Lembranças dolorosas (Parte 1)

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Alguns anos atrás...

Haviam crianças brincando no parquinho, não eram muitas. Talvez umas vinte, que se divertiam correndo. Menos uma, o pequeno loiro fazia um castelo de areia sentadinho no chão. E cantava uma música, "sozinho".

--Ei, posso brincar com vocês? —o pequeno se surpreendeu, ela o via? Quem era ela? –Hein? Posso?

Era uma moreninha, baixinha e segurava uma coruja de pelúcia nos bracinhos.

--Você quer brincar comigo? – a voz do pequeno demonstrava sua surpresa. Ninguém nunca gostava de brincar com ele. Ele era a criança estranha que falava sozinha, que não tinha amigos.

--Sim, eu posso? —ela abraçou a pelúcia com força.

--Pu que você quer brincar comigo? –o pequeno loiro se encolheu.

--Eu vi você aqui brincando sozinho, tão caladinho e brincar sozinho num tem graça. —a pequena sem esperar resposta sentou com as perninhas cruzadas colocou a pelúcia nas mesmas e começou a ajudar o garoto que permanecia surpreso.

Após alguns minutos de brincadeiras, a garotinha virou para o lado:

--Você não vai brincar também? –ela perguntou para a figura translucida que estava perto do loirinho, que arregalou os olhos surpresos assim como o garoto.

--Você pode ver o mano? —ele parecia impressionado e confuso.

--Hm...sim. Você parece com ele. —ela afirmou mexendo na areia, ignorando os olhares em cima dela.

--Olá pequena—a voz da figura era suave o que de certa forma transmitia uma paz.

--Olá amigo do menino que brinca com o castelinho—ela falou em apenas um folego, arrancando um pequeno sorriso do rapaz.

--Ele não é meu amigo, é meu irmão. —falou o loirinho com os pequenos braços cruzados.

--Oh! Que legal! Eu não tenho nenhum irmão...—ela falou triste com um pequeno bico projetado em seus lábios e os olhos marejados.

--Você...podia ser minha...irmãzinha...—o rosto estava vermelho e o pequenino estava encolhido, a vergonha era enorme.

--Mesmo?!—os olhos da garotinha praticamente brilharam de emoção e o rosto do garoto translucido se enrugou por conta do enorme sorriso que estava em sua face.

--S-sim...se você quiser, claro...—falou acanhado.

--É claro que eu quero ser sua irmãzinha, eu sou Sophya. —exclamou alegre.

--Eu sou Will, é um prazer maninha. —o sorriso de Will era enorme.

E sem que nenhum deles notassem o irmão do garoto sumiu, deixando apenas uma brisa suave.

~...~...~...

Nunca é fácil...

--Toda vez que eu te procuro, você está aqui. Sempre no mesmo horário.

--Eu gosto de ver o pôr do sol, não me julgue. Você acorda 5:30 só para ver o sol nascer—a morena resmungou, com seus 12 anos já era bastante alta com os cabelos sempre presos em tranças e de óculos, o que era motivo de chacota para alguns garotos.

--Você também—o loiro revidou empurrando o ombro da garota que apenas riu.

--O que foi que houve? Para você procurar por mim esse horário é por que alguma coisa aconteceu.

--Nem tanto, lá em casa estava um tédio então vim atrás de você.

Ela olhou para o mais alto com desconfiança, sim Will teve um surto de crescimento e os cabelos rebeldes pareciam brilhar com a luz vinda do sol.

Uma Segunda Chance Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora