Capítulo 1

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Alya

Podia ouvir as minhas irmãs postiças resmungando de seus quartos, alegando não quererem acorda cedo.

E podia ouvir claramente minha madrasta falando docemente com elas, as mimando.

— Durmam o quanto quiserem, queridas. -ela disse.

Vi a silhueta da bela feérica de cabelos negros e olhos esmeralda  surgir no alto das escadas, e então descer.

Seu vestido de um verde escuro e  elegante farfalhando a cada passo que ela dava. A cada degrau que ela descia.

— Bom dia, senhora. -falei.

Ela me encarou.

— Já preparou o café? -questionou ela.

— Sim senhora. -falei pondo os restos de sujeira na lixeira.

— Ótimo, sirva as minhas filhas quando elas acordarem. -ela disse.

— Claro, senhora. -falei.

Eu bufei fazendo uma mecha ruiva rebelde de meu cabelo voltar para o seu lugar. Ela me encarou.

— Não acha que está na hora de cortar? -ela encarou o meu cabelo com desdém.

— Cortar? -toquei as longas mechas do meu cabelo.

— Foi o que eu disse. —ela me encarou— atrapalham nos seus afazeres e a deixam praticamente cega.

— Não, não, é só amarrar, não há necessidades de cortar. -falei sacudindo a cabeça várias vezes.

— Eu acho que há. -ela disse.

— Eu gosto dele assim. —prendi meu cabelo em um coque alto— a minha mãe também gostava...

— Um péssimo gosto. -ela empinou seu nariz.

— E o meu pai também gosta, eu amo o meu cabelos do tamanho que estão. -murmurei.

— Se eu vir um fio ruivo solto por aí, garota, eu mesma o corto. -ela me encarou.

— Não haverá. -garanti.

— Eu acho bom. -ela disse antes de sair.

Encarei a silhueta da fêmea sumir nos corredores e suspirei.

— Ela já foi?

Eu encarei de relance o espírito de um panda vermelho surgir em meus ombros.

— Já, balu, e acho melhor não ficar aqui, se ela te vir comigo. -falei caminhando.

— E o que aquela bruxa feia pode fazer? —Ele surgiu em minha frente, levando as pequenas patas á cintura— espirrar?

Eu mordi os lábios contendo o riso.

— Pode te prender em um prisma. -falei.

— Vixe! -ele exclamou se escondendo atrás de mim.

Eu bufei uma risada baixa.

Eu saí pela porta dos fundos, caminhando até o poço.

— Tem muito trabalho hoje? Moranguinho. -ele questionou.

— E quando eu tive menos? -desvi o balde até onde estava a água, o vendo afundar com a mesma.

— Quando o seu pai chega. -ele disse.

— Ele não é o meu.. pai. —murmurei— meu pai e minha mãe morreram no incêndio, você sabe.

— Mas Azasel cuidou de você, ele era marido da sua mãe depois que ela e seu pai se separaram. —ele disse— a lei é clara, você é problema dele, filha dele.

— Não importa. -murmurei.

— Porém você o chama de pai, que curioso. -ele me encarou com deboche.

— Eu me acostumei. —murmurei— e criei afeto por ele, ele é uma boa pessoa.

— Você ama o seu pai, e fim de papo. —ele disse— você é a princesinha dele desde que ele e sua mãe se casaram.

Eu maneei a cabeça.

— Isso é verdade. -falei.

— E então?

Eu bufei.

— Eu amo o meu pai, balu, satisfeito?

Ele riu.

— E aí, morreu? -ele me encarou debochado.

Eu revirei os olhos, puxando o balde com água, eu caminhei com o mesmo em minhas mãos, tombando algumas vezes.

— Vai lavar a entrada?

Eu assenti.

— Mas você já lavou duas vezes ontem! -ele disse flutuando do meu lado.

— Não está suficientemente limpo aos olhos de Lady Corina. -fiz careta.

Ele bufou.

— É uma bruxa, e nada me tira isso da cabeça. -ele disse.

— Daquelas cheias de verrugas. -falei.

— E com um nariz gigante. -ele completou.

Nós nos olhamos e caímos na gargalhada, entrando novamente na casa.

E eu me pus a lavar a entrada da casa.

Seria outro inferno de dia.

*Até o próximo capítulo ☄️ deixem seu comentário e seu voto pfvr ☄️*.

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Referência Balu^

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