sombria.

Após eu ter esse choque de flashbacks percebo que havia estado inconsciente e minha consciência começa a retornar. Sinto pequenos clarões enquanto abro os meus olhos lentamente, e após abri-los, demorei alguns segundos para enxergar por completo por conta das vertigens. Piscava rapidamente pra me acostumar logo com a visão.

Quando finalmente acordo por completo me vejo na sala deitado no sofá enquanto Behati estava sentada a uma poltrona de couro marrom que brilhava á luz da lareira.

- Então o dorminhoco resolveu acordar - Ela dizia olhando fixamente para a lareira.

- Eu não dormi... Você que me drogou Behati - Eu dizia ainda um pouco zonzo.

- Ah, para!  Você não é mais criancinha pra beber tudo o que te oferecem - Ela dizia em um tom direto sem pausas mas ainda continuava a olhar para a lareira.

- É porque confiei em você - Eu dizia a fitando enquanto ela me ignorava.

- Pode me dizer por que olha tanto pra essa droga de lareira? - Eu dizia colocando meu dedo polegar e indicador em seu queixo e virando rapidamente pra mim.

- O fogo me fascina - Ela dizia com seus olhos direcionados para a lareira mesmo com seu rosto posicionado para mim.

- E não ouse... Me tocar, cachinhos - E em fim seus olhos fixaram nos meus rapidamente.

(Aquele olhar sombrio e frio)

Me afastei um pouco por receio.

- Você não mudou nada mesmo - Eu dizia em um tom firme e confiante.

- Talvez. Mas certas coisas de fato não mudam como o seu medo de mim - Ela dizia entre risadas.

- Eu não tenho mais medo de você, Behati - Eu dizia em um tom autoritário.

- Sei - Ela dizia em um tom superficial e sem emoções.

- Onde está o Francisco? Por acaso o drogou também? - Eu a questionava.

- Não dê idéias, cachinhos - Ela dizia soltando um sorriso malicioso de lado.

- Behati! - Eu dizia em um tom hiperativo e sério.

Vendida Para um MuçulmanoOnde histórias criam vida. Descubra agora