Capitulo 11

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- Chegamos. - Noah desligou a ignição e saiu da caminhonete, indo para o lado do passageiro para ajudar Sina a descer.

Era uma daquelas noites perfeitas de outono. O sol havia desaparecido no horizonte, deixando apenas um tênue tom de vermelho manchar o céu azul profundo. E, embora a temperatura tivesse caído, a noite ainda trazia uma sugestão do calor do verão, envolvendo-os enquanto atravessavam o estacionamento.

- Não é o que eu esperava - Sina comentou, olhando para a construção baixa do outro lado que abrigava o Iguana Lounge. Do lado de fora, poderia imaginar qualquer tipo de comércio. Eram apenas blocos de concreto cinza e um telhado de ardósia. Mas ela não parecia desapontada.

Estava mais curiosa que qualquer outra coisa. Ela caminhou um pouco à frente dele, o cabelo loiro comprido caindo abaixo dos ombros.

Seu vestido era perfeito para dançar, justo no corpete, fluido na saia e com um decote frente única que revelava a parte superior das costas.

- O que você estava esperando?

- Não sei. - Ela deu de ombros, ainda sorrindo. - A minha irmã foi a um clube de salsa em Miami uma vez. Ela disse que era cheio de palmeiras, luzes coloridas e pessoas sentadas do lado de fora.

- Acho que Maryland é um pouco diferente de Miami.

- Com certeza. Não posso acreditar em como os estados são diferentes. Quando falo com a minha irmã, Sofya, que mora em Los Angeles, parece que estamos em países diferentes.

- O que a sua irmã faz? - ele perguntou.

Ainda não tinha ouvido Sina falar sobre a família. Supôs que todos vivessem em Londres.

- A Sofya? É produtora de cinema. Mas não é a minha única irmã. Tenho mais duas.

- Quatro irmãs? E tem algum irmão?

Ela balançou a cabeça.

- Não. Para azar do meu pai. Ele sempre esteve cercado de mulheres.

- Que sofrimento. - Ele piscou e ela riu. E ele gostou muito disso.

- Você é filho único, certo? - ela perguntou.

- Sim. Apenas eu. - Mas não queria falar sobre isso. - O que suas outras irmãs fazem?

Eles chegaram à entrada. Havia uma cabine de vidro ao lado da porta. Noah entregou o calor dos ingressos e o homem lhe passou duas pulseiras.

- A primeira bebida é grátis. Depois disso, tem que pagar. Se quiserem aulas, falem com a Louisa atrás do balcão. Agora é a vez dos profissionais. A pista abre para o público às nove.

Noah segurou as pulseiras, prendendo uma no braço direito. Foi entregar a segunda para Sina, mas, em vez disso, ela estendeu a mão. Ele envolveu seu pulso com o plástico amarelo, tentando não pensar na textura de sua pele naquele dia em que a beijou.

Eram amigos. Ele podia fazer isso.

- A Heyoon é a mais velha - Sina falou, continuando a conversa de fora do clube. - Ela é advogada. Depois vem a Savannah. Ela escreve peças de teatro, mas também está escrevendo um roteiro no momento. Acabou de ficar noiva, o namorado dela é astro de cinema.

- Astro de cinema? - Noah tentou não parecer intrigado. - Será que o conheço?

- Talvez sim. O nome dele é Josh Beauchamp, ele atua numa série chamada Brisa de verão. Mas acho que não é o tipo de filme voltado para o seu público, a não ser que você grite sempre que ele aparece na tela.

- Imagino que não seja uma série de terror. - Ele ergueu as sobrancelhas.

Sina sorriu.

- Não, a menos que você tenha fobia a surfe. Ou a ver seu futuro cunhado seminu em todas as cenas, fobia que, aliás, acho que estou desenvolvendo. De qualquer forma, você vai poder conhecê-lo em breve. O Josh tem algumas reuniões em Washington, então eles vêm me visitar enquanto estiverem deste lado do país.

Uma luz no Outono - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora