Dimitry PetrovMe levanto assustado quando ouço um estrondo de porta batendo. Esfrego meus olhos e ponho a mão no peito, sentindo meu coração pulsar forte, senti que ia ter um infarto pelo susto que levei agora.
Quando olho para porta vejo que ela realmente está fechada, mas não entendo o porquê de ela ter batido, sendo que estamos todos dentro do quarto. Observo a beliche e vejo Vlad na cama de cima roncando como um motor de caminhão, o sono dele é tão pesado que ele nem ouviu o barulho da porta, e Annya está...
Annya não está na cama!
Respiro desvairadamente começando a entrar em desespero, uma sensação ruim toma conta de mim, a mesma sensação que senti na noite de...
Ah não! De novo não...Levanto da cama correndo, quase escorregando no lençol e abro a porta de uma só vez, corro pelo corredor o mais rápido que consigo.
— Annyaaaaa. — Grito alto, sem saber para onde ir. Corro pela popa do navio olhando para todos os lugares, em meio a uma tempestade avassaladora. O mar impiedoso balança o navio forte, o raio rasga os céus, os trovões esbravejam como tambores, e para piorar, está de noite! Impossível de enxergar.
Fico desesperado quando não acho Annya, mas continuo procurando, determinado a encontrá-la. Continuo correndo, dando a volta completa pelo navio, mas a chuva me impede de enxergar direito! Só consigo ver tempestade e mar por todos os lados.
Olho para cima e avisto o mastro do navio, se eu subir lá terei uma visão mais ampla e assim será mais fácil de achá-la! Corro em direção do mastro e subo as escadas sem pestanejar. Enquanto subo penso o que pode ter acontecido, a culpa foi minha! Eu sei que estamos correndo perigo e mesmo assim não tomei os devidos cuidados! Isso é tudo culpa minha.
Um raio atinge o mar perto do navio e estrala seu som ensurdecedor. O susto foi tão grande que quase me fez cair das escadas. Aperto os olhos criando mais coragem para continuar a subir, e assim faço! Mesmo que a chuva pesada tente me derrubar.
Assim que piso no mastro começo a observar todos os lados, as lágrimas descem ainda mais quando não consigo encontrá-la.
— O que eu fiz? O que foi que eu fiz? — aperto a mandíbula e deixo as lágrimas descerem inevitavelmente.
A frustração toma conta de mim e eu fico sem esperanças. Todos os lugares e quartos do navio se trancam nas madrugadas, ela não poderia estar em outro lugar a não ser esse...Mesmo com os olhos marejados e os cabelos molhados eu levanto a cabeça uma última vez para saber que eu tentei. E sou surpreendido por uma figura familiar não muito distante.
— Annya? — fricciono meus olhos na direção da tal figura e sim! É ela mesma, pendurada numa corda à beira do navio, se preparando para pular. — Annya! — eu grito, mas ela não me ouve, parece estar em transe. O desespero toma conta de mim novamente, sem nem mesmo pensar direito eu ligeiramente me agarro na corda que está interligada ao mastro e me penduro nela.
— Annya não! — Sobrevoo na direção dela e pouso no chão molhado, quando tento alcançá-la eu escorrego e caio no chão.
Annya coloca um pé pra fora do navio e se inclina devagar.
— Não... não! Para. — Me levanto rapidamente, enrolo meus braços na cintura dela e a puxo de uma só vez, e então caímos no chão.
— Aaaaaaaaah. — Ela grita alto e começa a se debater como uma louca em meus braços.
— Acorda! Acorda! — me ajoelho no chão, agarro seus ombros e a balanço com força! Mas ela está de olhos fechados, estava dormindo esse tempo todo... — Annya acorda! — grito alto suficiente para fazê-la acordar, e consigo! Ela abre os olhos confusa e desorientada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Duquesa Anastásia - Era Uma Vez Em Dezembro
RomanceGrã-duquesa Anastásia. Quarta filha e segunda mais nova do czar Nicolau II da Rússia e da czarina Alexandra Feodorovna, os últimos governantes autocráticos da Rússia Imperial. Após sua família ser amaldiçoada por um feiticeiro chamado Rasputin, tod...