O silêncio sepulcral da sala foi cortado por Leonardo que dava início a sua narrativa.--Quando eu tinha dezoito anos uma tragédia havia abalado a minha família...minha mãe sofreu um acidente de carro e minha irmã mais nova estava com ela. —deu início, Reyna e Nico prestavam total atenção a fala do garoto.
--Mais o que isso tem haver com a estória de Will? —perguntou Nico confuso.
--Calma...—pediu o moreno de olhos castanho esverdeados, de maneira melancólica. – Quando fui avisado do acidente delas corri para o hospital mais não pude vê-las. No dia seguinte me deixaram entrar...vários dias se passaram minha irmã já estava bem melhor e ficava numa área de recreação para crianças que tinham sofrido algum acidente. E foi lá que conheci Sophy. Ela sempre ia no mesmo horário e ficava brincando com as crianças. —decretou.
--Estou confuso...ela foi embora para cuidar de crianças acidentadas? —indagou Nico confuso. O garoto a sua frente inclinou o corpo e apoiou os cotovelos nas pernas.
--Eu poderia concluir isso também...se não tivesse descoberto a verdade. –respirou fundo quando uma dor transpassou seu coração.
--Verdade? Qual é a verdade? —perguntou Nico nervoso esse rodeio por cima do assunto estava o deixando nervoso. Reyna apenas observava apreensiva, ela percebia o modo como Leonardo estava agindo, as mãos se remexiam a cada segundo, respirava fundo a cada frase soltada. Mais aquela face gélida e melancólica quando Nico fez a pergunta a fez ficar com medo. O que realmente havia acontecido?
--Nico...você sabe como o irmão mais velho de Will veio a falecer? —perguntou sombrio.
--Hm...sim, pelo que Will me contou foi uma doença. Ele...ele...—e por um momento várias peças começaram a se encaixar. –Ele estava com câncer.
E ao mesmo tempo que Leonardo apertou o punho, Nico empalideceu. A face de Reyna era puro medo.
--E-Ela...estava...ai meu Deus...—murmurou Reyna sem saber se expressar diante daquela informação. O moreno mais velho se deixou cair no sofá.
--Quando descobri a verdade já era amigo de Sophy a basicamente dois meses, ela ajudou muito minha irmã. Tinha ido vê-la na sala do padrasto que ficava trabalhando aquele horário e a encontrei no chão, ela tossia sangue de modo compulsivo, tentando retirar o que estava preso na garganta. –os olhos do garoto marejaram, aquela imagem nunca havia saído realmente de sua mente. Lembrava bem dos pesadelos que teve depois daquele dia.
Ninguém abriu a boca pra falar nada o peso da informação esmagando o coração de cada um de modo diferente.
--Mais...por que ela não ficou? Will a teria ajudado—Nico comentou falho.
--Sophy sempre foi uma criaturinha especial, sempre colocando a felicidade dos outros acima da sua. Ela foi egoísta sim...admito. Preferiu sofrer sozinha do que deixar Will passar por isso de novo.
Nico sufocou um soluço, estava errado. Tudo estava errado.
--Que irônico seria perder o irmão mais velho e a melhor amiga para a mesma doença...irônico e ...dolorido...—comentou o Mizuke fitando o teto. –Foram dois anos de tratamentos muito fortes...ela sofreu tanto com a quimioterapia...Ela fez uma tatuagem por ele—Nico não conseguiu sufocar o soluço dessa vez.
–Ela sempre fica triste por não estar perto de Will no dia do aniversário dele ...e fica tão distantes as vezes que eu tenho medo de saber aonde andam os pensamentos dela. —comentou sofrido, só Deus sabe o quanto sofreu por ver sua amada presa a uma cama de hospital pendendo entre a vida e a morte. Aprendeu que o amor pode chegar quando menos se espera. E a dor de poder perder a pessoa que ama é sufocante e muito aterrorizante.
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Uma Segunda Chance Para Amar
Hayran KurguO som do relógio era o único som presente, claro sem contar os soluços do moreno que era abraçado pela irmã. Nico Di Ângelo, o garoto que dificilmente demonstra expressão estava sem sua máscara tão bem composta, quem se importava? Seu noivo estava d...