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Era só um beijo, certo? Um simples toque de uma boca contra a outra. Não foi nem o primeiro beijo — esse privilégio tinha acontecido na cozinha, naquele delicioso abraço junto à bancada dura de madeira.
Mas aquele foi um impulso momentâneo, um beijo não programado. Livre de planejamento ou significado profundo.
Esse não.
Ela pensou naquilo durante toda a manhã.
Estava se perguntando quando — não se — aconteceria. Imaginando se seria tão bom quanto naquela noite no bangalô.
O fato é que já era melhor, e ela ainda nem tinha começado. Até a hesitação era deliciosa, cheia de necessidade e significado, e pulsou através do seu corpo até sua pele doer de desejo.
Significava algo, porque era sua escolha.
Sua decisão.
Ela não estava apenas deixando as coisas acontecerem, estava fazendo acontecer. Estava reivindicando os próprios desejos sem medo de para onde poderiam levá-la. Pela primeira vez, estava vivendo o momento, sabendo que poderia ser tudo o que teriam.
E estava amando aquilo.
Ela aumentou o aperto no pescoço de Noah, colocando a outra mão no peito dele para se impedir de cair. Podia sentir a superfície plana, dura e sólida de seus músculos sob o suéter fino.
Ainda estava sorrindo quando o beijou, a euforia da conexão fazendo-a querer rir alto. Mas então seus lábios se suavizaram, se fundiram aos dele, se moveram contra ele com uma necessidade que não precisava ser dita. Era como se ela tivesse acionado um interruptor e as luzes se acendessem. Noah a beijou de volta, suas mãos deslizaram pelas costas dela e pressionaram a curva da coluna.
Não era uma luta pela dominação. Eram duas pessoas — diferentes e iguais — com necessidades e desejos que combinavam entre si. Ela não tinha certeza de quem havia aberto os lábios primeiro, ou que língua deslizara contra a de quem, porque os dois ansiavam pela mesma coisa.
Quando se separaram para respirar, ela inclinou a cabeça para trás, expondo o pescoço. Não teve que pedir para que ele o beijasse — ele simplesmente sabia.
Quando ela tinha se sentido assim pela última vez? Ele mal a tocara com os lábios e ela já estava em chamas. Sina moveu a mão apoiada no peito dele, traçando os músculos peitorais até o abdome, deixando os dedos se erguerem e caírem sobre os cumes rígidos.
— Você é linda — ele sussurrou no ouvido dela, a sensação da sua respiração fazendo-a tremer. — Linda demais.
Ele não foi o primeiro homem a dizer aquilo, mas ainda assim parecia novidade.
Como se ele estivesse vendo algo mais profundo dentro dela, não apenas a beleza de seu rosto.
— Você também. — Ela moveu a cabeça para o lado, capturando seus lábios novamente. Deixando escapar um gemido, ele a beijou de volta, levantando a mão para passá-la pelo cabelo dela. Acima dos dois, outro ganso voou até a margem do rio, fazendo um barulho alto quando chegou à grama.
— Noah — ela disse contra seus lábios, sem vontade de interromper o beijo.
— Hummm?
— Acho melhor você me levar para a cama.
[...]
— Londres?
Ela se virou, sentindo o cobertor quente a envolver. Sua mente oscilava à beira da consciência, ainda meio encoberta por sonhos.
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Uma luz no Outono - Adaptation Noart
Fanfiction|•Noah and Sina•| Um pai solteiro, uma mulher atraente e uma segunda chance para dois corações... Sina Deinert não está em busca de um amor. Ela já tem o suficiente para ocupar o tempo: uma floricultura para administrar, uma filha pequena e um divó...