Os cortejos de um francês

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Dimitry Petrov

Excuse. — "Com licença". Encosto a mão em seu ombro e eles se separam. O homem além de ser um pouco mais alto é sério e refinado, mas não me deixo ser intimidado. Olho fixamente em seus olhos não gostando nada do seu semblante convencido.
Não é preciso esforços para saber que tipo de homem ele é..., os que caçam as presas mais fáceis até conseguirem o que querem. Assim como eu um dia já fui...

Isso só por cima do meu cadáver...

Salut! Tu dois être le frère d'Anastasia. — "Olá! Você deve ser irmão de Anastásia." Diz ele me estendendo um aperto de mão. Sinto sarcasmo em sua voz, ele parece ter dito "irmão" em um tom provocativo e mascarado de gentileza.

— Anastásia!? Você disse pra ele que você é a Anastásia!? — digo me referindo a ela, que encolhe os ombros se sentindo envergonhada. Quando volto meu olhar ao homem ele continua com sua mão estendida e seus dedos cobertos de anéis dourados. Ergo a cabeça e fito seus olhos, deixando aparente minha antipatia por ele.

— Ah, então você é russo... — diz ele deixando vestígios de sotaque francês. Seu rosto não me é estranho.

— E você francês, pelo jeito... — o mesmo abaixa a mão quando nota meu tom de indiferença — Anastásia não tem irmão! Eu sou Dimitry! Acompanhante e mentor dela, e você quem é? — à seguro pelo ombro demonstrando intimidade.

— Oh, perdoe minha ignorância. Eu sou Louis Deodato de Alcântra, duque de Bourbon. — Ele fala com autoridade. Será que é mesmo quem estou pensando?

— Com licença, perdoe-me a intromissão, mas... eu ouvi bem? "Duque de Bourbon"? — Vladimir surge de repente ao lado de Sophia, eles estavam ao lado dançando e devem ter escutado toda a conversa.

— Sim, o senhor ouviu bem.

— Então você é descendente da família de Bourbon? — Vlad parece intrigado. Pff, grande coisa.

— Sim, sou bisneto de Maria Antonieta e neto de Maria Teresa Carlota, a única filha sobrevivente de Antonieta e Luís XVI. — Ele mesmo! O tão famoso duque que circula nos jornais de Paris.

— Uau! É uma grande honra estar diante de uma figura aristocrata. Tenho também a honra de lhe apresentar a grã-duquesa Anastásia da Rússia! Última da linhagem Romanov.

— Vladimir! — meu sangue sobe a cabeça. Mas porque diabos ele está dando tanta informação a esse cara?

Eu repreendo o "língua solta" com o olhar.

— Duquesa Anastásia? A princesa perdida? — Vladimir confirma com a cabeça. Ele arqueia a sobrancelha e vira o olhar direto para Annya. — Ouvi dizer que muitas mulheres se passam pela Anastásia em busca de uma vida luxuosa.

— Isso não deixa de ser verdade! Mas não estamos preocupados porque temos provas concretas de que ela é Anastásia Romanov, e também...

— Já chega! — impulsivamente interrompo Vlad, já cheguei ao meu limite —, foi um prazer conhecê-lo! Mas temos que voltar para mesa antes que a comida esfrie, quem sabe numa próxima ocasião nós passamos a nos conhecer melhor. Tenha uma boa noite! Com licença. — Mesmo explodindo por dentro tento ser o mais espontâneo o possível.

Minha rejeição e desafeição entram pelo seu ouvido disfarçados de elegância e etiqueta. Mantenho a compostura dado ao ambiente que estamos, seguro a cintura de Annya e a puxo para a mesa, não é só ela que sabe ser educada e falsa em lugares como esse, e com tipos como o dele.

Próxima ocasião? Só se for no inferno! Não gostei desse cara.

Vlad e Sophia vem logo atrás e se sentam junto a nós, deixando o "duque de mesquinho" para trás.

Duquesa Anastásia - Era Uma Vez Em DezembroOnde histórias criam vida. Descubra agora