Taehyung
Ficamos ali deitados juntos por muito tempo, eu não conseguia dormir, minha cabeça esta a mil pensando em tudo que tinha acontecido em apenas um dia, em como tudo tinha virado de cabeça para baixo.
Em um dia eu tinha encontrado a garota dos meus sonhos e estávamos viajando, no outro dia parece que o mundo inteiro resolveu desabar.
Começo a observá-la dormir tranquilamente, sua respiração começava a se normalizar, porém sua pele agora estava ficando cada vez mais fria.
-Sun, você está gelada - toco em seu braço frio, me levanto e pego mais algumas cobertas.
A cobri mais uma vez e esperei alguns minutos para ver se melhorava, porém nada adiantou, ela continuava extremamente gelada.
-Você vai acabar ficando doente desse jeito - me aproximo lentamente e com movimentos cuidadosos a puxo, a coloco próximo a mim, ela se aconchegou em meus braços e afundou o seu rosto e meu peito.
-Obrigada Tae... - ela murmurou.
Naquele instante meu corpo inteiro arrepiou, comecei a ficar nervoso, respirei fundo para manter a calma.
Relaxa, não é a primeira vez que eu durmo com ela... Está tudo bem, a única diferença é que dá última vez não estávamos tão próximos.
Tentei me acalmar, porém o nervosismo aparece só aumentar. SunHee se mexeu algumas vezes tentando se aquecer, criei ainda mais coragem e a envoltei em meus braços, ela não disse nada apenas me abraçou.
Muito tempo passou e meus olhos ainda estavam acesos, o sono não vinha apesar do cansaço do meu corpo. Olho SunHee dormir tranquilamente em meus braços, em seu rosto já não dava pra ver o machucado, pego suas mãos e começo a observá-las de perto.
-Mas... - haviam bem menos cortes e alguns pareciam mais arranhões.
Pego meu celular e começo a mandar mensagens para as meninas, espero que estejam acordadas, afinal eu não posso ficar com ela aqui desse jeito toda machucada e não fazer nada.
"Não acredito, sério que ela está ai?" - Hana responde rapidamente.
"Sim sim, está dormindo, tem machucados por todo corpo, não sei o que fazer. Mas, de uma forma muito estranha parece que ela está melhorando"
"Entendi... Olha, vamos fazer o seguinte, ela está melhorando, vamos ver o que faremos assim que amanhecer, vai dar tempo de ela se recuperar" - Hana.
"Não vamos chamar nem uma ambulância??"
"Não precisa, não é tão grave, ela vai se recuperar até de manhã, confia. Agora vê se dorme Tae, o dia foi difícil, o pior já passou"
De repente ficou tudo naquele silêncio, Luana nem respondia minhas mensagens seguintes. Suspirei frustrado, como vamos deixar ela nesse estado?!
Agonizando pensando em alguma solução, não vi o momento exato em que apaguei, porém me assustei com o sol começando a nascer.
Foi como se tivesse se passado apenas cinco minutos, porém um novo dia começava, finalmente final de semana, apesar da noite rápida meu corpo já estava bem mais disposto, parecia quase renovado.
Começo a mexer nas cobertas tentando encontrar SunHee, até que me dei conta que estava sozinho ali, me levantei imediatamente ligando a luz para visualizar melhor, e realmente não estava ali.
Não deu nem tempo de entrar em choque, corri pela casa olhando em cada quarto, cada banheiro e nem um sinal, até que passo pela sala e vejo algumas cobertas amontoadas no sofá, e Sun Hee abraçada sobre elas.
-Ai meu coração... Chocolate - digo aliviado e me aproximando em passos lentos, me sento ao seu lado até vê-la se virar para mim - Bom dia.
-Bom dia, Tae - suas bochechas estavam coradas.
-Fiquei preocupado, acordei e você não estava lá.. - digo ajeitando seus cabelos bagunçados.
-Eu precisei sair, sinto muito - ela diz abaixando o rosto e se escondendo na coberta, aquilo me fez rir.
-Eu posso ver como você está? - questiono e a vejo erguer os olhos, em seguida concordar tímida.
Ela se endireitou no sofá, e lentamente foi abaixando a coberta, até que em um momento exitou.
-Esta tudo bem? - questiono olhando em seus olhos preocupados.
-Sim, mas eu não posso fazer isso... Seria muito estranho - ela começa a se cobrir novamente até que coloco minha mão em seu ombro.
-Não é estranho, eu sou seu amigo, quero ter certeza de que está bem - digo, e ela concorda ainda com receio, com as mãos em seus ombros começo a deslizar a coberta até que eu pudesse ver seus braços.
Ela se encolheu e abaixou a cabeça, seu rosto não tinha expressão nenhuma, de uma forma bizarra seu corpo estava bem, sem nenhum ferimento.
Pego suas mãos e começo a olhar mais de perto, não tinha nada, literalmente nada.
-Sun, olha pra mim - toco em seu queixo e a faço erguer o olhar para mim, algumas lágrimas deslizaram por sua bochecha - Ei!
Seu olhar estava triste, lágrimas escorriam com frequência em seu rosto, porém ela não fazia nenhum resmungo, estava completamente em silêncio.
Me aproximo dela até nossas pernas se encostarem, com as mãos em seu rosto limpo suas bochechas, e arrumo seu cabelo deixando seu rosto mais visível.
Ela me olhou com aquele olhar penetrante e intenso, seus olhos pareciam uma galáxia, um universo inteiro, naquele instante eu fiquei sem reação, ela parecia tão indefesa naquele instante, tão...
-Tae..? - ela desliza seu rosto em minhas mãos, como quem pedisse carinho, aquilo me chamou a realidade - É estranho, eu sei, mas eu posso explicar.
-Esta tudo bem, não se preocupe com isso, quando for a hora certa você me conta... Vem aqui - a puxo para um abraço, seu rosto se encaixou eu meu pescoço, o que fez meu corpo inteiro arrepiar, a apertei em meus braços passando a mão em seus cabelos - Está tudo bem Chocolate.
-Ah Tae... - ela me apertou com uma força tremenda, acabei perdendo o equilíbrio e cai deitando no sofá - Meu Deus! - ela estava em uma confusão de sentimentos, lágrimas escorriam pelo seu rosto porém ela ria da situação em que nos encontramos.
-Hahaha, está tudo bem - digo e continuamos deitados no sofá, ela apoiava seu rosto em meu peito.
Meu coração está disparado, me dá uma enorme vontade de nunca mais solta-la. Difícil acreditar que alguém teve coragem de machuca-la.
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Sonhos
FanfictionCamila, uma garota nascida lobisomem em Portugal, por causa da suspeita caçadores acabaram encontrando sua alcatéia e os obrigando a viverem escondidos. Seu pai na esperança de protegê-la, a manda ao Brasil para morar com sua mãe afim de tentar ter...