♤Capitulo 22♤

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  "Você enxergou em mim aquilo que ninguém mais enxergou. Eu me apaixonei por ti, mas você se apaixonou por outra pessoa."
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  Várias pessoas cercavam a casa da jovem mulher. Ela observava de longe a tristeza no olhar de seu pai. Ali, assistindo as pessoas xingarem a única pessoa que cuidou dela a vida toda, a jovem viu que havia cometido um erro. Se as coisas não saissem como o planejado, aquele erro custaria não só o seu futuro, mas também o de seu pai.

  -Se escondendo nas sombras? - uma voz conhecida a tirou de seus pensamentos. A jovem afastou-se automaticamente - Não se assuste. Não vou fazer nada com você, afinal fui eu quem lhe mandou fazer isso. Obrigada.
  -Estão atrás de mim e do meu pai agora. Veja só! - aponta na direção da multidão - Veja o rosto dele! Veja o que estão dizendo para ele, senhor!
  -Acalme-se! Eu darei um jeito nisso. - diz sorrindo
  -Assim como deu um jeito na garota? Maldita hora que eu concordei em te ajudar! Matei a única pessoa além do meu pai que já viu algo bom em mim! - diz elevando seu tom
  -Fale baixo! - diz pondo a mão sobre a boca da outra - Não vai querer que ouçam você, certo?
  -Não encoste em mim nunca mais! - diz empurrando o homem - Você é um ser humano desprezível.
  -Eu? - ri - Não foi você quem matou a garota por quem é apaixonada? - diz e a jovem o encara surpresa
  -Você me mandou mata-la!
  -Mas eu não te obriguei a fazer nada disso. - aproxima-se da jovem - Você está tentando jogar sua culpa em outra pessoa. Você é o ser humano desprezível aqui. - diz em um tom sério
  -Mesmo que não fosse eu a fazer isso, você mandaria outra pessoa. Você queria se livrar da garota pela qual sua filhinha perfeita estava apaixonada. - foi a vez da jovem se aproximar do homem mais velho agora - Teve medo de que sua imagem fosse manchada. Amor para você é um erro, senhor?
  -Aquilo não era amor. Minha filha estava confusa. Nunca teve amigos antes então achou que estivesse apaixonada por aquela jovem.
  -Sua filha não está confusa, senhor. É notável que as duas se amam. O senhor estragou tudo, e infelizmente, eu o ajudei. - sorri fraco - Espero que cumpra a sua promessa. Eu e meu pai precisamos ir embora daqui o mais rápido possível.
  -Não se preocupe. Em breve vocês dois estarão bem longe daqui.
  -Espero que esteja falando a verdade. Todos estão atrás de mim. Podem ir atrás do senhor também. - sorri - Eu só preciso dizer quem me mandou fazer isso.
  -Acha que acreditariam em você? - sorri - Criança tola! Sua palavra não vale de nada aqui!
  -Podemos testar.
  -Parece que você ainda tem muito a aprender. Preste atenção no que eu irei lhe dizer. Eu posso ajudar você e seu querido papai a ir embora daqui, ou eu posso acabar com os dois. O que lhe parece melhor? - diz segurando o queixo da jovem
  -Só quero garantir que o senhor cumprirá a sua parte.
  -Posso ser desprezível como você diz, mas eu cumpro as minhas promessas. Daqui há algumas horas você e seu pai estarão longe daqui. Só não posso tira-los daqui agora com todas essas pessoas em volta.
  -Vou confiar em você, afinal, é minha única opção agora.
  -Quando for embora, nunca mais volte a botar os pés nessa cidade. Estamos entendidos?
  -Pode ter certeza de que não voltarei. Passei minha vida inteira querendo ir embora desse lugar. Se eu sair daqui, nunca mais voltarei.
  -Ótimo. E enquanto estiver aqui, não se aproxime de minhas filhas.
  -Não tenho motivos para fazer algo assim.
  -Foi bom trabalhar com você.
  -Não posso dizer o mesmo.
  -Seu pai sentirá saudades de você, mas estará bem longe logo logo.
  -O que está dizendo?
  -Achou que eu fosse mesmo deixar você ir? - ri - Você sabe demais, gorotinha. - diz apontando uma arma na direção da jovem - Espero que tenha se despedido de seu pai. Adeus. - diz apertando o gatilho - Talvez possamos nos encontrar no inferno. - aquilo foi a última coisa que a jovem ouviu antes que tudo ficasse escuro diante de si

                     *Sonho off*

  A jovem acordara assustada. Os sonhos tinham voltado, mas talvez aquele fosse o último. Ela havia morrido? Há alguns meses a jovem havia começado a ter aqueles sonhos estranhos. Alguns tinham pessoas conhecidas, mas ela não gostava do rumo que alguns deles tomavam. O que eles podiam significar? Ela tinha mesmo coragem o suficiente para matar alguém? Uma coisa era certa: ela estava sendo atormentada com aquilo tudo.

  -Filha, você está acordada? - a voz de seu pai foi ouvida do outro lado da porta
  -Estou sim, pai. - responde
  -Arrume-se logo ou irá se atrasar.
  -Certo, certo.

  Levantou-se para se preparar para a escola, mas a lembrança sobre o primeiro sonho que tivera ocupou sua mente. Haviam três pessoas e ela conhecia muito bem cada uma. O sonho de hoje certamente era uma continuação do primeiro. Ela matou Seulgi e pagou por isso com sua vida. Mas ela não teria coragem de matar a doce garota que ocupara seus pensamentos nos últimos meses. Então porquê havia tido aquele sonho? As palavras de Joohyun também rodavam em sua mente. "-Como foi capaz de matar a única pessoa que ficou do seu lado? Como matou a pessoa que amava? Você não merece nada do que ela fez por você! Você é quem deveria ter morrido no lugar dela!"

  Já na entrada da faculdade, ela avistou Seulgi e Joohyun juntas. Apesar de estar apaixonada por Seulgi, não dava para negar que as duas formavam um belo casal e pareciam felizes juntas.

  -Talvez eu tenha feito aquilo nos sonhos, mas eu nunca faria na vida real. Eu nunca machucaria nenhuma delas. - diz baixo enquanto observa as duas
  -Anda falando sozinha agora? - Yeri parou ao seu lado acompanhada por Seungwan
  -O que você tem a ver com isso, Kim?
  -Não precisa ser grossa. Só fiquei curiosa. Sempre soube que você era meio doida, mas nunca a vi falar sozinha.
  -Deixe-a em paz, Yeri. Ela não fez nada para você. - Seungwan diz
  -Não precisa me defender, baixinha. Eu sei me cuidar. - diz virando-se para sair - E cuide da sua vida, Yeri. - retira-se do local

In the name of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora