O6. Acrimônia da ameaça e hidromel da atração

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Sou péssima com promessa...
Mas ah, esse capítulo aqui eu dedico ao Dante/Meu girassol que me apoiou muito durante a escrita dos capítulos da estória.
Obrigada por tudo!

Obs¹: O termo Kaiser é semelhante a Imperador só que é singular de um império que eu esqueci, mas estava lá nas minhas pesquisas iniciais.
Obs²: Os nomes dos personagens tem significados, assim como o da nação!
Vejam só:
– Ji Jie significa estações
– Bo Chyou; outono
— Yu jie; puro e belo
— Wuqing; desalmado, que é associado ao inverno
    nomeado 'Imperador Hui'; luz do sol.

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Ji Jie podia parecer completamente estável e sem problemas, mas os mais atentos poderiam notar pequenos empecilhos da perfeição que era sempre cobiçada pelos governantes de tais terras.

O fato daquela nação ser próspera rendeu riqueza e comodidade para todos, mas houveram alguns que, obviamente, se apossaram de bens materiais muito mais que outros. Estes eram a nata da sociedade, os nobres das famílias com renome, em suma ministros do próprio Imperador, mas haviam também outros que lidavam com negócios diferentes, poucos, mas haviam, apoiados por uma pessoa de dentro do palácio e da família real.

O que importava era; mesmo na surdina, em passos leves eles estavam se tornando ameaças. Antes de Wuqing, nenhum outro se importou com isso. Mas o homem era sábio, entendia que aquilo poderia eclodir em um grande problema. Rebeldes eram indesejados em toda parte, mas numa nação em que oligarquias se apossam do trono, surgem os que querem gozar disso também. Os nobres de Ji Jie... eles começaram a ficar gananciosos. Muito mais do que o aceitável.

E claro, era dever do Imperador Hui entrar com uma manobra bem articulada para voltar cada um deles ao seu devido lugar. Que indivíduo sagaz, Chyou concluiu. Enquanto fingia dar cada vez mais poder ao ministério, atacava pelas beiradas, os manipulando e em sequência tornando-os como marionetes em suas mãos. Marionetes estas que logo seriam reduzidas a pó.

Chyou sentiu um arrepio de excitação correr por sua coluna. Isso era admiração que sentia? Deveria ser, pois a mente de seu Imperador... ele era genial além da conta!

Por sete anos, sete longos anos o monarca estava colocando seus planos em prática por debaixo dos panos, quando qualquer desconfiança surgia, logo ele a calava cuidadosamente, como um caçador que alimenta sua presa num prazer sádico.

O harém era a melhor arma que ele possuía; dentro do seu domínio estavam os preciosos filhos oficiais de muitos nobres, igualmente príncipes e princesas de reinos subjugados. Mas fora isso, ele trabalhava pelo exterior; trouxe muitos aliados para seu lado, convenceu famílias neutras a aliarem-se a si, agradou a grande massa, foi para guerra e tomou para sua pessoa a imagem de um Deus salvador, aquele que acalenta o coração apreensivo de seu povo. Não satisfeito, discretamente o Imperador obtinha as riquezas pessoais dos nobres que pensavam em se rebelar, fazendo uniões aparentemente inocentes, mais uma vez manipulando-os ao seu bel prazer. Se Chyou presumia corretamente, este ano mesmo a grande reviravolta aconteceria.

Nesta ocasião, analisando toda a brilhante trajetória do Filho dos Céus até seu objetivo, Chyou perguntou-se se seria capaz de barganhar com ele.

Aliás, vocês se perguntam; como alguém de opções limitadas como Chyou conseguiu desvendar o plano de alguém tão exímio? A questão é, o Bo viveu duas vidas. E ele também não era burro, estava envolvido em política desde que nasceu. Morreu por causa dela, de algum modo, em outra ocasião. Aprendeu como associar informações e uní-las às que foram adquiridas para si por suas conexões. Sim, ele as tinha. E fora por elas que obteve o envelope que foi como um prato cheio para si.

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