Dedico esse capítulo á Solsol que não me deixou desistir da estória, mesmo eu odiando como estava ficando tudo...
Enfim, é o que temos.────────────────────
Mais uma vez era dia de jantar com o Imperador e Chyou estava com as roupas em tons de verde de sempre, com enfeites nada chamativos nos fios e os olhos juntamente aos ouvidos atentos a tudo que acontecia nos arredores.
Aos poucos o ambiente tornou-se mais movimentado, ao menos agora conversas aconteciam. Já era um grande avanço. Naquele exímio tempo que passou junto do monarca e as demais concubinas, Chyou deve tê-lo ouvido falar contadas três vezes.
Mas nessas três vezes, que senhoras três vezes! A voz do homem era uma perdição, Chyou até chegou a agradecer por ele não falar muito, tendo em vista que todo o seu foco se perderia no momento que aquele timbre rouco soasse pelo âmbito fechado.
Chyou não consumia carne, então, quando foi permitido que suas criadas pessoas adentrassem na ocasião do jantar, Jian e Jiao foram buscar pessoalmente a refeição de seu mestre, conversando do modo correto – utilizando de subornos – com o cozinheiro daquele pátio, pedindo mais pratos vegetarianos e nenhum de carne para o Bo.
Atualmente ele comia suas folhas com tédio palpável, apenas esperando a oportunidade de sair. O problema era; só poderiam se retirar quando o Imperador terminasse de comer, e naquele dia Yu Jie estava o fazendo comer mais lentamente com sua tagarelice infinita.
"Pela Deusa Lua, pare de falar." Ralhou Chyou com impaciência, mas óbvio, apenas um sussurro imperceptível. Por enquanto o gêmeo não queria intrigas.
Meia hora depois, finalmente o Filho dos Céus se deu por satisfeito, mas a veia destacada em sua testa era a prova de que ele não estava de bom humor. Como inferno a tal concubina preferida não notava a irritação do irresistível Imperador? Chyou suspirou. Deveria mesmo sentir-se ameaçado ou levar Yu Jie como suspeita? Agora era meio absurdo.
Normalmente Chyou encarava o incansavelmente e não era retribuído, mas justamente hoje aconteceu, e o Bo escondeu sua surpresa com o leque aberto, mas logo o fechou para facilitar ao Imperador Hui que o analisasse, pois era isso que o mesmo fazia no momento.
No fim, o carmesim dos orbes de Wuqing, o honorável Filho dos Céus, encontrou-se com o verde-oliva de uma de suas concubinas mais discretas, Bo Chyou. O contato apesar de intenso, não durou muito. Com pressa o Imperador apontou para uma concubina qualquer, indicando que seria àquela a acompanhá-lo na noite.
Chyou sorriu ladeado, não notando os par de olhos frios e invejosos que seguiram-no até a porta.
...
Mais um mês.
Agora já tinha meio ano que estava no palácio, basicamente confinado em seu pátio e sem nunca ter sido chamado para os aposentos do Imperador. Mas ao contrário do esperado, Chyou não era menosprezado por isso, afinal, a maioria das pessoas ainda não tiveram nem chance de abdicar do tal favor.
O Imperador Hui tem atualmente vinte e quatro anos, sua ascenção ao trono foi com dezessete, e por conta disso ele já estava há sete anos no poder, Wuqing formou a primeira parte de seu harém depois dos dois primeiros anos de adaptação ao cargo; ficou com as dez primeiras, que logo subiram para trinta e então rumou para a guerra como comandante das tropas. É cabível dizer que tal ação não foi bem vista, os ministros ficaram como feras com a mínima menção do Filho dos Céus largar o domínio e cavalgar para um campo de batalha. Mas logo eles foram calados de suas reclamações, pois o Imperador Hui liderou o exército a gloriosas vitórias consecutivas, conquistando grandes e pequenos reinos, para então subjugá-los. Sob sua administração impecável, a economia interna atingiu seu ápice e os novos territórios deram ainda ainda mais fama para o temível Império de Ouro. Dois anos depois Wuqing retornou para a capital, foi recepcionado por seu povo com gritos de louvor e quase adorado como um Deus. A essa altura, pode-se supor que não há nenhum problema com a nação de Ji Jie, certo? Errado. Chyou havia descoberto informações bastante interessantes de se ter em posse.
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IMPERIAL
RomanceA neve pálida, Os bordados dourados, O sorriso infame, E por fim o odor de sangue, Sangue carmesim de traidores... inocentes? A generosidade do destino foi a última a se somar, aquele que foi injustiçado retornou, mas retornou com sede de vingança e...