Srt. Romanov

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— ... igualzinha a...

— Dimitry! Por que correu assim? Sabe que eu não aguento minhas pernas! — diz um velho que respira freneticamente, cansado. Ah, então esse é o Dimitry. Nossa! Como fui tola.

Ele me olha, e depois olha o quadro que está atrás de mim, onde retrata a imagem da família Romanov.

— Venha! — ele me puxa pelo braço me fazendo descer as escadas em direção ao senhor lá embaixo, no centro do salão.

— Vlad! Olha para ela! É perfeita! — o tal Vlad ajeita os óculos em seu nariz, me analisando.

— Cabelos ruivos escuros, pele macia, nariz empinado, olhos azulados... sim! Ela é perfeita! — eles riem feito loucos.

Eu não estou compreendendo, como assim perfeita? Eles me acham bonita? Quando dou por mim vejo Dimitry me rodeando, olhando de cima a baixo.

— Ei! O que você pensa que está fazendo?

— Oh é, me desculpe, bem, é... o que você faz aqui? — finalmente um diálogo de verdade.

— Vim te procurar! Preciso viajar para Paris! Eu perdi minha memória a alguns anos e tenho uma pista que possa indicar que minha família ou alguém que saiba sobre meu passado está por lá, e me disseram que você pode me ajudar a... — ele continua a me rodear — ora! Mas qual é o seu problema?

— Ah, é! O que dizia? — cruza os braços.

— Me disseram que você pode me arrumar um jeito para viajar pra Paris, mexer com documentos falsos! Não sei explicar, só sei que preciso da sua ajuda.

— Ah! Entendi... documentos...— ele não parece estar prestando atenção. Fica me olhando.

— Por que você tanto me olha? Perdeu alguma coisa?

— Desculpe, eu também não sei por que estou te olhando. Você tem algo que me atrai! Acho que já te vi em algum lugar...

— Impossível! É a primeira vez que venho aqui... eu acho. Mas então, você ouviu o que eu disse? Ou estava muito ocupado me rodeando? — ele dá risada.

— Sim, eu ouvi. É uma grande coincidência pois eu e Vlad também estamos indo a Paris...— ele me mostra três passagens de trem. Quando tento pegar ele levanta a mão impedindo que eu alcance — mas, a terceira passagem está reservada apenas para ela! A duquesa Anastásia. Não é mesmo Vlad? — ele fala apontando para o quadro da família Imperial, atrás de mim.

— Quem? A garota do quadro? A passagem está reservada para uma morta? — indago.

— Não! Não diga uma coisa dessas, Anastásia está mais do que viva! Estava apenas desaparecida...

— "Estava"?

— Sim! "Estava" acabo de encontrá-la! Vossa graça! — ele faz reverência. Caio na gargalhada.

— Eu? Duquesa? Vocês são doidos! Acho melhor eu ir. — Viro de costas...

Ele corre parando a minha frente, impedindo que eu passe.

— Por que diz isso? Você é idêntica a duquesa! Os traços, o cabelo. O que te impede de acreditar nisso?

— Eu... perdi a memória, não sei quem eu sou..., mas posso ter certeza de que não sou essa daí.

— Como não? Você disse que perdeu a memória, em todos esses últimos 7 anos nunca vi uma mulher tão parecida com Anastásia quanto você! E você também está querendo ir pra Paris pra procurar sua família.

— Que aliás é o único lugar onde se encontra a única família de Anastásia, a Imperatriz Maria Feodorovna! Mãe do czar Nicolau. — Murmura o tal de Vlad.

Duquesa Anastásia - Era Uma Vez Em DezembroOnde histórias criam vida. Descubra agora