IMPERIAL

Epílogo

Estou feliz.
É uma conquista.

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O corpo de Chyou estava extremamente dolorido, repleto de marcas e exposto a temperatura ambiente do aposento espaçoso em que se encontrava.

Fazendo manha como um gato, demorou um pouco para que estivesse determinado a sentar-se, enfim dando algum indício de que pensava em levantar-se.

Era primavera.

Fazia mais de dois anos desde que retornou ao passado, ou renasceu. Não sabia qual termo usar.

Nesse meio tempo, muito aconteceu.

"Wuqing?" Chamou sem medo o nome do Imperador, mas não recebeu resposta, o que o fez formar um bico emburrado nos lábios bonitos.

Entretanto, surgiram então alguns servos para dá-lo banho, alimentá-lo e vesti-lo. Era como se fosse um bichinho de estimação, o que o irritou no começo. Mas agora estava tudo bem, ele era um preguiçoso de primeira, não havia porque fazer doce e negar os bem intencionados cuidados.

"Você se serviu e saiu, sou uma refeição assim tão barata?" O de olhos verdes proclamou ao direcionar-se ao Estudo Imperial, não se surpreendendo ao encontrar o amante ali.

"Sabes que as coisas não são assim."

"Tsc."

Entoou somente, ignorando o quão rígidos eram todos ao redor.

Era sempre assim, não era possível acostumar-se com uma concubina que ousasse agir tão indiscriminadamente contra o próprio Filho do Céu.

Chyou os entendia, mas a relação dele com Wuqing já não necessitava de mais uma barreira desnecessária.

"Eu gostaria de ter a pessoa que eu amo ao meu lado na cama quando eu acordo, ao menos uma vez." Como se não fosse nada o Bo declarou, nesse exato momento sentando-se ao lado do mais alto no assento espaçoso que descansava ali.

Em razão dos ditos, a mão de Wuqing que trabalhava com o pincel sobre o papel parou subitamente, fazendo do caractere que ele desenhava uma desgraça sem solução.

Contudo, a declaração que se escondia nas entrelinhas era demais para passar levianamente.

"Hm, na próxima vez estarei com a pessoa que eu amo quando ele acordar." A voz era baixa, suave e carinhosa. Chyou sentiu os pelos eriçados, igualmente ao coração batendo ridiculamente acelerado. E não podia esquecer o peso esquisito na boca do estômago.

Foi um combo de sensações bizarras.

Mas ele gostou, gostou como jamais gostou de algo.

O calor presente nos olhos de Wuqing só fez tudo se agravar.

O silêncio prevaleceu, pois dois indivíduos estavam momentaneamente presos na deliciosa sensação recém descoberta de um amor correspondido.

Após algum tempo, Chyou e Wuqing sorriram ao se olhar, deram as mãos discretamente e o Imperador continuou os afazeres, enquanto a concubina ficou a fazer-lhe companhia simplesmente, escorado no ombro alheio e vez ou outra exibindo um comentário fortuito.

Era um ambiente harmônico, apaixonado e feliz.

Cheirava a flores de primavera.

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Este é o fim.