Alya
Eu estava tremendo, encarando o meu pai através da fresta das árvores.
Um escudo de som envolveu a mim e a texugo.
— Ele está ali, mate. -disse ele.
— Eu vou matar o meu pai? -questionei trêmula.
Ele travou.
— Merda. -ele xingou encarando o meu pai de longe.
— Ele sabia. —murmurei— ele sabia que o meu pai era o sexto conselheiro e não me disse nada antes de fazermos o acordo.
E agora eu tinha que matar o meu pai, tinha que matar ele.
Lágrimas caíam sem controle.
— Acalme-se. -texugo disse.
Eu baguncei os meus cabelos, a respiração ofegante.
Ele sabia, sabia e não estava nem aí. Ermes me paga. Ele vai me pagar.
— Desgraçado, infeliz. -murmurei em um soluço baixo.
— Alya, se acalma. -texugo me segurou pelos ombros.
Eu inspirei fundo, três vezes, três vezes.
A coroação seria amanhã, amanhã e todos os conselheiros deveriam estar mortos para ela acontecer. Para eu conseguir o que eu quero eu deveria matar a todos.
Eu me acalmei, ainda ofegante.
E eu o faria.
— Volta pro castelo. —murmurei— eu quero fazer isso sozinha, sozinha.
Ele me encarou.
— Vai matá-lo?
— E eu tenho escolha? O acordo vai queimar a minha alma se eu não cumprir. -o encarei fria.
Eu fechei os olhos deixando as lágrimas caírem.
— Por favor, se eu... Se eu tenho que matar o meu pai, eu quero fazer isso sozinha, quero ficar um tempo com o corpo dele sozinha, eu quero tempo para perdoar a minha alma imunda e me amaldiçoar até que o inferno congele. -murmurei.
Ele suspirou, assentindo sério.
— Quando terminar, não precisa voltar pro covil, descanse. -ele disse.
Eu assenti, encarando o meu pai, balançando a cabeça em negação.
— Mas que inferno. —eu solucei— quando ele ia pensar que criou uma vadia assassina?
Texugo suspirou.
— Eu realmente não sei o que dizer a você. -ele disse.
— Não precisa, eu sei que sou a porra de uma cadela e só isso já basta. —limpei as lágrimas— pode ir, eu vou resolver isso.
Ele me puxou devagar, beijando a minha testa. Um abraço apertado.
— Se precisar, me chame.
Eu assenti, e então ele atravessou.
Eu inspirei fundo, encarando quem eu deveria matar sem emoção, sem sentimentos, com frieza.
E assim o fiz, seu grito ecoando na floresta enquanto eu fervia seu corpo por dentro com as mais árduas chamas.
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Eu encarava Ermes na sala de jantar, fingia a mais pura naturalidade, fingia estar tudo naturalmente bem.
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Rubi de Sangue
FantasyEm um mundo mágico, em um reino repleto de criaturas mágicas e místicas, desde feéricos a fadas, bruxas e tudo o que se pode imaginar. Vive uma garota, uma mestiça feérica que sonha em ter o seu futuro, que sonha ter seu lugar na alta sociedade mesm...