1. Desempregada

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Impossível.

Não pode ser.

Leio o e-mail recebido novamente pela quinta vez, ainda sem acreditar. Fui demitida.

O que diabos vou fazer para pagar minhas contas? E a faculdade? Não posso pedir ajuda a meus pais, sair de casa já foi um grande sacrifício, se descobrirem vou ter que voltar àquela vida. Sem chances.

Passo as mãos em meus cabelos frustrada, em seguida meu celular começa a tocar.

— Alô?
— Hyejin, está em casa?
— Sim.
— Vou aí agora, preciso te contar uma coisa! Você não vai acreditar.

Antes que eu possa falar mais algo, Yuna desliga na minha cara.

Nos conhecemos no ensino médio, ela sempre foi popular e eu, bem, não era uma das mais comunicativas mas tinha alguns amigos. Viramos amigas por acaso quando o professor de matemática nos colocou em dupla e descobrimos que nós duas éramos igualmente péssimas com cálculos.

Não demora muito até que eu possa ouvir o som agudo da campainha tocando, me fazendo levantar quase se arrastando para atender a porta. Assim que a abro, Yuna pula em cima de mim me dando um abraço agressivo, enquanto pula como uma criança.

— Hyejin, ele me pediu em namoro! Em namoro. - diz dando ênfase na última palavra e ao mesmo tempo desenha um coração com as mãos.
— Achei que você tinha dito que não queria mais ele. - cruzo os braços e abro um sorriso sapeca. Ela faz careta para mim e mostra a aliança em seu dedo.

— Vou buscar algo para bebermos. - dou meia volta e prendo meus cabelos no caminho para cozinha. Pego dois copos no armário e os encho de suco.

Ao voltar para sala estranho a expressão séria de Yuna, que a poucos minutos estava sorrindo como boba.
— Aconteceu algo? - entrego um dos copos. Ela vira um gole na boca e aponta para o notebook aberto na mesa de centro, viro um pouco a cabeça e então me recordo. demitida. Sento no sofá de forma brusca e esfrego o rosto com a palma da mão.
— Não sei o que fazer, Yuna.
— Vamos pensar em algo. - Ela senta ao meu lado acariciando minhas costas como consolo.

Algum tempo se passa em silêncio e de repente a de cabelos pretos levanta em um pulo do sofá.
— Hyejin! acabei de lembrar, Hyeon comprou um novo apartamento, se mudou ontem. - Olho meio confusa.
— E onde eu me encaixo nisso? — O lugar que ela morava é um apartamento dividido, ou seja, você divide aluguel com outra pessoa. É perfeito, você só precisa achar um emprego de meio período.
— Na minha idade onde vou achar um emprego de meio período? - Indago sem esperanças.
— Na cafeteria dos meu pais! - Ela rapidamente pega o celular no bolso de sua calça e disca algum número.

— Mãe, oi. Vocês ainda estão precisando de alguém para trabalhar aí? - Ela anda de um lado para o outro.
— Sério? Certo. - Sem alguma expressão certa, ela vem com o celular em minha direção e o coloca em minhas mãos.
— Vai, fala. - Yuna diz apontando para o aparelho.
— Olá senhora Kang, sou eu Hyejin. Alguns minutos conversando, e por fim, estou contratada.

Balanço a cabeça em afirmação e Yuna sorri. Me levanto do sofá e nos abraçamos.
— Você salvou minha vida, te devo uma.
— Nem se compara ao que você já fez por mim. - Diz ela se soltando do abraço.

Nunca pensei que seria demitida e no mesmo dia conseguir outro emprego. Devo muito a Yuna.

Algum tempo se passou e minha amiga foi para casa, mas antes me passou o número da pessoa que irei dividir o apartamento. Amanhã será um longo dia.

➶➶➶➶➶ 

Dia seguinte.

Acordo com o barulho irritante do meu despertador, e me sento na cama para olhar meu celular. Na noite anterior liguei para pessoa do apartamento e para minha sorte a ex colega de Hyeon - Prima de Yuna. - é super gentil.

Combinamos de nos encontrar na frente do prédio para ela me mostrar o local.

Hoje o dia está frio e chuvoso, ótimo para ficar embaixo das cobertas, me sinto triste só de pensar. Mas antes que meus extintos preguiçosos falem mais alto, em um mini pulo levanto da cama. Escolho as roupas que vou vestir e entro no banheiro. Depois de algumas enrolaçoes, finalmente entro no chuveiro.

Ao sair do banho, seco meus cabelos e em seguida escovo os dentes. Depois de me vestir, checo as mensagens mas não há nada. Pego minha bolsa e dou uma última olhada no espelho antes de destrancar a porta e sair.

Pode parecer estranho, mas eu não tenho o hábito de tomar café da manhã.

As ruas já estão cheias de pessoas andando apressadas e motoristas zangados, em plena sete da manhã. Algumas folhas de árvores caem e o vento sopra gelado em meu rosto me fazendo quase tremer de frio. Olho mais uma vez o endereço que anotei em um pedaço de papel, para ter certeza de que estou no caminho certo.

Mais alguns passos e finalmente chego ao meu destino. Não demora muito e a pessoa com quem marquei desce até a entrada. Ela é alta e tem cabelos castanhos até o ombro, e posso dizer que ela é realmente muito bonita, eu facilmente a confundiria com uma modelo.

— Bom dia. - Mostro um sorriso gentil meio envergonhado.
— Bom dia, não nos apresentamos ainda né? - Diz me cumprimentando com um aperto de mão.
— Ah, verdade. Prazer me chamo Hyejin, Park Hyejin. - Me atrapalho um pouco com as palavras mas consigo formar a frase.
— Prazer, Kim Naeun.

A Kim me indica a entrada e subimos a escada em silêncio. O número do apartamento é 462.

Ela me mostrou cada canto do local e conversamos sobre o valor. Ficou decidido por fim que vou me mudar amanhã mesmo.

Já se passa das nove da manhã, estou indo para a cafeteira dos pais de Yuna. Senhora Kang me ligou, dizendo que seria bom se eu passasse lá hoje para me familiarizar com o local e me ensinar algumas coisas necessárias.

A parte de fora da cafeteria é pintada em tons de marrom. Ao entrar, o sininho indicando que alguém chegou, faz barulho. Por dentro é aquecida e aconchegante, os balcões são nas cores branca, marrom e preto e há alguns poucos clientes sentados nas mesas de madeira.

Procuro com o olhar a senhora Kang e não demoro muito para a encontrar.

— Bom dia, senhora Kang. - Falo fazendo com que ela se vire mostrando um sorriso amoroso. As vezes quando criança, desejava que a mãe de Yuna também fosse minha mãe, só para poder receber esses sorrisos todos os dias.
— Hyejin, querida. Quanto tempo que não a vejo.- Abre a porta do balcão indicando que eu entre.

Conversamos um pouco até o marido da mais velha voltar. Ele ficou cuidando do balcão e Senhora Kang foi me apresentando o lugar, me ensinou a fazer alguns cafés mesmo que não fosse minha função - caso algum dia fosse preciso - mas disse para não me preocupar muito com isso, pois há um caderno de receitas debaixo do balcão.

— Muito obrigada Senhora Kang, espero me sair bem amanhã. - Me curvo em uma breve reverência.
— Você vai sim, querida. Até mais. - Toca de leve meu ombro.

Dou meia volta e vou caminhando de calma para a saída. Pego meu celular e me distraio por um momento com uma mensagem de minha mãe, me assusto ao me chocar com as costas de alguém. Vejo o indivíduo se virar e encolho um pouco os ombros quando percebo sua expressão irritada.
— Sinto muito. - curvo devagar a cabeça meio envergonhada.
— Olhe por onde anda, por favor. - Ironiza o "por favor", passando a mão por seus fios castanhos de cabelo.
— Senhor, foi realmente um descuido meu e já pedi desculpas, você poderia ser um pouco mais educado?
Ele me avalia de cima a baixo com um olhar de tédio. — E se eu não quiser? — Se vira e sai sem mais nem menos.
Viro o rosto e suspiro incrédula.

Saio da cafeteria e ainda posso ver a figura vestido num casaco marrom claro e de coturnos no pé, chegando ao final da rua. Balanço a cabeça em negação. É cada maluco por aí.

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Olá, você daria um desconto pra essa autora de primeira viagem?? 😢
Desculpem algum erro, seja de vírgula ou de palavras, eu tentei revisar mas não tá 100%

Espero nos ver no próximo cap, até mais 👋

Ass:CITRICANDY

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⏰ Última atualização: Oct 22, 2021 ⏰

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Os opostos se atraem | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora