Capitulo 30

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Comparado ao de Noah, o quarto de Sina mais parecia uma casa de boneca do que qualquer outra coisa. Era pequeno, e o espaço era preenchido com uma cama de casal e um armário. Mas, diferentemente do dele, ela fazia com que parecesse um lar.

Havia uma colcha a seus pés e as almofadas estavam espalhadas no carpete, onde as jogaram na necessidade de se deitarem o mais rápido que podiam. Havia imagens na parede — algumas fotos de Sammy e pinturas de flores e seus significados. Ele sorriu de novo, ainda incapaz de acreditar em sua sorte.

Porque ele tinha sorte. Não havia dúvidas disso.

— De qual flor você mais gostou? — ele perguntou enquanto ela estava nua, aninhada na curva de seu braço.

Ela se virou, colocando as mãos em seu peito e encostando o queixo nelas. Olhou para ele e um sorriso se formou em seu rosto.

— Amei todas. Cada uma delas. Mas, se eu tivesse que escolher uma, seria o narciso que você deixou na minha porta ontem à noite.

— Por quê? — Ele não ficou surpreso por ela ter escolhido algo tão simples.

— Porque me fez questionar tudo o que eu pensava. Até ver o narciso no chão, eu pensava que tínhamos terminado e que eu não significava nada para você. Mas, quando vi e percebi o significado...

— Qual é o significado? — ele a interrompeu. De todas as pessoas, Sina teria compreendido o gesto. Mas ele queria ter certeza.

— Os narcisos têm muitos significados diferentes — ela respondeu com os olhos suaves enquanto o encarava. — Mas o mais comum é o cavalheirismo. Então, acho que tomei como um sinal de que você queria ser meu cavaleiro em um cavalo branco.

O coração dele estava batendo forte no peito, e ele se perguntou se ela podia sentir. Tê-la tão perto — depois de tudo o que passaram — era esmagador. Mas havia outra coisa também. Uma honestidade, uma vulnerabilidade que ele não sentia antes. Se quisesse essa mulher, sabia que teria que lutar por ela, mas a pessoa que ele precisava derrotar era ele mesmo.

Seu antigo eu, de qualquer maneira.

— Chegou perto — ele sussurrou, a voz cheia de emoção. — Mas, enquanto eu estava no aeroporto, percebi que não sou eu o cavaleiro. É você. Você me salvou, Londres, quer você saiba ou não. Me salvou de viver uma vida superficial e de desistir da melhor coisa que já me aconteceu. — Passou a mão ao longo do cabelo cor de sol. — Você é a heroína aqui.

Ela piscou algumas vezes, mordiscando o lábio. Caramba, ela era sexy. Ele podia se sentir excitado novamente, apesar do curto espaço desde que se uniram, com os membros entrelaçados. Ela sabia o que fazia com ele?

— Você também me salvou — ela sussurrou. — Me fez perceber que a força só pode vir de dentro. Sem você, eu nunca teria coragem de enfrentar o Thomas.

— Era só questão de tempo. Você teria chegado lá sem mim.

— Não quero chegar a lugar algum sem você. — Sua expressão era tão sincera que o atingiu diretamente no estômago. Ele a puxou para mais perto, precisando senti-la, inspirá-la. Os lábios dele encontraram os seus quase que imediatamente, os beijos necessitados e exigentes quando ele deslizou as mãos pelas suas costas.

— Desculpe — ele disse contra sua boca. — Desculpe por ter ido embora quando você precisou de mim. Por acreditar que você seria capaz de ficar com aquele imbecil.

Eles interromperam o beijo, e ela inclinou a cabeça para o lado, com um olhar preocupado.

— O que te fez pensar que eu faria isso?

Uma luz no Outono - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora