Medo implacável

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 — A senhora acredita nisso? 

 — Não sei ao certo… Acredito que devemos levar em consideração esse risco. 

      Ambas as loiras tinham os olhos na figura masculina, em preocupação. Ino havia chegado e a Senju já tinha sedado Kakashi, fazendo com que o homem descansasse, ou pelo menos era isso que elas pensavam. A resistência de Kakashi tornou-se mais forte, a dose que ganhou não duraria mais do que alguns minutos e Orochimaru sabia disso. Aguardava o momento certo para agir e claro, sem a consciência do Hatake. 

 — A Sakura está arrasada— a Yamanaka comentou em angústia, vendo Tsunade respirar fundo. 

 — E não é só ela… 

 — Ele vai acabar adoecendo se continuar a pensar assim, Tsunade-sama. 

 — Acredito que já esteja, querida— cabisbaixa, a mulher lamentou. 

      Elas deixaram o lugar e caminharam pelo corredor, distraídas. O tempo se passou, o corpo de Kakashi acordou e na calmaria da noite, a cobra sorrateira agiu. O que Orochimaru realmente não esperava era estar no controle, mas mesmo assim ter os extintos do Hokage. Queria sair da vila até convencer Kakashi do mesmo idealismo que o seu, sem interrupções externas; portanto, seus pés foram em direção ao hospital e quando percebeu, encontravam-se na beira da cama da esposa. 

 — Kakashi…? 

      Os cabelos pratas brilhavam em contraste com a lua, do homem que entrava pela janela; a pele clara denunciava o Hatake e os olhos amarelos a posse de Orochimaru. 

" — O que você está fazendo?! — o sannin perguntou. Não queria estar perto da âncora de Kakashi, claro que não. 

 — Estou cuidando do meu corpo, o problema é seu se não tem um próprio. 

 — O seu corpo é o meu, idiota. 

 — Não, é meu. Faço e vou com ele aonde eu quiser e não é você que vai me convencer do contrário.  

 — Tsk! — O outro resmungou, já farto da teimosia do Hatake."

      Quando as orbes esmeraldinas brilharam no escuro, Kakashi sorriu. Aproximou-se e abraçou a esposa firmemente, tendo a certeza de que ela não escaparia dos seus braços novamente. 

 — Amor, é você mesmo? 

      Ele não precisou responder, as lágrimas grosseiras já demonstravam o seu lado emocional destruído. A viu negar, não queria que o marido se culpasse por aquilo — por mais que também doesse nela. 

 — Me perdoa… Por favor, me perdoa… — Kakashi implorou por misericórdia, mas em vez da ira recebeu um beijo casto na testa. 

      Entendeu naquele momento o que ela sentia anos atrás, na época em que namoravam. Queria estar segura e aquele gesto simples do sensei acalmava-a, não importava a circunstância. Deixou assim, Sakura surtir o mesmo efeito. Teve paz com ela, por ela. 

 — A culpa não foi sua— a dona de seu coração sussurrou ao pé do ouvido, enquanto secava as lágrimas que caiam apressadamente. 

      Kakashi, aquele que escondia o rosto do peito da esposa, encarou o semblante abatido dela. Os olhos amarelos trouxeram os arrepios ao corpo feminino, Sakura tremia o que podia acontecer. 

 — Eu machuquei os nossos filhos, Amor — emotivo, trazia a segurança do controle para a mulher e ao mesmo tempo a agonia de vê-lo assim. 

 — Não, eles estão bem. Estão todos bem, querido — quis acalmá-lo, só que mentiras não era o melhor método. 

Seria mesmo o Sasuke??Onde histórias criam vida. Descubra agora