CAPÍTULO SETE

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CAPÍTULO SETE

Fitou Rhysand que, apoiado na lateral da lareira, encontrava-se em silêncio. Parecia em conflito e Azriel bem sabia que a vontade de Rhys foi tomar a mente de Hemera a força — no momento que ela citou Koschei — e ver por si só aquele embate que a fêmea descrevera.

Rhysand não o fizera por ética, a poupando por ser sua parceira; Azriel odiava isso.

Entretanto, os surpreendendo, Hemera fora ricamente detalhista, dando um voto de confiança ao Grão-Senhor, contando tudo o que aconteceu naquela tarde em que fugira de Hybern. Descrevera cada emoção e expressão do macho que a abordara e não mentiu ao dizer as palavras que o primo — ou Koschei, como Amren insistira em afirmar —, entoara.

Porém, conforme descrevia como houvera sido interceptada, em meio ao confronto embaralhado, Hemera ocultara algo em seu duelo com o hyberniano possuído, as sombras o avisaram imediatamente; e esse algo, ele decidiu que também descobriria por si só, visto que já se encontrava em um plano para desvendar os mistérios que rondavam aquela maldita fêmea.

Ignorou as sombras que o diziam que não se encontrava fazendo nada além de ceder ao lado primitivo da parceria, poupando Hemera de um confronto pior com Rhysand.

Definitivamente esta opção não poderia ser aceita, se convencendo de que pouco se importava com Hemera.

— Deveríamos falar com Vassa. — Azriel quebrou o silêncio, encostado em uma parede próxima a janela, os braços cruzados rentes ao peitoril no que as sombras o envolviam parcialmente.

— Isso. As rainhas humanas podem estar envolvidas. — o Grão-Senhor divagou, voltando os olhos para o fogo que crepitava na lareira.

— Eu não sei. O que ele, esse tal Rhouben, poderia oferecer a elas? Hybern não possui mais o Caldeirão. — Cassian encontrava-se esparramado em uma poltrona, uma das mãos alisando o queixo enquanto pensava. Provavelmente formulando táticas de guerra e já prevendo embates. — E depois do que Nestha fez com a última rainha...

— Esse é o ponto. O que Nestha fez. — Rhysand colocou as mãos nos bolsos da calça, voltando os olhos para os irmãos. — Elas devem estar amedrontadas o suficiente para entrar em acordos tolos em troca de proteção. Vingança. Ou talvez não queiram nada além de mais poder.

Azriel observou o irmão soltar a respiração, cansado. Algo parecia lhe recair aos ombros e o fato de não obter as respostas precisas, ou o fato de a linha tênue de paz ter perdurado por tão pouco tempo, deixava Rhysand frustrado. Ele sabia que como Grão-Senhor, Rhys faria qualquer coisa para evitar os colocar em outra guerra após terem estado em uma há menos de três anos, e Azriel torcia veemente para que eles conseguissem evitar o cruel confronto antes de tal começar.

— Mas por que iriam querer soldados humanos e não feéricos de Vallahan ou Rask? — relembrou Azriel, saindo do canto mais próximo a janela, a nítida frustação em não ter informações o suficiente tensionando seus ombros também.

— Se realmente Koschei possuiu alguém estando tão longe... O que mais ele estaria podendo fazer mesmo preso? Seus poderes deveriam estar limitados aquele lago. — Rhys o observou, mesmo com a mente divagando a inúmeras questões, enquanto Azriel tomava assento em uma poltrona próxima a de Cassian. — Se realmente era Koschei.

— Ela não mentiu. — Azriel interveio, recostando as costas na cadeira, ajeitando as asas ao que olhava o irmão com apatia. Não demonstrava resquícios de expressões quando entoava algo sobre Hemera, sabendo o quão perspicaz Rhysand poderia ser. — Eu saberia caso ela estivesse mentindo.

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